sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Recordar é Viver: "Sempre é Carnaval"












Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Outrora estávamos na coluna falando da alegria dos garcenses que tinham a oportunidade de curtir mais um carnaval, então considerada a maior festa popular do Brasil. É que sempre dávamos um tempo para a bola, até porque durante cinco noites a folia tomava conta de tudo e de todos. Hoje só restou saudades dos bons tempos do carnaval de salão e até mesmo dos desfiles da Rua Carlos Ferrari. Carnaval pra valer mesmo só nas grandes capitais e bem poucas cidades. Dá para se contar nos dedos. De fato os tempos mudaram e a tradição do carnaval foi perdendo espaço. O mundo vem evoluindo, e as gostosas brincadeiras perderam o glamour, caíram no esquecimento. 
                        
Um dos motivos sem sombras de dúvidas é a “net”, principalmente entre a juventude. Com isto o carnaval também sentiu um duro golpe. Acompanhando o noticiário verificamos que dos poucos mais de 5.500 municípios brasileiros, uma quantidade pequena, próxima das 10% ainda tentam manter a tradição. Para se ter uma ideia as duas maiores cidades de nossa região Bauru e Marília, os bailes carnavalescos sucumbiram. Assim como o futebol profissional ficou inviável, lamentavelmente.

A festa que era popular, praticamente ficou elitizada, com muito luxo e grana pra quem quiser curtir.  Só nos resta ficar em casa e assistir na tela da TV os desfiles das escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo, e os corsos da Bahia, Pernambuco e outros Estados do Nordeste.

Só para lembrar, em Garça era realizado um dos melhores e mais movimentado bailes carnavalescos da região. Os principais clubes ficavam completamente lotados. Quem não se lembra dos bailes do Grêmio e do Tênis Clube e mais lá atrás do Clube Zé do Patrocínio, Kai-Kan e Clube de Garça.

Sem falar do “Panelão”, que fervia pra tudo quanto é lado de tanta animação. Hoje somente o Clube da Terceira Idade tenta manter a tradição e vai realizar o seu Forroval, com muitas marchinhas, axé, samba e forró, hoje e na próxima segunda feira, a partir das 22 horas. O responsável para comandar o evento será o DJ John. Para o folião garcense uma boa pedida é o `Gália Folia´, na vizinha “Princesinha da Seda”, que promete muita animação, a cargo da Banda Pecado Capital. Começou ontem e vai até o próximo dia 27 (segunda feira), no Ginásio de Esportes “Leôncio Silva”. 

Recordamos alguns flagrantes de antigos carnavais. Um grupo de foliões, sob o comando do Poeta Faustino, que acompanhou a carreata que saiu da praça da Prefeitura em direção ao lago no ano de 2.015. Na outro fato, do ano de 1.974, um trio palhaços, que desfilou no Grêmio. Da esquerda para direita: Gilberto Esteves, José Luiz “Português” e Italino Sitta. E um momento raro, quando o Garça EC. disputou um jogo festivo em pleno domingo de carnaval. Os jogadores casados atuaram vestidos de mulheres e os solteiros de terno. Veja a panca da atleta Plínio Aredes Dias, adentrando ao gramado para jogar ou bailar, sei lá. Só não conseguimos descobrir quanto foi o resultado. Há!! e também a famosa “banda furiosa” do maestro Geraldo Moisés, com o Fernando, Paulinho e Mateus, animando mais um folião de salão do Centro Esportivo do Garça, no ano de 1.985. 

Como bem nos revelou um grande folião de outrora Italino Sitta: “Quem pulou carnaval, pulou, quem não pulou, não pula mais. E quem cantou, cantou, quem não cantou, não canta mais as eternas marchinhas: Mamãe eu quero, Cabeleira do Zezé, Saca-Rolha, Turma do Funil, Transplante de Corintiano, Marcha da Cueca, Me dá um dinheiro aí, Allah-la-ô, Máscara Negra, Cidade Maravilhosa e tantas outras”. Bons tempos que não voltam jamais.