Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Hoje vamos recordar os
irmãos Tucilo, que um dia jogaram juntos em nosso futebol amador. Até porque
não é nada fácil ter dois irmãos defendendo um time ao mesmo tempo. Para isto,
recordamos o ano de 1972, quando o Luiz “Bidiu” Tucilo e José Carlos Tucilo,
filhos dos saudosos “seo” Fernando e dona Luzia Tucilo, irmãos da Ângela, defenderam
o tradicional Clube Atlético Ipiranga no Campeonato Amador daquela temporada.
Foi quando o Ipiranga, então comandado pelo técnico Faruk Salmen, fez uma boa
remodelação no elenco, mesclando jovens valores com a experiência de outros.
Quatro anos depois o Ipiranga conquistaria o primeiro e inédito título de
campeão, depois de 16 anos da sua fundação em 21 de março de 1960.
Dos dois irmãos, o mais
“famoso” foi o Bidiu, um ponta direita velocista, que fez sucesso na várzea entre
os anos de 1960 à 1970. Depois devido ao trabalho, mudou-se para São Paulo, onde
continua residindo. Dizem os torcedores mais antigos que o pequenino Bidiu,
não corria, “voava” em campo.
O primeiro time do Bidiu foi
o Paulistinha, onde atuou ao lado do goleiro Waldir Peres. No ano de 1965 a
jovem equipe foi campeã do Torneio “Pedro Valentim Fernandes”. Depois ele jogou
por uma dezena de times, dentre os principais: Ipiranga, Frigus, Mercado,
SASP, Jafense, onde foi campeão amador da região de Marilia. A final foi
realizada em campo neutro, na cidade de Vera Cruz, contra o ótimo Bangu, que
representava Garça. A Esportiva Jafense em jornada inspirada goleou por 4 a 1, com
quatro gols do centroavante Claudião Parisiani, após três assistências do
Bidiu.
Depois em São Paulo
continuou atuando na várzea por um bom tempo. Segundo nos revelou o garcense e amigo Celso
Luiz Ramos, que morava em São Paulo, numa ocasião o Bidiu foi jogar em Diadema,
e simplesmente “acabou com o jogo”, além de ter marcado três gols. Parecia até
o Nilton Batata, atacante do Santos FC. na época. O fato curioso é que assistia
o amistoso um dirigente do Penãrol do Uruguai, que ficou impressionado com o
futebol daquele endiabrado ponta direita. Por um bom tempo insistiu para levá-lo
para um período de testes na equipe uruguaia. Segundo o Celso, o “teimoso”
Bidiu não quis ir.
De outro lado, o José Carlos
Tucilo, mais novo que o Bidiu, jogou por mais tempo aqui na cidade, entre os
anos de 1970 à 1990. Começou como volante, marcador no melhor estilo
“carrapato”, se movimentava bem à frente da zaga. Depois, já mais veterano, se
atreveu a jogar de centroavante. Com a experiência adquirida, era comum
balançar as redes adversárias.
O Carlinhos defendeu o Ipiranga, Garcinha, Vimec, Barol, Jafense (onde foi campeão regional). Ainda disputou dois certames regionais da Liga de Marilia, pelo forte time de Lupércio. Também participou de competições rurais. No encerramento da carreira foi para o futebol suíço, defendendo as cores do Salão Carter, Flamengo e Café Delicioso, dentre outras.
Recordamos uma das formações do Ipiranga, do ano de 1972, com os irmãos Tucilo, posando para a posteridade no “Platzeck”. Em pé, da esquerda para direita: Faruk Salmen (treinador), Nelson Carvalho (dirigente), Broginho, Buzega, Admir, Takashi, Nelson “Agrião”, Zé Bituca, Bertinho e Sérgio De Stéfani (dirigente da CCE); agachados: Bidiu, Alcir, Fabron, Tico e Carlinhos Tucilo.
Como grandes esportistas, os
irmãos Tucilo, até hoje estão ligados no futebol. Mas não com aquela mesma
empolgação de antigamente, quando o futebol brasileiro era soberano e
respeitado em todo o mundo. O Bidiu continua torcendo para o Corinthians, e tem
como ídolo Marcelinho Carioca, o “Pé de Anjo” da fiel. Já a paixão do Carlinhos
é o glorioso Palmeiras, cuja tradição herdou do pai, o “seo” Fernando. Mas tem
com ídolo no futebol, o amigo e conterrâneo, o ex-goleiro Waldir Peres.