sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Recordar é Viver: "Riquelme, mais do que um craque de bola"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Quando, no ano de 1992, o jovem Juan Román Riquelme, com seus 13 para 14 anos, chegou às categorias de base do Argentinos Juniors, logo seu treinador notou nele um grande potencial e com futuro no futebol. Na época estava muito magro, abaixo do peso esperado, como consequência de não ter uma alimentação adequada com as quatro refeições diárias.

Então o treinador da base sugeriu aos diretores do time, que contratassem um cozinheiro especial para que o então garoto Román, pudesse realizar todas as refeições necessárias. Ao final da primeira semana, o treinador do Argentinos Juniors perguntou ao cozinheiro como Román havia lidado com o tratamento especial e como ele estava aproveitando a alimentação.

Para a surpresa do técnico, o cozinheiro respondeu: "O garoto não apareceu a semana inteira, nenhuma vez para se alimentar". Sem entender, o comandante da equipe de juniores chamou Román para conversar e lhe perguntou qual era a causa de não ter ido comer.

O meia olhou nos olhos do técnico e respondeu que ele não poderia comer, sabendo que seus irmãos, por vezes, não tinham o que comer em casa.

Com isso, o departamento de futebol do clube permitiu que os irmãos de Román pudessem fazer as refeições diárias juntamente com o já camisa 10 na base.

Já demonstrando seu grande futebol, ficou no Argentinos Juniors até o ano de 1995 (foto), depois se transferiu para o Boca Juniors. 


No tradicional time virou craque, um dos maiores ídolos da história recente do time, quiçá do futebol argentino. Riquelme jogava o fino da bola, era elegante em campo, tinha um futebol de encher os olhos, no toque da bola ou em cobrança de faltas. Era o tipo do jogador que colocava a bola “debaixo do braço” (foto no Boca Juniors) e chamava a responsabilidade para ele, quando o time mais precisava. Nós que acompanhamos bastante a carreira dele, o colocamos no mesmo nível de Messi, ficando atrás somente de Maradona.

VERDADE ou FOLCLORE: Recebi o texto do Paulinho “Ferrugem”, lá da bonita cidade de Goiânia, onde atualmente reside. Demos umas pesquisadas na net, e como não achamos nada em contrário, resolvemos publicar. Verdade ou não, seria mais um folclore do futebol? O leitor que tire a sua conclusão.

Com relação ao Paulinho jogamos no campeonato amador em 1980 e 1981 (faz tempo, hein!). Depois ele mudou daqui, em razão da sua atividades profissional, passeou por várias cidades, até que parou em Goiânia, faz uns 10 anos. O são-paulino Paulinho é assíduo leitor da coluna e guarda boas recordações da época que ficou em Garça estudando e trabalhando. Como ele sempre me fala “que mais correu atrás da bola do que efetivamente jogou. Até porque era zagueiro, e tinha muitos bons atacantes nos times adversários”.

A CARREIRA: Juan Román Riquelme (24/06/1978) começou a carreira no Argentinos Juniors onde jogou como amador entre os anos de 1992 a 1995.

No ano de 1996 foi contratado pelo Boca Juniors e assinou o primeiro contrato profissional. No tradicional clube argentino fez sucesso até o ano de 2002. Para muitos torcedores “xeinezes” ele é considerado o maior ídolo recente da história do clube. Depois se transferiu para a Europa onde defendeu o Barcelona e Villareal até 2007, quando retornou para o Boca Juniors para fazer história até 2014. Foi tri-campeão da Libertadores nos anos de 2000, 2001 e 2007. Pela Conmebol foi considerado o melhor jogador das América em 2001. Já pela FIFA, no ano de 2008, foi eleito o segundo melhor batedor de faltas do mundo.  


Como gratidão, retornou ao Argentinos Juniors para encerrar a carreira, e pendurar as chuteiras definitivamente. Pela seleção argentina disputou a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, como titular da camisa 10. Naquela Copa, a Argentina foi eliminada no pênaltis nas quarta de final pela própria Alemanha. Depois, em 2008, ganhou a medalha de ouro, quando foi campeão nas Olimpíadas de Pequim. Era um dos três jogadores com idade acima da permitida pelo regulamento. Na semifinal, disputou uma grande partida, e ajudou a Argentina a eliminar o Brasil pelo placar de 3 a 0, marcando um dos gols.

Depois virou dirigente esportivo, e foi eleito presidente do Boca Juniors, para a temporada de 2023 a 2027, com 30.318 votos.

NOME POPULAR: Consagrado em seu país, o nome Riquelme extrapolou fronteiras, chegando no Brasil para ficar. Segundo dados estatísticos do Censo do IBGE/2010, no ano de 2000 foram registrados com o primeiro nome de Riquelme 13.787 garotos e mais 305 mulheres. Considerando as variações de nomes, como Rikelmi, Riquelmo, Riquelmy, Riquelmir e Rickelme, passou dos 20 mil nomes. No mesmo período ganhou até de Ronaldo “Fenômeno”, que teve 13.484 pessoas registradas.