sexta-feira, 24 de abril de 2015

Recordar é Viver: "O goleiro também tem o seu dia"







Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Amanhã é comemorado o dia do goleiro. Para surpresa de muitos, a data existe e serve para homenagear aquele jogador que está para impedir a alegria do torcedor. É o único que entra em campo e pode utilizar as mãos, para evitar gols. Por isto não recebe a mesma atenção dos artilheiros.  Como já dizia o “filósofo esportivo”, Neném Prancha: “onde ele pisa, nem grama nasce”. Assim é a vida do goleiro, um jogador solitário, que é cercado por linhas que delimitam sua ação e obrigado a se vestir de forma diferente dos demais companheiros. Sua missão é atrapalhar o momento de maior felicidade do futebol. Tem até quem o chame de “santo” quando tem tal conduta. Porém, se a bola passa, vira dono de granja. 

A idéia de criar o "Dia Nacional do Goleiro" começou com os professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, o tenente Raul Carlesso e o Capitão Reginaldo Pontes Bielinski.  Carlesso foi preparador físico da Seleção Brasileira da Copa de 1974 e o pioneiro a desenvolver uma forte preparação de arqueiros no Brasil. Inicialmente, o dia 14 de abril seria considerado o dia do goleiro, mas não deu muito certo. No ano seguinte, a "comemoração" foi no dia 26 de abril, graças ao dia do nascimento do grande arqueiro Hailton Correa de Arruda, o Manga, campeão nacional daquela época com o Internacional. Manga foi um dos maiores goleiros da história do Brasil, ídolo no Botafogo, onde jogou mais de 10 anos. Também teve passagens pelo Sport do Recife, Grêmio, Internacional e na Seleção Brasileira.

No futebol atual muitos goleiros vem se destacando, ora praticando grandes defesas, cobranças de penalidades máximas, e até mesmo marcando gols. Segundo a IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol), uma organização responsável por administrar e divulgar todos os dados estatísticos do futebol, os melhores goleiros da história do futebol são: Lev Yashin (União Soviética): com 1002 pontos, Gordon Banks ( Inglaterra):  717 pontos, Sepp Maier (Alemanha):  456 pontos, Ricardo Zamora (Espanha):  443 pontos, Chilavert (Paraguai):  373 pontos, Peter Schmeichel (Dinamarca):  291 pontos, Peter Shilton (England): 196 pontos, František Plánicka (Czechoslovakia): 194 pontos, e Amadeo Raúl Carrizo (Argentina): 192 pontos. Sei não, outros ótimos goleiros, mereciam entrar nesta lista, casos do brasileiro Gylmar dos Santos Neves e do italiano Gianluigi Buffon.

A coluna também homenageia dois garcenses que se destacaram debaixo das traves: Waldir Peres de Arruda e o Rubens Antonio Demétrio, o Turcão. Waldir Peres é a maior revelação do nosso futebol em todos os tempos. Jogou no Paulistinha, Serenata, Garça, Ponte Preta, São Paulo, Corinthians, Guarani (Campinas), Portuguesa, América do Rio e Santa Cruz. Disputou três copas do mundo: 1.974 (Alemanha),1.978 (Argentina) e 1982 (Espanha), esta como titular (foto) na memorável seleção brasileira  do técnico Telê Santana. Já o Turcão, teve sua carreira no futebol amador, atuando no São Paulinho do Egídio, Paulistinha, Agromecânica, Real Garcense e Bangu (foto), onde foi tri-campeão.

Em foto recente veja como estão o Waldir Peres (à esq) e Turcão, ambos residentes na capital paulista.  Outros “guarda metas” que  fizeram história: Paulo Beibe, Tico Venuto, João Luiz Zancopé, Jorgão do Prata, Serginho Zancopé, Osni, Zé Carlos, Navarro, Zé Roberto, Valter Palmital, Canarinho, Chola, Belmiro, Chiquinho, Mané, Zé Roberto Cabrini, Zé Roberto Moisés, Plinio e Plininho Cabrini, Luizinho Andrade,  Igurê, Jair Proença, os irmãos Nardo e Ênio Aguiar, Pedro Soares, etc.