sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Recordar é viver: "Garça e o jogo 13 na Loteria Esportiva, 40 anos"












Wanderley `Tico´ Cassolla


Muitos leitores tem acompanhado na coluna “Túnel do Tempo”, os fatos que se passaram em Garça há 40 anos. O Garça FC sempre é lembrado. Na semana passada o destaque foi para o confronto Garça x Linense, disputado no “Platzeck”, no dia 22 de agosto de 1976, e que integrou pela primeira vez a Loteria Esportiva (Boloteca). Foi o jogo 13 do teste 300, e deu coluna um: Garça 2 x 1 Linense. Hoje recordamos mais alguns lances do histórico jogo, que parou a cidade.  O “Azulão” disputava a série Dr. “Paulo Machado de Carvalho” da então primeira divisão do futebol paulista.

Os prognósticos apontavam: coluna um (Garça) com 30%, coluna do meio: 40% e coluna dois (Linense): 30%. O Garça, era presidido pelo esportista Argemiro Beguine, e o elenco mesclava alguns veteranos profissionais com os principais jogadores do futebol amador: o goleiro Jair Proença, e os demais coincidentes tinham o nome começando com e letra “T”:  Tulio Calegaro, Toninho Marques, Tico, Tiarim e Tonho Nego. O Garça acabou vencendo de virada e nos minutos finais. O Linense saiu na frente, gol marcado aos 6 minutos. Depois, aos 11’, o “Azulão” teve um pênalti: João Luiz (ex-MAC) chutou e o goleiro defendeu.

As emoções ficaram para a etapa final. O técnico Valter Zaparolli, por volta dos 20 minutos, promoveu a entrada de Toninho Marques no lugar de Tiarim. A equipe se acertou, principalmente no meio de campo. Aos 29 minutos, depois de uma boa troca de passes entre Túlio Calegaro e Toninho Marques, a bola foi para Cláudio Belon que recebeu e tocou no canto na saída do goleiro do Linense.

O gol da vitória foi aos 35 minutos: o centroavante Tico recebeu passe de João Batista e emendou de esquerda cruzado, a bola entrou no cantinho, depois de tocar na trave. Após o apito final do árbitro muita festa no estádio, até invasão de campo dos torcedores. A renda chegou a casa dos CR$-24.995,00. A arbitragem foi de Sérgio Bertagnolli, auxiliado por Emidio Xavier e Claudinei Bello.

Veja o Garça no famoso jogo da loteria. Em pé da esquerda para direita: Murilo Proença (maqueiro), Túlio Calegaro, Walter, Pedroso, Joãozinho, Geraldo, João Luiz e Rubens (maqueiro). Agachados: Heitor “Tiarim”, Osmar Silvestre, Tico, Tonho Nego, Cláudio Belon e Ari Euzébio (massagista).
No outro flagrante, com o campo lotado, o banco de reservas do Garça: da direita para a esquerda: Rubens (maqueiro), Murilo (maqueiro), João Azevedo, Toninho Marques, Rodolfo, João Batista “Rivelino”, Jair Proença (goleiro), Ari Euzébio (massagista) e Walter Zaparolli (treinador). A noite o gostoso foi ver a “Zebrinha” do programa Fantástico da TV-Globo, pontualmente as 8:00 horas, falar para todo o Brasil, que no jogo 13 deu coluna um: Garça. Em foto recente, veja como está o Toninho Marques, posando com o volante de apostas da Boloteca, teste de nº 300.

TONINHO MARQUES: O são-paulino Antonio Carlos Marques da Costa foi um dos grandes jogadores que marcou época em nossa várzea nos anos 70/80, defendendo o Clube Atlético Ipiranga e também o Garca FC, no ano de 1976. Atuava no meio de campo, praticando um futebol clássico, precisão nos passes e lançamentos. Tinha facilidade para colocar os companheiros na “cara do gol’. Na fase boa dividiu o futebol com os estudos, frequentando a ESALQ - Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiróz” -, de Piracicaba (SP). 

Na várzea começou jogando no juvenil e no time principal da Ferroviária. Se consagrou no C.A. Ipiranga, onde foi bicampeão nos anos de 1976 e 79. Depois foi para o futebol suíço, onde defendeu o Kosminho, até que resolveu encerrar a carreira. Como sempre me falava o Osmar Silvestre, ex-craque do Garça. “Eu já joguei com muitos bons jogadores na minha carreira, desde a época que comecei no Corinthians, junto com o Rivelino e o Adãozinho, mas o Toninho Marques sabe tudo de bola. Só não vira um profissional porque não quer, pois futebol ele tem de sobra”.