sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Recordar é Viver: "O zagueiro Bô também jogou no Noroeste de Bauru"









Wanderley `Tico´ Cassolla


A internet chegou mesmo para revolucionar o mundo. Navegando você encontra praticamente tudo que imagina. Em nossas pesquisas  pelo mundo do esporte/futebol vamos encontrando verdadeiras relíquias, principalmente fotos de times ou jogadores que brilharam no futebol do passado. Hoje é fácil registrar num “clique”. Antigamente uma foto era artigo de luxo.

Ainda esta semana achamos no Facebook uma rara foto do Noroeste, de Bauru, do ano de 1.971, onde um dos destaques era o Carlos Alberto Sabione Lemos Soares, o nosso craque Bô, do memorável time do Garça dos anos 70. Veja a tradicional “Maquininha Vermelha” que posou para a posteridade no Estádio “Alfredo de Castilho”. Em pé, da esquerda para direita: Carlos Ivan, Luis Carlos, Lelo, Bô, Virgílio e Lulinha. Agachados: Nelinho, Marino, Julinho, Edvaldo e China.

E os comentários dos internautas sempre elogiando o futebol do Bô. Vamos reproduzir alguns. Marcos Rodrigues: “O Bô jogava muito, era de Cafelândia, o que ele jogava era brincadeira”.  Marco Bechir: “O Bô, defendendo o Noroeste, fez um gol antológico, batendo uma falta de intermediária no gols dos eucaliptos. Encheu o pé, a bola bateu na forquilha direita e morreu (encaixou) no ferro da trave, sem bater na rede, inacreditável”. Reinaldo Lapão: “Quem viu, viu, Bô (jogou comigo no Linense), sabia tudo de bola”. O nosso conterrâneo Celso Luiz Ramos também comentou: “Talvez o Bô não foi do seu tempo - referindo-se ao corintiano Enéas Filho - Mas como jogava, era o melhor em campo em todos os jogos. Numa visita recentemente em Lins, ouvi de vários esportistas locais, que os dois maiores jogadores do Linense de todos os tempos foram o Leivinha e o Bô”.
Marcos Rodrigues: “Tenho toda certeza disto, Bô e Levinha (ex-Palmeiras), dois craques que surgiram no Linense”.

Falar do Bô, é chover no molhado. Ele chegou a Garça (foto) no início do ano de 1.970, vindo do Linense. Inegavelmente é apontado por todos os torcedores como um dos melhores jogadores da história do Garça. Um zagueiro clássico, que não dava `chutão´. Matava a bola no peito e saia jogando. Ótimo no cabeceio, antecipava as jogadas para desarmar os adversários. Era um líder em campo.

Sua passagem pelo Garça foi rápida. Vários clubes viram grande potencial técnico e ele seguiu carreira; defendeu o MAC, Guarani, Umuarama, Comercial (Ribeirão Preto) e Atlético Goianense, até que encerrou a carreira no ano de 1.978, devido uma contusão no joelho. Pelo futebol que jogava, merecia uma melhor sorte no futebol brasileiro. Não deu sorte. Depois foi técnico do Garça, quando o “Azulão” retornou ao futebol profissional, no ano de 1.984, levando o time ao vice-campeonato da 3ª divisão, e o acesso para a série A-III do futebol paulista.

Poucos sabem, mas o Bô é irmão do ex-zagueiro Estevam Soares (foto), campeão brasileiro pelo São Paulo, no ano de 1.977, atualmente um consagrado treinador. Na sua página na net, também achamos um bonita homenagem que fez ao inesquecível mano Bô, que reproduzimos: “Durante toda a minha vida, muitas pessoas passaram por mim, dia após dia. Mas algumas pessoas, ficarão para sempre em minha memória. As levarei para sempre em meu coração, as vezes pelo simples fato de terem cruzado meu caminho, às vezes pelos simples fato de terem dito uma única palavra quando precisei. As vezes por ter me dado um minuto de atenção, e me ouvido falar de minhas angústias, medos, vitórias e derrotas. As vezes por terem confiado em mim, e me contado também seus problemas, angústias, vitórias e derrotas. Isto é ser amigo: é ouvir, confiar, é amar. E amigos de verdade ficam para sempre em nossos corações, assim como as pegadas na alma, que são indestrutíveis. A você meu amigo, meu irmão que tanto admirava, você sempre será muito importante e especial para mim”.