sexta-feira, 7 de julho de 2017

Recordar é Viver: "Rogerinho, o maior goleador do futebol profissional garcense"











Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Na última quinta-feira faleceu Rogerio Amadeu Atílio, o maior artilheiro da história do futebol profissional garcense. Rogerinho, que tinha 80 anos, sentiu-se mal no sábado, foi levado pelos familiares para tratamento em Bauru, porém veio a falecer. O ex-atacante do Garça ultimamente dividia sua residência entre Bauru e Garça. Nos finais de semana era visto “rondando” os campos do futebol suíço, sempre acompanhado dos inseparáveis amigos Polaco e Tonho Nego. Gostava de assistir um bom jogo e comentar os lances e gols e as “pisadas” na bola dos jogadores. E também contar histórias do passado, da época que foi atleta profissional. Era admirado por todos os torcedores. Em 2.012 foi homenageado no Campeonato Amador. No aniversário de Garça deste ano, o Lions Clube de Garça, fez significativa homenagem, dando seu nome ao troféu de campeão da Taça Cidade de Garça, vencido pelo ótimo time do Os Pior.

Depois na reunião semanal do tradicional clube de serviços, ganhou um certificado de reconhecimento pelo exemplo de esportista. Agradecendo Rogerinho disse “que mesmo sendo carioca da gema, e um atleta profissional, viveu em várias cidades, mas nunca encontrou uma como Garça, onde fez vários amigos e escolheu para ficar definitivamente. Veja no flagrante o Rogerinho (esq) ao lado do “leão” Celso Antônio, recebendo a última homenagem em vida.

A CARREIRA:  A chegada do Rogerinho em Garça há 50 anos foi triunfante, como ele me contou certa vez: “de Presidente Prudente veio de carona até Marilia, onde pegou um ônibus com destino à Bauru, e desceu no trevo próximo a A.A.B.B. Era um feriado, e vinha andando a pé até a cidade, a estrada era ainda de terra, não tinha asfalto. De repente parou um carro, no volante um padre, que lhe deu carona. Revelei que era um novo jogador do Garça, o padre não só me deu as vindas, como fez um “sermãozinho”. Por isto desde o início foi “abençoado” aqui.

Rogerinho é o maior artilheiro da história do Garça FC, com a expressiva marca de 54 gols, segundo o livro “A trajetória do Futebol Profissional do Garça", de autoria do professor Luiz Mauricio Teck de Barros. Um meia-atacante rápido, de dribles curtos e goleador. Nascido no Rio de Janeiro, na comunidade de Vila Isabel, começou a carreira nas equipes de base do glorioso Vasco da Gama. Jogou ao lado de consagrados craques do futebol brasileiro: Pinga, Roberto Pinto e Ademir da Guia, este ainda juvenil do Bangu, depois se tornaria o maior ídolo do Palmeiras. Disputou o primeiro campeonato carioca pelo Barra Mansa, em seguida foi contratado pelo Sorocaba, do extinto time da Estrada de Ferro Sorocabana, onde atuou ao lado do zagueiro Marinho Peres. Depois jogou no Taubaté e no Corinthians de Presidente Prudente. Nos idos de 1.967 foi contratado pelo Garça, e fez história. Foi campeão da então 2ª divisão no ano de 1.969. 

Depois de encerrar a carreira trabalhou no Frigus, e foi jogar pelo time do frigorífico. Também foi árbitro em nosso futebol amador. Até que foi para Bauru, trabalhar na prefeitura da cidade “Sem Limites”, como professor de escolinhas de futebol, a se aposentou no ano de 1.984. Veja uma das formações do grande Garça, de início dos anos 70, uma equipe que marcou época. Em pé da esquerda para direita: Plínio Dias, Ari Lima, Fernando, Belmiro, Luizão e Dadi. Agachados: Helinho, Grilo, Osmar, Rogerinho e Coró. Na outra foto, veja o Rogerinho (a dir) ao lado do beque Pedroso, um dos xerifes da zaga garcense.  Depois uma foto rara de 1978, campeão da Copa Lions sobre o Banespa, jogando pelo forte time do Frigus. Em pé, da esquerda para direita: Pedro Soares (goleiro), Fião, Ditinho Marcola, Joatan, Polaco e Rogerinho. Agachados: Natal, Espigolon, Natalino, Edson Tercioti e Vardinho. 

Na quinta-feira o Rogerinho  nos deixou, com a certeza de sua missão cumprida, se transferiu dessa vida e foi marcar mais gols nos campos celestiais. Mas ficará por todo o sempre incrustado no carinho, no coração, na ternura e na sinceridade, do nosso cantinho da saudade.