Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Continuamos
recordando os jogadores que chegaram a presidência do Garça. Depois do Celsinho
(jogador), Antonio “Biga” Marangão (mascote), hoje encerramos a série, com
Antonio Rodolfo Devito, ex-atacante dos anos 70/80, e que no ano de 1.987,
acumulou três funções ao mesmo tempo: jogador, técnico e presidente. Acredito ser um caso inédito no futebol profissional.
O Garça já não era o mesmo de temporadas passadas. Enfrentava momentos
de “turbulência” principalmente na parte financeira. A diretoria, sob a
presidência de Evilázio Magalhães, renunciou com o campeonato da 3ª Divisão em
andamento. Para o time não parar e também não ser desfiliado pela Federação
Paulista de Futebol, Devito acabou assumindo “o pepino” no biênio 1987/88.
Na
época, Rodolfo Devito era vereador e presidente da Câmara Municipal de Garça, e
montou uma diretoria composta de vereadores como João Truzzi, João Alexandre
Colombani, Olívio Turato e Ari Braga. Para completar a equipe, alguns comerciantes e esportistas da cidade, tais
como Gilberto Garcia, Itamar Travençolo, Oswaldo Delfino, dentre outros. Em
comum acordo com a diretoria, foi contratado como técnico o “ex-becão” José
Pedroso, antigo craque do Garça, o que agradou bastante a torcida garcense. Com
o campeonato em andamento, Pedroso foi substituído pelo Carlos Alberto S. Lemos
Soares, o Bô, outro craque do Garça.
Quanto
ao elenco, basicamente, foi montado com jogadores dos juniores, do amador, região,
e alguns profissionais. O Garça até que fez uma campanha mediana no difícil
campeonato, pois tinha pela frente fortes adversários. Três jogos não saem de
sua memória. Na estreia um bom empate com o Linense, e depois no derby
regional, contra o MAC, outro empate em 1 a 1, ambos os jogos no “Platzeck”,
para alegria dos torcedores garcenses. E o outro confronto marcante foi
novamente contra o C.A.Linense, na vitória do Azulão por 2 x 1, em jogo que fez
parte do Teste 300 da Loteria Esportiva. “Nunca vi o campo tão lotado e festivo
como naquele 22/08/1.976, a imprensa do Brasil inteiro falando do Garça e de
Garça”, destacou. No balanço final, a certeza da missão cumprida. “Se o Garça
não subiu, também não caiu. Como jogador entrei em vários jogos, até marquei
gol. Como presidente honrei todos os compromissos, principalmente pagando os
salários dos atletas em dia e não devendo nada na praça”. Veja o Garça do ano de 1.987. Em pé da
esquerda para direita: Pedroso (treinador), Cláudio, Tuca, Emílio, Valmir,
Carlão, Silvio, Rodolfo, Nenê Miranda e Celso (preparador físico); agachados:
Marquinhos, Araújo, Betinho Calegari, Márcio Gravatim, Reginaldo “Linguiça”, Caia,
Tião torcedor e José Luiz (massagista).
A
CARREIRA: Antonio Rodolfo Devito,
nasceu em Vera Cruz, é filho de Antonio Devito e da professora Belinha Geib
Devito, e sempre foi ligado ao futebol. Ainda menino deu seus primeiros chutes
no Vera Cruz - Dente de Leite. Com grandes atuações no campeonato da categoria,
promovido pela Rádio Dirceu de Marília, foi convidado para integrar o
infanto/juvenil do MAC, treinado pelo competente Pupo Gimenez. No Maquinho fez
dupla de ataque com Jorginho Putinati, um craque consagrado no futebol
brasileiro. Depois passou uma temporada no juvenil da Ponte Preta. Em 1.973,
sua família mudou para Garça e no ano seguinte foi convidado pelo então
presidente Marcelo da Costa Val para jogar no azulão. Lembra como uma “ponta de
saudade” do grande time dos anos 70, que contava com jogadores do quilate de
Chiquinho, Franz (goleiros), Ari Lima, Pedroso, Brito, Abegar, João Luiz,
Osmar, Claudio Belon, Rogério, David e com os iniciantes João Azevedo, Tonho,
Toninho Marques, Tico, Tiarim, Túlio, Jair Proença, Du Pessoa e Alcyr (filho do
grande craque Ceci, que marcou época no Azulão). Veja uma das formações do
Garça. Em pé da esquerda para direita: Nena, Chiquinho goleiro, Manduca,
Corinho, Pedroso e Abegar; agachados: Di Pessoa, Rodolfo Devito, Rogerinho,
Osmar Silvestre e Carlinhos.
Depois
jogou ainda profissionalmente na Cafelandense (1985) e Ranchariense (1986). No amador
de Garça não disputou o campeonato, somente participou da Copa Lions uma vez
pelo Cavalcante e outra no Flamengo. Mesmo
envolvido com o futebol, Rodolfo Devito fez questão de priorizar os estudos,
uma situação inimaginável para os “boleiros” da época. Formou-se em Geografia, depois se licenciou em Ciências
Sociais, sendo professor de diversas escolas de Garça cidade, onde morou por 20
anos.
De volta a terra natal, tomou novos rumos, entrou na política, e foi
eleito Prefeito Municipal em dois mandatos. Rodolfo Devito é casado com a
Renata Zompero Dias e o casal tem um filho, o Conrado (foto). A esposa Renata é
a atual prefeita de Vera Cruz, cargo que já ocupou no executivo vera-cruzense
entre 2009/2012. Mesmo não vivendo o dia a dia de nossa cidade, ele acompanha quase
que tudo o que acontece por aqui. Como um bom esportista, torce como ninguém pela
volta do Garça, e que o time volte a fazer “bonito” nos campeonatos da
Federação Paulista de Futebol.