Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Dias
atrás, andando pelas ruas da cidade, encontramos o Reginaldo da Silva, ex-atacante
do Garça, que não víamos há um bom tempo. Pelo nome poucos se lembrarão dele.
Mas se falarmos do apelido “Linguiça”, todos saberão quem é. Até porque entre
os anos de 1.984 a 1.988 defendeu a gloriosa camisa do Garça, e fez história.
O
Reginaldo “Linguiça” ainda continua um bom papo, conversamos bastante e o
assunto predominante foi o futebol, evidentemente. Recordou dos bons tempos que
jogou bola, era um ponta direita ofensivo, daqueles que partia para cima dos beques,
e driblava mesmo, se o lateral bobeava “caía sentado”. Comentou que se fosse
hoje, e tivesse um bom empresário, teria jogado num grande time.
Mas deu azar,
neste aspecto. Jogou em vários times do interior, pouco ou quase nada ganhou. É
a realidade do futebol brasileiro. Uns ganham muito. A grande maioria, pouco ou
quase nada.
Se
dentro dos gramados o Reginaldo fez a alegria dos companheiros e dos torcedores
com seus dribles desconcertantes, até marcando uns gols de vez em quando,
depois que parou com o futebol, não teve a mesma sorte.
A nova vida fora do futebol foi difícil, para
não falar cruel. Confessa que andou “jogando errado, marcou uns gols contras”, passou
por dificuldades, mas está aí, pronto para uma nova etapa. Já superou os
contratempos, e bola pra frente. Inclusive recebeu convite para disputar o
campeonato de futebol suíço master. Está estudando. Apesar do “suíço’ não ser a
sua praia, pois prefere mesmo jogar num gramado grande. Agora se confirmar o
retorno, a modalidade master ganhará um belo reforço.
A CARREIRA: Reginaldo da Silva, ou “Linguiça”, começou jogando no futebol amador da cidade. Nem bem disputou duas temporadas, uma pelo Cavalcante, outra pelo Ouro Verde, onde acabou despontando e já foi contratado pelo Garça, no ano de 1.984. Neste ano “Azulão” retornava ao futebol profissional, e tanto o presidente Antonio “Biga” Marangão, como o técnico Carlos Alberto Sabione Lemos Soares, o “Bô”, viam nele um jogador de futuro.
No
Garça também foi comandado por renomados treinadores, o Itamar Belasalma, Servílio
de Jesus e Altamiro Gomes, que não cansavam de elogiar o seu futebol. O João
Luiz, ex-colega de time sempre falava: “O Linguiça sabe jogar bola, tem talento e criatividade. Bem orientado se tornará
um craque consagrado”. Também joguei com ele no Garça, e posso dizer que era
diferenciado, fazia malabarismo com a bola nos pés.
Depois
do Garça, o “Linguiça” jogou no Vocem (Assis), Umuarama (Paraná), São Bento
(Marília), Itumbiara (Goiás), Clube Atlético Linense e Esportiva Santacruzense, quando “pendurou as chuteiras” e encerrou a carreira no futebol. Agora está
ensaiando um retorno no futebol suíço master.
Veja
o time do Garça, retornando ao futebol, no ano de 1.984. Em pé da esquerda para
direita: Antonio “Biga” Marangão (presidente), Barbosa (preparador físico),
Botinha, Mamela, Dinho Parreira, Osmar “Tanajura”, Julio Tibério, Arenghi e
Jair Montemor (dirigente); agachados: Tiana, João Luiz, Gaúcho, Reginaldo
“Linguiça”, Canhoto e José Luiz (massagista). No outro flagrante veja o banco
de suplentes durante um jogo de campeonato, num “Platzeck” lotado. Da esquerda
para direita: Bô (técnico), Dr. André Gavioli Rodrigues, Zé Luiz (massagista),
Julio Tibério, Tico, Reginaldo, Betinho Calegari e Jair goleiro.