sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Recordar é Viver: "Haru, de jogador a dirigente no futebol"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Nos últimos dias estivemos num agradável bate papo, através das redes sociais, com o ex-ponta direita Massaharu Shimabuku, o “Haru”, depois de quase cinquenta anos. Para quem não sabe, o Haru jogou no Garça nos anos de 1975/76. Disputamos um campeonato juntos pelo “Azulão” e nossa dobradinha até que rendeu alguns gols pro time. Naquela época atleta de origem japonesa era difícil de jogar profissionalmente, pelo menos aqui no Brasil.

Era até motivo de gozação. Bastava um time levar uma goleada que a torcida já gritava: “Também é um time de japonês, só pode tomar chocolatada”.

O Haru começou a quebrar esta escrita, e se firmou como um ótimo ponta-direita do futebol do interior paulista e paranaense. Um atacante que partia para cima dos laterais e não tinha medo de cara feia. Sabia dar dribles curtos e rápidos para chegar na linha de fundo e cruzar a bola na área.

Já o conhecia antes, desde à época que ele jogou na base do Marília. O Ipiranga sempre enfrentava o Maquinho, então comandado pelo técnico Pupo Gimenes. O lateral esquerdo Joatan sofria um bocado para marcá-lo, mas não dava moleza. Mal sabia que o Joatan praticava pedestrianismo, estava em plena forma, era páreo duro para o Haru. Tanto é verdade que o Joatan acabou sendo contratado pelo Maquinho. Recordamos uma das formações do Maquinho Sub-20, do ano de 1972 (foto): em pé, da esquerda para direita: Joatan, Edmilson, Hércules, Márcio, goleiro Joy e Marcelo; agachados: José Luiz, Foguinho, Haru, Nivaldo e Larry.

Joguei com o Haru no Garça. Era um time mediano e ele um dos destaques do elenco. Aos poucos foi mostrando seu futebol, ficou famoso no futebol do interior, a ponto de interessar a outros times. Não deu outra, seguiu carreira e fez sucessos nos clubes que jogou.

Atualmente o Haru reside em Santos, virou um professor da bola, e é proprietário da “Oficina de Craques”, especializada em formar e revelar jogadores. Com certeza já saíram de sua escola mais de três centenas, que viraram profissionais, estando em times brasileiros e do exterior.

Sempre envolvido com o futebol, o Haru deverá receber um grupo de empresários dos Estados Unidos, que pretende investir no futebol brasileiro, mais precisamente em descobrir e revelar jogadores. Como estão a procura de uma cidade, o Haru colocou Garça no rol de cidades que poderão ser visitadas pelo grupo. Quem sabe a nossa infraestrutura esportiva interessa e seja um prenúncio da volta do Garça FC?  

A CARREIRA: O Haru jogou profissionalmente por cerca de 21 anos. Começou a carreira no MAC. passou pelo Garça, Corintinha de Presidente Prudente, Esporte Clube São José dos Campos, União Bandeirantes do Paraná, Clube Atlético Candidomotense, Associação Cafelandense de Esportes e Associação São Bento. Depois atuou no Japão, no Hiroshima e Orange, onde encerrou a carreira no ano de 1.995. Ficou no Japão por mais cinco anos, promovendo clínicas para professores nas escolas da `Terra do Sol Nascente´. Voltou ao Brasil e na cidade de Santos criou a tradicional “Oficina de Craques”, fundada no dia 12 de fevereiro de 2.000, com filial no Japão. Com a experiência adquirida nos gramados, se especializou em revelar e formar jogadores.

Uma curiosidade: o Haru se casou com o Neusa Vaz e teve três filhos: Raone, Robson e Maycon. Todos viraram atletas profissionais, jogaram no Japão, na Europa e até na China. No flagrante, Haru e o filho Robson, treinando garotos japoneses na Oficina de Craques, em Santos.


Agora veja o Haru no time do Garça, temporada de 1.975, que disputou o então Campeonato da 1ª Divisão do interior paulista. Em pé da esquerda para direita: Tonho Nego, Túlio Calegaro, Ari Lima, Jair Proença, João Luiz e Pedroso; agachados: Haru, Claudinho “Malhado”, Cláudio Belon, Cacau e Davi.