Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Depois
do futebol um dos esportes que mais me atrai é o da velocidade. Adoro assistir às
corridas de carros e motos. Outrora até que era mais apaixonado, época que o
Brasil tinha grandes pilotos, verdadeiros campeões na Fórmula 1. Nas décadas de
70 a 90 os pilotos brasileiros fizeram história, ficando entre os melhores do
planeta. Quem não se lembra dos irmãos Wilson e Emerson Fitipaldi (para mim um
dos mais completos), de José Carlos Pace, Nelson Piquet, a lenda Ayrton Senna,
Rubinho Barichello e Felipe Massa. Dava gosto ver na televisão aos domingos de
manhã uma corrida do campeonato. Primeiro nas vibrantes narrações do Luciano do
Valle, ainda em preto e branco. Depois com Galvão Bueno, já em cores, levando mais
emoções. Era certeza de vitória de
um piloto brasileiro ou um lugar de destaque
no pódio. Convenhamos foi uma época de ouro do automobilismo brasileiro.
O tempo passou e nossos pilotos
não são mais os mesmos. Passaram a mero coadjuvantes, seja em termos de
vitórias ou títulos. Sempre tive vontade de assistir ao vivo um GP, mas não
dava certo, e ia protelando.
Até que este ano criei
coragem e domingo passado fui ao Autódromo de Interlagos. Só que o “projeto
F-1” começou bem antes, no mês de maio quando os ingressos começaram a ser
vendidos. Que diga-se de passagem, a preços “salgados”. O ingresso mais barato foi vendido a R$ 500,00 e o mais caro, R$ 15.000,00. Aproveitando o benefício
de “idoso”, adquirimos um ingresso pela metade do preço. Tudo depois de mandar
uma vasta documentação comprobatória. Fomos pagando em suaves prestações e
também ir fazendo um “caixa”, pois o mundo da F-1 não é barato. Não achamos
nenhum outro “maluco” nesta aventura, então rumamos sozinhos para SP. Mas foram
dois dias de fortes e inesquecíveis emoções. Estar ao vivo em Interlagos,
assistir uma corrida válida pela temporada/17 foi pra lá de bom. De fato, lá
dentro é um outro mundo, tudo muito bem organizado, um público de 141.218 nos
três dias. Nunca vi tanta gente falando “enrolado’, e uma torcida empolgada do
mundo inteiro. Destaque para os italianos, para mim os mais fanáticos e
festeiros. No sábado à tarde aconteceu o treino oficial. Após o desfile de
vários carrões vermelhos da “Ferrari”, para encher os olhos e dar água na boca.
Lá encontrei o garcense Celso Luiz Ramos. Vi de perto os ídolos, Rubinho Barrichello, Emerson Fittipaldi e o tri-campeão Jackie Stewart, uma dos maiores
pilotos da história da F-1.
Agora no domingo foi a vez de
ouvir o “ronco” das supermáquinas. Lindo e impressionante, desde a volta de
apresentação até a corrida pra valer. Um carro voando na sua frente a mais de
300 km/hora, com ultrapassagens espetaculares. Não tem pra ninguém! Como bem
dizia o Paulo Henrique, um amigo da cidade de Uberaba/MG, que fiz lá: “O trem é
bruto. Daqui a pouco levanta voo”. Ele foi meu guia, sabia tudo dos carros e pilotos.
Um mineiro apaixonado e entendido na F-1. Foram quase duas horas de prova com
adrenalina a mil. Há!!! Estava me esquecendo, o vencedor foi o alemão Sebastian
Vettel (Ferrari), o britânico Lewis
Hamilton (Mercedes) já era o campeão mundial. O nosso Felipe Massa (Williams)
se despediu das pistas terminando na 7ª posição. E eu realizei um sonho de
infância, que jamais será esquecido.