sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Recordar é Viver: "Faneco, um corinthiano pentacampeão"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Se a seleção brasileira é pentacampeã mundial de futebol, em Garça também temos um prefeito “pentacampeão”. O corintiano José Alcides Faneco acaba de assumir a Prefeitura Municipal pela quinta vez, num feito raro, para poucos. Um recorde que dificilmente será batido. Sem falar que o Faneco ainda poderá concorrer a reeleição. Em caso de uma nova vitória, será “hexacampeão”. Convenhamos, um prefeito imbatível. Será o tipo do prefeito, que para surgir um outro, deverá demorar uns 200 anos. Eu particularmente, acredito mais no Faneco do que na seleção brasileira na Copa de 2026.

Mas como na coluna, o tema principal é futebol, vamos recordar um pouco da carreira esportiva do Faneco. Assim como um jogo amistoso inesquecível:  Kussumoto “A” 2 x 1 Salão Carter. O Faneco defendendo o time vencedor, marcando implacavelmente este articulista.

Nascido em Lins, Faneco, como bom esportista, adorava jogar bola. Um quarto zagueiro impetuoso e de bons predicados técnicos. Quem nos revelou foi um amigo dele, no estádio “Gilbertão”, no dia 17 de janeiro de 2017, quando assistimos, juntamente com o santista João Carlos, o jogo de abertura do Paulistão entre Linense 0 x 3 Santos FC. assim que falei que era de Garça.


Na cidade conhecida como “Princesa da Noroeste” ou “Cidade das Escolas”, o Faneco defendeu o Santa Rita e Real Madrid, nos anos de 1960. Teve a oportunidade de jogar ao lado de grandes atletas do futebol amador da época. O mais famoso foi o meia atacante João Leiva Campos Filho, o “Leivinha”, ídolo palmeirense entre 1971 à 1975 e Atlético Madrid (1975 à 1979). E também do ponta direita Maurilio, que fez sucesso no Garça em 1971, depois no Velo Clube Rio Clarense. Na foto do Santa Rita, o Maurilio é o primeiro agachado, da esquerda para direita, segurando a bola de capotão.


No ano de 1969 o Faneco chegou em Garça para não sair mais. Foi um “peladeiro” em potencial, raiz mesmo. Disputou vários campeonatos no terrão, nos campos atrás do Hospital São Lucas. Defendeu o Kussumoto “A” (foto), SESI (campeão municipal em 1989) e Posto Majestic (campeão em 1990). Depois, em ritmo de lazer, jogava aos domingos de manhã, na famosa “pelada” do palmeirense Zé Pedro. E foi assim até quase aos 70 anos, quando resolveu pendurar as chuteiras, ou melhor, os Congas/Kichutes. Recordamos uma das formações do forte time do Kussomoto “A”. Em pé da esquerda para direita: Silvio “Goiano” Peres, Ronier, Laércio, Zé Bituca, Zéquinha, Tim e Faneco; agachados: Ridê, Valdir da Volks, Rôla, Zé Bicha e Pratinha Manflin.

Um dos seus grandes trunfos como prefeito, foi levar os jogos do terrão para o bonito e aconchegante Conjunto Poliesportivo “Manoel Gouveia Chagas”, inaugurado no dia 4 de maio de 1996 (foto).

 JOGO x CHAPÉU x GOL:  Em meados dos anos de 1980, travamos um duelo com o Faneco, no jogo Kussumoto “A” 2 x 1 Salão Carter. Confesso que nunca fui “peladeiro”, mas sempre acompanhei o futebol suíço. Num amistoso entre os times, faltou jogadores no Salão Carter. Recebi convite dos irmãos Ozai, que de pronto aceitei.  

Jogo vai, jogo vem, bem disputado, fui lançado em profundidade, ao chegar na entrada da área, já pensei “é gol certo”. Eis, que repentinamente o quarto zagueiro Faneco se antecipa a jogada, a bola correndo rasteira, com a ponta do pé dá um leve toque, a bola sobe. Rapaz, tomei um belo de um chapéu, a bola raspou meus ralos cabelos, fiquei estático, sem ação. Em seguida, ele dominou a bola no peito, avançou para o ataque e tocou para o Zé Bicha fazer 1 a 0. Em tom de brincadeira, chegou perto e disse: Gostou do chapeuzinho? Logicamente respondi: “Não”. Por dentro pensei: “Tenho que dar o troco”.

Começa o segundo tempo e o jogo correndo. Lateral, próximo à linha de fundo para o Salão Carter. Eu sabia que o Ari Lima (ex-lateral do Garça) subia muito de cabeça. O Faneco orientando a sua defesa. O Gervasião tinha força nos braços. Lançou a bola na área, o Ari Lima subiu e testou, a bola encobriu o goleiro Toninho Veríssimo, bateu no travessão e em cima da risca. Eu estava ali “na hora certa e no lugar certo”. Com uma leve barrigada a bola parou nas redes. Após a comemoração do gol, cheguei pro Faneco e perguntei “E aí gostou do gol?”. A resposta foi idêntica: “Não! Você, Tico, é muito largo”.

Alguns minutos depois, pouco antes do apito final do lendário `juizão´ Moisés Rodrigues Santana, o Kussumoto “A” fez o segundo gol, por intermédio do Ridê, um japonês bom de bola. Antes de ir para a resenha pós jogo, nos despedimos ali no campo, com um abraço, num jogo que jamais será esquecido. Também com saudades, lembramos Gervasião, Ridê e o “seo” Moisés”, amigos que fizemos no futebol, e já não estão mais entre nós.

Na última segunda feira, em companhia do também corintiano José Aparecido Soares, estivemos na Prefeitura visitando o prefeito Faneco, recordando desta e outras passagens vividas no futebol. Na resenha também estava o Emilio Fujikawa, ex-jogador amador da Ferroviária nos anos de 1960.

Na ocasião ele reafirmou que segue firme, mais do que nunca, torcendo para o Corinthians. Tem dois ídolos no esporte: Ronaldinho Gaúcho, “El Bruxo” e Ayrton Senna, piloto de Fórmula 1.  

Assim como ratificou que está nos seus planos construir um Centro Olímpico, que vai agitar a cidade. Em especial quer ver a criançada, o futuro de Garça e do país, praticando cada vez esporte num nível alto.

Sucesso e muitas vitórias para um corintiano pentacampeão, o prefeito Faneco !!!