Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Há exatos 60 anos, o Garça
Esporte Clube realizou um jogo que entrou para a história de nosso futebol
profissional. No dia 29 de junho de 1.956, o Garça recebeu no Estádio de Vila
Williams, o Santos Futebol Clube, então bi-campeão paulista (1955/56), com sua
equipe principal e venceu o amistoso por 2 a 0.
Curiosamente quem nos passou
esta informação foi o são-paulino Luiz Antonio Sganzerla (foto), que com uma
memória privilegiada, tem muitas histórias para contar do futebol profissional
garcense. Até porque entre os anos de 1.953 à l.960, o Luiz foi fotógrafo do
“Foto Esber”, e acompanhou a maioria dos jogos do Garça, tanto em nossa cidade
como na casa do adversário.
Num bate papo informal, o Luiz
não só falou da vitória do Garça, como recordou as escalações de ambas as
equipes que se enfrentaram, assim como outros acontecimentos que ocorreram
durante os noventa minutos. Só nos restou, então, fazer buscas nos arquivos do “Jornal
Comarca” para confirmar os fatos.
E pudemos notar que foi
mesmo um dia inesquecível para os torcedores que lotaram o antigo campo do
Garça em Vila Williams. A cidade praticamente parou para acompanhar o jogo e
ver de perto os ídolos do time praiano. Há!!! foi neste ano que um garotinho de
apelido “Gasolina” começou a treinar no Santos, em seguida se consagraria como
“Pelé”, o maior jogador da história do futebol mundial. Três meses depois, no dia 07/09/1956, o “rei”
estreava no Santos e já marcava seu primeiro gol, no jogo Santos 7 x 1
Corinthians-STA-SP.
A manchete da Comarca foi a
seguinte: “Com um futebol vistoso o Garça Esporte clube suplantou o Santos F.C.
– campeão paulista”, em reportagem do esportista Orlando Covolan, que fez
rasgados elogios a vitória do Garça.
Atuando com mais lucidez e
objetividade, o alvi-anil garcense soube se impor com categoria ao Santos
Futebol Clube, vencendo-o por 2 a 0. Não atuou a contento o quadro santista.
Jogando desembaraçadamente na primeira fase os garcenses dominaram quase que inteiramente seu contendor. A
ausência de Jair motivou descontentamento na torcida. Os gols foram assinalados
na etapa inicial: Cecy e Evaldo os goleadores. Boa atuação de Antonio Assunção
Pereira, árbitro da Federação Paulista de Futebol. A renda foi de aproximadamente
Cr$-180.000,00.
Os quadros que estiveram em
ação: Garça: Velasco, Agamenon e Charret; Altamiro, Mauri e Carret; Liquinho
(Irineu Palmeira) e Zigomar; Haroldo, Cecy e Evaldo – Técnico: Martin Carvalho; Santos: Manga (Barbosinha);
Hélvio (Wilson) e Ivan (Freitas; Ramiro (Valdir) e Fiote; Zito (Cássio),
Alfredo (Zinho) e Carlinhos; Pagão, Vasconcelos e Doval – Técnico: Lula.
Nesta semana conseguimos
reunir, depois de 60 anos, três jogadores que envergaram a gloriosa camisa do
Garça, na memorável vitória em cima do Santos. Veja em pé da esquerda para
direita: Agamenon, que atuou na lateral direita, Irineu Palmeiras, meio
campista que entrou no lugar do Liquinho, e o atacante Haroldo Pereira Martins.
Foi um encontro pra lá de agradável, onde os três recordaram vários lances e
jogadas, em especial os gols do Ceci e do Evaldo. Falaram também de outros
jogos do Garça. Afinal de contas eles tem muitas histórias para contar, pois
vivenciaram uma época de ouro do futebol profissional.
Na outra foto, veja uma das
formações do glorioso Garça, na temporada de 1.958, quando o técnico era
Moacir. Em pé da esquerda para direita: Agamenon, Aldo, Adilson, Xisto,
Altamiro e Dadico. Agachados: Haroldo, Vicentinho, China, Cecy e Plínio Dias.
Na próxima semana,
continuaremos com o “segundo tempo” deste histórico jogo.