Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Abrimos o jornal “Comarca”, na última quarta-feira, e na coluna
2, do Tonhô, vimos a triste notícia: “a cidade sofreu uma grande perda, no
último sábado, com o falecimento de Pedro Krusicki. Foi um cidadão atuante em
nossa comunidade, desde a sua chegada de São Manoel, para se estabelecer no
ramo de selaria, juntamente com seu irmão Luiz Krusicki.
Na sua juventude, Pedrão, como era
carinhosamente conhecido, foi um grande esportista, participando de várias
equipes de nossa várzea e também defendendo as cores do time de basquetebol do
Garça Tênis Clube em competições municipais e regionais. Ao término de sua
carreira de atleta, Pedrão continuou militando no setor esportivo garcense,
como integrante do quadro de árbitros da Liga Municipal de Futebol e depois
como dirigente dessa entidade.
Exerceu
a vereança, na legislatura de 1973 a 1976 e posteriormente assumiu a vaga
deixada com a extinção de mandato do vereador Boanerges do Prado Vianna, de
1981 a 1982. A cidade deve a Pedro Krusicki a construção da Praça Tancredo
Neves. Na época, a Prefeitura planejava doar a quadra inicial (a que fica ao
lado da Tintas & Tintas e defronte o restaurante Tempero Manero), para uma
empresa mariliense do setor moveleiro, construir sua filial em Garça. Pedrão
constituiu advogado e entrou com ação judicial impugnando a doação. Diante dos
sólidos argumentos apresentados por Pedrão, a empresa resolveu desistir da
doação e posteriormente a Prefeitura acabou decidindo pela construção da praça.
Na defesa de seus projetos, o amigo Pedrão era realmente inflexível”.
Nós
convivemos com o Pedrão Krusicki por muito tempo, até porque ele gostava de
falar sobre futebol. Era fervoroso torcedor do glorioso Corinthians Paulista. O
seu estabelecimento comercial, a Selaria São Geraldo (foto), que ficava na Rua
Cel. Joaquim Piza, nº 251, onde hoje é a Loja Rena India, virou ponto de
encontro dos esportistas para “discutir” futebol, falar dos grandes times de
SP, do Garça FC, a seleção brasileira e os campeonatos em andamento. Ah!!! E
também um pouco da política da cidade, outro assunto que despertava o interesse
dos frequentadores. Com certeza algumas decisões foram iniciadas ou decididas
ali, que o diga o ex-prefeito Assis Bosquê, frequentador assíduo.
E
o Pedrão sempre tinha uma história nova para contar, até porque foi um atleta
polivalente. Gostava de falar dos tempos que jogou futebol, basquetebol, voleibol,
quando representou Garça no atletismo em competições regionais, nos anos 60. Veja
na foto, lançando o disco. Na outro flagrante (à dir.) como jogador do Bangu, ao
lado do goleiro Nico Guerino e Tim Gonçalves, na década de 50, onde foi um grande
centroavante.
Tudo
num ambiente familiar e de muito respeito. Eu, por ser mais jovem, ficava mais
na escuta “saboreando” os causos, alguns verídicos, outros nem tanto. O Pedrão
tinha uma memória incrível, enquanto falava ia montando os arreios para cavalos,
costurando a mão com habilidade incrível, num belo trabalho artesanal.
Assim
era o Pedrão, que mesmo não sendo garcense de nascimento, gostava e amava demais
nossa cidade. Afinal de contas viveu entre cá na terrinha desde o ano de 1.947,
quando deixou a sua terra natal, Bocaina. Aqui casou com a Dona Odete (foto) e
teve quatro filhos: Ana Maria, Pedro Luiz, Carlos José e Ricardo Antonio. O Pedrão era grande não só fisicamente, como
também possuía um coração generoso, pra lá de benevolente. Esta semana ele nos
deixou e foi falar de futebol lá nas alturas. Mas ficará por todo o sempre
incrustado no carinho, no coração, na ternura e na sinceridade do nosso
cantinho da saudade.