Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Começou na última quinta-feira na Rússia, a 21ª edição da Copa do Mundo, o maior evento esportivo do planeta. Durante a competição, que terminará no próximo dia 15 de julho, recordaremos a “História das Copas” em vários capítulos, em especial a trajetória da Seleção Brasileira, a única penta-campeã e também a única a participar de todas as edições. Destaque para os recordes, curiosidades, formações, artilheiros e outros fatos marcantes.
O pontapé começa com a 1ª
Copa do Mundo, disputada no Uruguai no período de 13 a 30 de junho de 1.930, e
que teve a participação de 13 países: Uruguai, França, México, Estados Unidos,
Bélgica, Romênia, Perú, Iugoslávia, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai,
Brasil. Em disputa a “Taça Jules Rimet”, obra do artesão francês Abel Lefleur,
em ouro puro, pesando 1.800 kg, altura 30 cm, com formato de uma mulher com
asas, representando a vitória.
O Uruguai ganhou o direito
de sediar a primeira copa, por questão de tradição, graças ao êxito da fabulosa
“Celeste Olímpica”, que havia conquistado a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos
de Paris, no ano de 1.924 e de Amsterdã em 1.928.
O Estádio Centenário de
Montevidéu, foi especialmente construído para a copa. Um gigante para 90 mil
torcedores, erguido em apenas oito meses, ficou totalmente pronto cinco dias
depois de iniciado a competição. Outros dois estádios foram construídos, e esta
foi a única copa inteiramente disputada numa cidade. O jogo inaugural foi
realizado no dia 13 de junho e a França ganhou do México por 4 a 1. O francês
Lucien Laurent marcou o primeiro gol na história das copas. Foi um chute de pé
direito, aos dezenove minutos do primeiro tempo.
A decisão aconteceu no dia
30 de junho e o Uruguai manteve a tradição. Ganhou da Argentina por 4 a 1, se tornando,
portanto, o primeiro campeão mundial. A disputa foi em clima de “guerra”, a
ponto do árbitro belga John Langenus, decidir que cada tempo do jogo seria
jogado com uma bola diferente. No primeiro, com a bola uruguaia, e o segundo
com a bola argentina. Cerca de 10 mil policiais fizeram a segurança do jogo.
Foram realizados 18 jogos e
marcados 70 gols, resultando 3,89 por jogo. O público total foi de 434.500
pagantes, com média de 24.139. Artilheiro: o argentino Stabile, com 8 gols. O árbitro
brasileiro na copa foi Gilberto de Almeida Rego.
SELEÇÃO BRASILEIRA: A CBD – Confederação Brasileira de Desportos
selecionou 24 jogadores. Uma briga entre os cartolas paulistas e cariocas,
impediu que o Brasil levasse o que tinha de melhor. Foram 23 cariocas e somente
um paulista, Araken Patuska, jogador do Santos. O Brasil jogou apenas duas
vezes. Estreiou no dia 14 de junho e perdeu para a Iugoslávia por 2 a 1.
Depois, já desclassificado, venceu a Bolívia por 4 a 0. Na foto a seleção
brasileira que terminou na sexta posição.
O primeiro gol brasileiro foi de João Coelho Neto, o “Preguinho”, filho
do lendário escritor Coelho Neto. Depois ele marcaria ainda mais dois gols na
Bolívia. Na foto Preguinho, o árbitro Anibal Tejeda e o capitão iugoslavo
Milutin Ivkoviv. O árbitro uruguaio está com um camisa do Fluminense, presente
de Preguinho. Fotos: site da FIFA.
A DELEGAÇÃO:
Chefe: Afrânio
Antonio da Costa, o “Paraná”,
Goleiros:
Joel (América), Vellozo (Fluminense);
Zagueiros:
Brilhante (Vasco), Itália (Vasco) e Zé Luis (São Cristóvão);
Médios:
Hermógenes (América), Fausto (Vasco), Fernando (Fluminense), Ivã (Fluminense),
Oscarino (Ipiranga de Niterói), Manuelzinho (Ipiranga de Niterói), Pamplona
(Botafogo), Fortes (Fluminense e Benvenuto);
Atacantes: Moderato
(Flamengo), Nilo (Botafogo), Poly (América), Benedito (Botafogo), Araken
Patuska (Flamengo), Carvalho Leite (Botafogo), Preguinho (Fluminense), Russinho
(Vasco), Teófilo (São Cristóvão) e Doca (São Cristóvão)
Técnico: Píndaro
de Carvalho.