Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Esta coluna era para ter sido publicada na semana
passada como uma forma de homenagear os muitos jogadores que desfilaram pelos
gramados garcenses e já nos deixaram. Não foi possível. Reverenciando a memória
de todos, hoje escolhemos dois grandes
atletas que marcaram época no futebol profissional: Ari Lima e
Adão Nunes Dornelles.
O zagueiro Ai Lima
teve presença marcante no Garça
Futebol Clube, nos anos 70/80. Já o Adãozinho alcançou uma projeção maior no
futebol brasileiro, chegando mesmo a jogar pela Seleção Brasileira. Ambos
também envergaram a gloriosa camisa do XV de Jaú, o “Galo da Comarca”, que depois
de tantas glorias no futebol do interior paulista, está com suas atividades
paralisadas. Se o Ari Lima começou a jogar bola profissional em Jaú, foi lá que
o Adãozinho encerrou a carreira.
Numa
ocasião estivemos acompanhando eles num
evento esportivo na cidade de Jaú. E notamos o quanto eram queridos pelos
torcedores locais. Naquela oportunidade tivemos a honra de posar ao lado das
feras: Adãozinho com a camisa do XV de Jaú, Ari Lima com a jaqueta do Garça. Quis
o destino que depois que largaram o futebol, fixaram residência em nossa cidade,
criaram um grande círculo de amizade, até que vieram a falecer.
Hoje devem estar batendo “um bolão” num plano superior.
A coluna recorda um pouco da
carreira deles. Adão Nunes
Dornelles, o Adãozinho, nasceu em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, e foi
um dos destaques do Sport Club Internacional na década de 50, atuando como meio
campista. Possuía um futebol clássico e
de muita técnica. Integrou o famoso time gaúcho que ficou conhecido como “rolo
compressor”. Adãozinho fez parte da
seleção brasileira vice-campeã mundial em 1950, defendeu ainda o Flamengo e o
XV de Jaú (SP).
Na Seleção Brasileira, segundo o livro "Seleção Brasileira -
90 anos", de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, fez três jogos entre
1947 e 1950, com uma vitória, um empate e uma derrota. Veja no flagrante, defendendo
o Brasil, da esquerda para direita: Adãozinho, Carlyle (ex-Galo, Palmeiras e Flu),
Nena e o goleiro Luiz Borracha (ex-Flamengo). Foi um das raras vezes que a
Seleção Brasileira jogou de camisas brancas. No Flamengo Adãozinho disputou 96 jogos, com 53 vitórias,
24 empates, 19 derrotas e 45 gols marcados.
Ari Lima começou a no XV. de Jaú, passou pelo Noroeste de Bauru e
no Garça, integrando o memorável esquadrão dos anos 1971/72. Um zagueiro versátil e voluntarioso. Numa das
fotos os craques do “Azulão”, posando do Estádio Municipal “Frederico
Platzeck”, com a camisa listrada. Da esquerda para direita: Ari Lima, Zé
Massagista e Abegar Brassoloto. Ainda como profissional jogou na Associação
Cafelandense de Esportes.
Depois de encerrar a carreira, Ari Lima disputou vários certames citadinos.
No amador jogou na Casa Ipiranga. Mas
foi no futebol suíço, defendendo o Salão Carter, que se consagrou, não como zagueiro, mas sim como
atacante, um artilheiro implacável. Ganhou
vários troféus de principal goleador da modalidade, na época que os jogos aconteciam
nos campos de terra. Detalhe curioso: a maior parte dos gols anotados de cabeça. Com grande
impulsão, Ari Lima desferia potentes cabeçadas “de testa”, praticamente indefensáveis pelos goleiros. Num dos
campeonatos terminou como goleador máximo com 24 gols e a incrível marca de 17
gols de cabeça.
Sempre ligado ao futebol, foi comentarista esportiva da Rádio
Clube de Garça e cronista esportivo do Jornal Correio de Garça.