Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Amanhã é comemorado o dia do
goleiro. Para surpresa de muitos, a data existe e serve para homenagear aquele
jogador que está para impedir a alegria do torcedor. É o único que entra em
campo e pode utilizar as mãos, para evitar gols. Por isto não recebe a mesma
atenção dos artilheiros. Como já dizia o
“filósofo esportivo”, Neném Prancha: “onde ele pisa, nem grama nasce”. Assim é a vida
do goleiro, um jogador solitário, que é cercado por linhas que delimitam sua
ação e obrigado a se vestir de forma diferente dos demais companheiros. Sua
missão é atrapalhar o momento de maior felicidade do futebol. Tem até quem o
chame de “santo” quando tem tal conduta. Porém, se a bola passa, vira dono de
granja.
A idéia de criar o
"Dia Nacional do Goleiro" começou com os professores da Escola de
Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, o tenente Raul Carlesso e o
Capitão Reginaldo Pontes Bielinski. Carlesso
foi preparador físico da Seleção Brasileira da Copa de 1974 e o pioneiro a
desenvolver uma forte preparação de arqueiros no Brasil. Inicialmente, o dia 14
de abril seria considerado o dia do goleiro, mas não deu muito certo. No ano
seguinte, a "comemoração" foi no dia 26 de abril, graças ao dia do
nascimento do grande arqueiro Hailton Correa de Arruda, o Manga, campeão
nacional daquela época com o Internacional. Manga foi um dos maiores goleiros
da história do Brasil, ídolo no Botafogo, onde jogou mais de 10 anos. Também
teve passagens pelo Sport do Recife, Grêmio, Internacional e na Seleção
Brasileira.
No futebol atual
muitos goleiros vem se destacando, ora praticando grandes defesas, cobranças de
penalidades máximas, e até mesmo marcando gols. Segundo a IFFHS (Federação
Internacional de História e Estatísticas do Futebol), uma organização
responsável por administrar e divulgar todos os dados estatísticos do futebol,
os melhores goleiros da história do futebol são: Lev Yashin (União Soviética):
com 1002 pontos, Gordon Banks ( Inglaterra): 717 pontos, Sepp Maier (Alemanha): 456 pontos, Ricardo Zamora (Espanha): 443 pontos, Chilavert (Paraguai): 373 pontos, Peter Schmeichel (Dinamarca): 291 pontos, Peter Shilton (England): 196
pontos, František Plánicka (Czechoslovakia): 194 pontos, e Amadeo Raúl Carrizo
(Argentina): 192 pontos. Sei não, outros ótimos goleiros, mereciam entrar nesta
lista, casos do brasileiro Gylmar dos Santos Neves e do italiano Gianluigi Buffon.
A coluna também homenageia dois
garcenses que se destacaram debaixo das traves: Waldir Peres de Arruda e o
Rubens Antonio Demétrio, o Turcão. Waldir Peres é a maior revelação do nosso futebol
em todos os tempos. Jogou no Paulistinha, Serenata, Garça, Ponte Preta, São Paulo,
Corinthians, Guarani (Campinas), Portuguesa, América do Rio e Santa Cruz.
Disputou três copas do mundo: 1.974 (Alemanha),1.978 (Argentina) e 1982
(Espanha), esta como titular (foto) na memorável seleção brasileira do técnico Telê Santana. Já o Turcão, teve sua
carreira no futebol amador, atuando no São Paulinho do Egídio,
Paulistinha, Agromecânica, Real Garcense e Bangu (foto), onde foi tri-campeão.
Em foto recente veja como estão
o Waldir Peres (à esq) e Turcão, ambos residentes na capital paulista. Outros “guarda metas” que fizeram história: Paulo Beibe, Tico Venuto,
João Luiz Zancopé, Jorgão do Prata, Serginho Zancopé, Osni, Zé Carlos, Navarro,
Zé Roberto, Valter Palmital, Canarinho, Chola, Belmiro, Chiquinho, Mané, Zé
Roberto Cabrini, Zé Roberto Moisés, Plinio e Plininho Cabrini, Luizinho
Andrade, Igurê, Jair Proença, os irmãos
Nardo e Ênio Aguiar, Pedro Soares, etc.