Por Wanderley `Tico´ Cassola
“Eu, Mauri, portador
de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), palmeirense roxo, não desanimo com as
perdas, e vibro a cada vitória. A ELA me privou de muitas coisas, mas há várias
coisas que eu ainda consigo resistir. Eu sei da minha força. Eu amo meu time. AVANTE
PALESTRA – Parabéns pelos 107 anos” !!!!
Confesso que já estava com um outro artigo pronto para a coluna de hoje, que geralmente faço nas noites de quintas feiras. Mas ao ver em rede social, os parabéns do palmeirense Mauri Ribeiro Proença, dirigidas ao time do coração, a gloriosa Sociedade Esportiva Palmeiras, salvei tudo e fica para a próxima vez. Hoje a coluna é dedicada ao Mauri e também ao Palmeiras.
Meio que na correria, montamos de última hora, mas acho que o motivo é
justo. Afinal de contas além do Mauri ser amigo das jornadas esportivas de
antigamente – jogamos juntos no Ipiranga – corre nas suas veias um sangue
verde, que o impulsiona a lutar bravamente pela vida, seguindo o destino que Deus
lhe reservou.
Quem
conhece o Mauri sabe o quanto ele adora o futebol. Desde os tempos que jogava
bola – um grande atleta – até quando teve que “pendurar as chuteiras” ainda
jovem, por causa desta terrível doença. Com a bola teve que parar, mas o seu
amor pelo Palmeiras não. É infinito. De fato, o futebol vai além das quatros
linhas.
As
dificuldades para o Mauri sobreviver são muitas. Entretanto vários fatores superam
estas adversidades. O principal vem da força e fé em Deus. Depois dos
familiares e amigos, todos jogando junto com ele. A medicina é outro importante
aliado, avançando sobremaneira no combate à doença ELA. Mas a paixão pelo
futebol e principalmente pelo “Verdão”, vem sendo fundamental e decisivo,
proporcionando aquela felicidade de viver, que vem lá fundo do coração e da
alma. Afinal de contas o Mauri sabe da força que tem, não desanima jamais nas
derrotas e, bravamente, continua a resistir. Tudo pelo amor imensurável ao seu amado
Palmeiras. Quem sabe a coluna consiga chegar a algum dirigente do Verdão, e o
sensibilize o quanto o futebol é importante, leva emoções e esperanças na vida
de um mero torcedor.
PARABÉNS MAURI: Nascido em Garça no dia 23 de julho de 1.970, é filho do casal Murilo e Dona Deolinda. Teve uma bonita carreira no futebol menor garcense. Sempre foi um jogador de destaque no Campeonato Amador ou no suíço. Versátil, jogava tanto de zagueiro como no meio de campo, um volante. Também era armador. De uma família de esportistas, é irmão do goleiro Jair Proença e do zagueiro Jaime. Adorava jogar bola, desde as brincadeiras com os garotos de rua, na escola, até quando foi disputar as competições na cidade.
No ano de 1.989, jogou no Guarani, na Copa Seletiva. Depois disputou a 1ª Divisão pelo João Paulo II, em seguida o Parma, o Clube Atlético Ipiranga e o João Paulo. Até que nos idos de 2.000 resolveu disputar o suíço, defendendo a Cotrag e o Kosminho (foto), equipes dirigidas pelo Luiz Quine. Ainda em grande forma, decidiu participar do Campeonato Amador, jogando na Cotrag e no JPE/LM, até que em 2.005, retornou para o futebol suíço, onde jogou no Pereira Usinagem, Kosminho, Dinos (foto) e Os Pior, onde encerrou a carreira no ano de 2.0l3. Vale registrar que por três anos seguidos entre 2.009 a 2.011, quando era do Kosminho, o Mauri foi eleito o melhor zagueiro da modalidade. Era um zagueiro leal, jamais apelava para faltas violentas, tanto é verdade que poucas vezes recebeu o cartão vermelho.
No lado profissional, o
Mauri integrou a Policia Militar do Estado de São Paulo, prestando serviços na Polícia
Rodoviária, sempre admirado e respeitado pelos colegas de trabalhos, até que a
saúde o levou à aposentadoria.
PARABÉNS PALMEIRAS: E o que seria do futebol brasileiro (quiçá mundial), se não existisse o Palmeiras? Creio que não teria a mesma força, alegria e desportividade. Na última quinta feira (26/08), o Palmeiras fez aniversário, completou 107 anos, vivenciando uma trajetória histórica gloriosa e centenária. Muitos títulos, conquistas, e uma vibrante e fanática torcida que canta e vibra pelo time.
Vamos recordar alguns dos mais de 350 títulos conquistados, somente pelo time principal no futebol: 10 campeonatos brasileiros; 4 Copas do Brasil; 2 Copas Libertadores em 1.999 e 2.020; Pentacampeão do Torneio “Rio São Paulo”; 23 títulos do Campeonato Paulista, fora mais dois extras. E muitos outros. Sem falar na Copa Rio Internacional, no ano de 1.951, equivalente ao Mundial de Clubes, devidamente reconhecido pela FIFA em outubro de 2.017, como campeão mundial. Como bem diz a letra do imponente hino alvi-verde “O Palmeiras no ardor da partida, transformando a lealdade em padrão, sabe bem levar de vencida, e mostrar que de fato é campeão”.