Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Não resta a menor dúvida que
o futebol varzeano de outrora era forte e competitivo. Assim como possuía
grandes equipes e jogadores. Não era nada fácil um jogador ingressar num time e
disputar as competições. Em
contrapartida o quadro de arbitragem era também composto por bons e competentes
“juízes”. Até porque para apitar tinha
que entender bem as 17 regras básicas.
Hoje a coluna recorda um
árbitro que marcou época: Omar Júlio Barbante Neubern, sem sombras de dúvidas
um dos melhores que passou no varzeano garcense. O Omar fez sucessos no final
dos anos 70, quando depois de encerrar a carreira como futebolista, resolveu
encarar o desafio de “assoprar a latinha”. Verdade mesmo, pois na época os
apitos eram feitos de “metal ou latão” e não de plásticos como são hoje.
O Omar integrou o pelotão de
elite da arbitragem garcense. Além de conhecer e aplicar as regras, sabia como
“dominar” o jogo. Durante os cinco anos
que esteve em ação dirigiu as partidas decisivas, os clássicos e as grandes
decisões.
Apitava no melhor estilho do
Dulcídio Wanderley Boschila (ex-arbitro da FIFA) com pulso firme e
determinação. Não dava moleza para a `boleirada´, ou se preocupava em jogar bola
ou ia mais cedo pro chuveiro. Com um preparo físico privilegiado acompanhava os
lances em cima da bola. Isto para não dar chances as reclamações. Gostava de
trabalhar em conjunto com o Sorocaba, Adão, Toninho Roberto, Ranulfo, Jomar Português,
Palmital, Moisés Santana e outros.
Outra inovação: na época era
comum os árbitros trajar roupas escuras. O Omar começa inventar moda, comum nos
dias atuais. Gostava de usar camisas coloridas, nas cores amarelas ou vermelhas.
Veja num flagrante no campo do Garça, posando de camisa branca, ao lado dos
auxiliares Ranulfo Jose da Silva (esq) e
Tio Antenor. Com uma ponta de saudade,
lembra dos memoráveis times da Casa Ipiranga, Frigus e do Ipiranga e dos
atletas, Carlinhos Morozine, Toninho Marques, Heitor Tiarim, o goleiro Cabrini,
destaques nos clubes que defendiam.
O atleta – O Omar não jogou bola por muito tempo, mais ou
menos uns 3 anos. Começou no Paulista, depois no time da Rádio Clube, Banco de
São Paulo e Banespa, estes últimos na modalidade do futebol suíço. Veja uma das
formações do Banco São Paulo, durante competição na AABB. Em pé da esquerda
para direita: Cabrini, Zé Luiz Portugues, Clodoaldo Serzedelo, Omar e Genésio; agachados: Valter Alves, Béia, Michelan
e Ednalvo. Gostava de jogar como um meia direita atacante. Um lance, até hoje
faz questão de lembrar: jogando pelo Paulistinha contra o Trans-Ribas foi cruzar
a bola na área e ela entrou no ângulo: 1 a 0. Porém no segundo tempo, o adversário
virou para 7 a 1. No final do jogo me cobraram por ter feito um golaço, que
provocou a goleada no time adversário.
O grande esteio
vem da sua família, composta pela Luzia, Franz, Cláudia, Erick e Mariela. Em
foto recente, veja como está o Omar, ao lado da esposa Luzia e da querida
Netinha Maithê. Atualmente o Omar reside na cidade de Rio Claro. E continua
ligado ao futebol, não deixa de acompanhar o seu querido Corinthians, o eterno
campeão dos campeões.