Wanderley `Tico´ Cassolla
Muitos leitores tem
acompanhado na coluna “Túnel do Tempo”, os fatos que se passaram em Garça há 40
anos. O Garça FC sempre é lembrado. Na semana passada o destaque foi para o confronto
Garça x Linense, disputado no “Platzeck”, no dia 22 de agosto de 1976, e que integrou
pela primeira vez a Loteria Esportiva (Boloteca). Foi o jogo 13 do teste 300, e
deu coluna um: Garça 2 x 1 Linense. Hoje recordamos mais alguns lances do
histórico jogo, que parou a cidade. O
“Azulão” disputava a série Dr. “Paulo Machado de Carvalho” da então primeira
divisão do futebol paulista.
Os prognósticos apontavam:
coluna um (Garça) com 30%, coluna do meio: 40% e coluna dois (Linense): 30%. O
Garça, era presidido pelo esportista Argemiro Beguine, e o elenco mesclava
alguns veteranos profissionais com os principais jogadores do futebol amador: o
goleiro Jair Proença, e os demais coincidentes tinham o nome começando com e
letra “T”: Tulio Calegaro, Toninho
Marques, Tico, Tiarim e Tonho Nego. O Garça acabou vencendo de virada e nos
minutos finais. O Linense saiu na frente, gol marcado aos 6 minutos. Depois, aos
11’, o “Azulão” teve um pênalti: João Luiz (ex-MAC) chutou e o goleiro
defendeu.
As emoções ficaram para a
etapa final. O técnico Valter Zaparolli, por volta dos 20 minutos, promoveu a
entrada de Toninho Marques no lugar de Tiarim. A equipe se acertou,
principalmente no meio de campo. Aos 29 minutos, depois de uma boa troca de
passes entre Túlio Calegaro e Toninho Marques, a bola foi para Cláudio Belon que
recebeu e tocou no canto na saída do goleiro do Linense.
O gol da vitória foi aos 35 minutos: o
centroavante Tico recebeu passe de João Batista e emendou de esquerda cruzado,
a bola entrou no cantinho, depois de tocar na trave. Após o apito final do
árbitro muita festa no estádio, até invasão de campo dos torcedores. A renda
chegou a casa dos CR$-24.995,00. A arbitragem foi de Sérgio Bertagnolli,
auxiliado por Emidio Xavier e Claudinei Bello.
Veja o Garça no famoso jogo
da loteria. Em pé da esquerda para direita: Murilo Proença (maqueiro), Túlio
Calegaro, Walter, Pedroso, Joãozinho, Geraldo, João Luiz e Rubens (maqueiro).
Agachados: Heitor “Tiarim”, Osmar Silvestre, Tico, Tonho Nego, Cláudio Belon e
Ari Euzébio (massagista).
No outro flagrante, com o
campo lotado, o banco de reservas do Garça: da direita para a esquerda: Rubens
(maqueiro), Murilo (maqueiro), João Azevedo, Toninho Marques, Rodolfo, João
Batista “Rivelino”, Jair Proença (goleiro), Ari Euzébio (massagista) e Walter
Zaparolli (treinador). A noite o gostoso foi ver a “Zebrinha” do programa
Fantástico da TV-Globo, pontualmente as 8:00 horas, falar para todo o Brasil,
que no jogo 13 deu coluna um: Garça. Em foto recente, veja como está o Toninho
Marques, posando com o volante de apostas da Boloteca, teste de nº 300.
TONINHO MARQUES: O são-paulino Antonio Carlos Marques da Costa
foi um dos grandes jogadores que marcou época em nossa várzea nos anos 70/80, defendendo
o Clube Atlético Ipiranga e também o Garca FC, no ano de 1976. Atuava no meio
de campo, praticando um futebol clássico, precisão nos passes e lançamentos.
Tinha facilidade para colocar os companheiros na “cara do gol’. Na fase boa
dividiu o futebol com os estudos, frequentando a ESALQ - Escola Superior de
Agronomia “Luiz de Queiróz” -, de Piracicaba (SP).
Na várzea começou jogando
no juvenil e no time principal da Ferroviária. Se consagrou no C.A. Ipiranga, onde
foi bicampeão nos anos de 1976 e 79. Depois foi para o futebol suíço, onde
defendeu o Kosminho, até que resolveu encerrar a carreira. Como sempre me
falava o Osmar Silvestre, ex-craque do Garça. “Eu já joguei com muitos bons
jogadores na minha carreira, desde a época que comecei no Corinthians, junto
com o Rivelino e o Adãozinho, mas o Toninho Marques sabe tudo de bola. Só não
vira um profissional porque não quer, pois futebol ele tem de sobra”.