sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Recordar é Viver: "Toninho Ornellas, futebol e longevidade"









Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Ele tem uma longevidade incomum no futebol. Próximo de completar 70 anos em 2017, o são-paulino Antonio Ornellas de Almeida, ainda nem pensa em parar de jogar bola. Muito pelo contrário, diz que tem um longa carreira pela frente. Todos os domingos de manhã é presença certa na turma dos “Peladeiros.com”, na quadra de futebol society da Academia Work Body. Este é o Toninho Ornellas, um grande esportista e que gosta (e entende) de falar sobre o futebol.

Nascido na cidade de Pradópolis (SP), chegou bem jovem em Garça. Vindo de uma família humilde, a única opção que tinha era o futebol. Como toda a molecada da época, a diversão era estudar e jogar bola. Na década de 60, campinhos de terra não faltavam, principalmente onde morava, na Vila Nova (atual Araceli), que começava a ser formada.

Se destacando dos demais garoto,s foi chamado para jogar no Bangu, um dos mais tradicionais times de outrora que marcou época em nosso futebol menor. Fez sucesso, atuando de “volante” (camisa 5), apresentando um futebol aplicado, firme no desarme e de passes precisos na armação das jogadas. Foi assim que logo no primeiro ano se tornou campeão regional. Veja o time do Bangu, com os jogadores posando com a faixa no peito. Em pé da esquerda para direita: Jorge Teixeira (dirigente), Zé Roupeiro, Toninho Marques (dirigente), Argemiro Beguine (dirigente), Abel, Pelé, Toninho Ornellas, Edgar, Piúza, Ditinho Piúza, Turcão e Barros (treinador). Agachados: Tonho Massagista, Simão, Haroldo, Osvaldinho, Adamir Barros, Daniel Berno e Euclides Tercioti.

Nesta época travou grandes duelos com o Real Garcense, de Vila Manolo (atual José Ribeiro), onde disputaram verdadeiros dérbis pela várzea. Quando estas equipes se enfrentavam a cidade praticamente parava ver o clássico, na maioria das vezes realizados nos campos de terra que tinham em cada vila.

Em grande forma no mesmo ano de 1.966 “assinou” com o amador do Garça Futebol Clube para disputar competições regionais promovidas pela Federação Paulista de Futebol (veja a ficha de inscrição).

Entre os anos de 1.967 à 1.977 mudou para a cidade de São Paulo e nesse período parou com o futebol. Na volta à Garça jogou em vários times, com destaque para o Pereira & Santos, Casa Ipiranga, Jafense, América e Vimec. No futebol suíço defendeu o Salão Carter, Kosminho, Fitotécnica e Cotrag. Uma curiosidade: sempre foi um atleta, primando pela disciplina, tendo recebido poucas punições. Tanto é verdade que na sua longa carreira foi expulso de campo apenas duas vezes. Na sua visão, Toninho Ornellas não se cansa de falar que o futebol mudou muito. Antigamente havia bons times e grandes jogadores, citando como exemplo o Dominguinhos, Plínio Dias, Abel, Jacó, Gerson, Rubens Rossini, Chico Ramalho, Toninho Marques, dentre outros. Dos mais recentes, destaca Dinho Scartezini e Dinho Parreira.

Segundo o Toninho Ornellas (posando com a camisa da seleção brasileira), hoje o futebol mudou muito, é muita força e preparação física, a técnica ficou num segundo plano. Mas ainda ele tem esperança na volta daquele futebol gostoso de assistir e vitorioso do Brasil. Quanto a “pendurar a chuteira” ainda não está nos seus planos. E como bem diz o palmeirense Marquinhos “Vai” Antonio, do grupo Peladeiros.com: “O Toninho Ornellas vai continuar jogando bola por muito tempo, vai passar dos 100 anos, dando show na garotada”