sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Recordar é Viver: "Cirsão: zagueiro, goleiro e árbitro"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

A família “Dourado” está em festa! Tudo porque o Cícero Lima Dourado, o “Cirsão” acaba de completar 73 anos de idade. A festa que começou no Rancho dos Dourados no último final de semana, ainda vai longe.

O Cirsão foi um dos grandes jogadores, literalmente, que disputou a várzea garcense no final dos anos 60 até meados de 80. Sempre foi um esportista nato, extremamente respeitado em campo. Era o tipo do jogador “parceiro e de equipe”, que todo time gostaria de ter no elenco. Bem polivalente: foi zagueiro, atuando tanto de beque central como de quarto zagueiro. Sendo um bom defensor, tinha facilidade em “salvar gols”, por isto o treinador sempre que fosse necessário, o escalava como goleiro. Veja em foto rara do Transribas, temporada de 1.976. E depois que parou de jogar, ainda foi árbitro.


O Cirsão só atuou em times de ponta: Bangu, Real Garcense, Jambo, Frigus, La Plata, Transribas. Com o nome consolidado em Garça, recebeu – e aceitou – convite para jogar no Benfica, da vizinha cidade de Vera Cruz. Ainda entre uma competição e outra, gostava de jogar na zona rural, onde segundo ele, acontecia o verdadeiro “futebol raiz”. Por isto o Cirsão se considera um vencedor no futebol, onde fez muitos amigos. Também ganhou importantes títulos pelo pelo Bangu, Real, Barol e Frigus.


Veja o time do Frigorífico Barol. Em pé da esquerda para direita: Argemiro Beguine (dirigente), Chola, Cirsão, Osvaldinho, Mauro, Zé Bituca e Agamenon; agachados: Valter Palmital (dirigente), Viola, Charuto, Titica, Nelsinho Semensato e Buião.

No final de 1.980, quando completou os 32 anos, achou que era hora de “pendurar as chuteiras”. Mas não se afastou do futebol. Encarou a difícil missão de árbitro, ou juiz, o termo mais popular. Foram mais três anos “assoprando a latinha”. Novamente com aquela mesma categoria dos tempos de jogador, impondo respeito e sabendo aplicar as sempre polêmicas 17 regras. Apitou ao lado de gabaritados árbitros, se lembrando do professor Sérgio De Stéfani, Olegario “Chola” Damasceno, Valter Palmital, Ranulfo José da Silva, Agenor, João Luiz Zancopé, Taidão Paranhos e Moisés Rodrigues Santana, dentre outros, que compunham a tropa de elite da arbitragem garcense.

Dos tempos de corria atrás da bola, não somente enfrentou, como jogou ao lado do ótimos jogadores. Muitos tinham tudo para fazer carreira no futebol, como o Chiquinho Ramalho, Tonho Nego e Helinho Tercioti. Sem falar dos mais experientes, o Agamenon, Zé Bituca e o goleador Viola. “Olha era uma turma boa de bola, dava gosto vê-los em campo”.


Em Garça, o Cirsão ficou até o ano de 1.984, quando por motivos profissionais mudou para a cidade de Rancharia contratado pelo Frigorifico Floresta. A experiência que adquiriu no Frigus, onde trabalhou entre os anos de 1971 até agosto de 1.984, resultou no convite para gerenciar o Frigorifico Floresta. Veja na foto os tempos do Frigus: Cirsão, Grilo (ex-jogador do Garça) e Altamirinho. No ano de 1.997 atingiu a merecida aposentadoria, depois mudou para a cidade de Bauru, onde foi taxista por uns 10 anos.

RANCHO DOS DOURADOS: Atualmente o Cirsão está morando em Bauru. Continua acompanhando o futebol, torcendo para o Corinthians, sem aquele fanatismo exagerado. Na medida do possível, acompanha muitos jogos pela televisão. Tem como ídolo o eterno craque palmeirense Ademir da Guia (Palmeiras), além do impetuoso Neymar, “este jogava nos grandes times do passado”.


Mas o seu grande hobby mesmo é curtir a família e o rancho que tem as margens do Rio Tietê, na cidade de Uru, região de Lins. É lá que os “Dourados” sempre se reúnem mais para se confraternizar do que para pescar (foto). Foi lá que o Cirsão aproveitou para comemorar os bens vividos 73 anos de idade. No último final de semana convidou os eternos amigos dos anos 60. Chegaram os casais Chicão e esposa Cida, Gildo e Isabel, João Carlos e Edna, seus familiares, a esposa Elisa, as filhas Andréia e Vanessa, as netas Maria Eduarda e Livia (foto), onde passaram momentos agradáveis e inesquecíveis. E um cardápio de fazer inveja: na entrada torresmo com caipirosca, depois baião de 2 e salada verde, com aquele churrasco de fraldão e costela, cervejas e refrigerantes. 


Para animar o ambiente, aquelas músicas gostosas que marcaram os anos 60, com sucessos da jovem guarda, sob o comando do Roberto Carlos, conjunto Os Incríveis, Renato e seus Blue Caps, Wanderléa, Jerry Adriani e muitos outros.