sexta-feira, 25 de abril de 2025

Recordar é Viver: "A epopéia dos botonistas garcenses"

 

Kagueiama, Cassolla, Giacóia e Conessa

Por Wanderley `Tico´ Cassolla

No último dia 12 de abril, quatro botonistas da ADBG/Associação Desportiva dos Botonistas de Garça, Paulo Giacóia, Marcelo Kagueiama, Michel Conessa e este articulista, realizaram um sonho que começou alguns anos atrás: participaram em Curitiba/PR, do 1º Campeonato Brasileiro Amador Aberto de Pastilha, promovido pela Liga das Araucárias de Curitiba, uma das mais tradicionais da modalidade. O evento foi realizado no Ginásio Poliesportivo “Perdizes”, em Pinhais, na grande Curitiba, onde estiveram presentes 41 botonistas do Estado do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Para chegar lá, foram muitos treinos, jogos e competições em Garça e na região, em Bauru, Marilia e Catanduva. Os quatros enfrentaram uma verdadeira maratona para disputar o campeonato. Até porque todos tem seus compromissos profissionais, e praticamente, chegaram em cima da hora. O Marcelo Kagueiama, tem parentes na capital paranaense, foi de carro com seus familiares, a mãe Maria Inez e a irmã Rosane, chegarando um dia antes. Os demais encararam um “busão” noturno. O Paulinho Giacóia estava em Limeira, saiu na sexta-feira, às 19h55, e chegou às 5h30. Já o Michel Conessa e este articulista, saíram de Garça também na sexta-feira, às 21 horas, com destino a Marilia. A Natália, esposa do Michel, nos levou de carro, até a rodoviária de Marília. Embarcamos num busão às 22 hs, direto para Curitiba, chegando às 6 horas de sábado.

Lá fomos recepcionados pelo grande Toninho, da Liga das Araucárias. Após um café, o Toninho nos levou para um breve giro pelo centro da bonita Curitiba. Coisa linda é a capital paranaense, ruas/avenidas arborizadas e com muitas flores. Com destaque para os pinheiros do Paraná, a árvore símbolo. Uma cidade limpa, no melhor estilo europeu.

No roteiro vimos muitas coisas interessantes: o Museu Oscar Niemeyer, mais conhecido como “Museu do Olho”. O Palácio Iguaçu, sede oficial do Governo e também o prédio do Banco Central. Sem falar no Parque Central, com muito verde, árvores e lagos.

Até que chegamos no ginásio em Pinhais, local dos jogos. Hora de encarar as feras do botonismo, que dominam muito bem a arte de palhetar uma vidrilha de 45 milímetros, com pastilha.

Rapidamente trocamos de roupas. Cada um recebeu uma tabela com seus jogos, horários, adversários e mesas. Tudo muito bem preparado pela Comissão Organizadora.

O Marcelo foi com o Palmeiras, Michel com o Corinthians/2012, Paulinho Giacóia com a Itália, e este articulista com o Garça/1971. Quem diria o glorioso “Azulão” disputando uma competição em nível nacional. Coisas que somente o jogo de botão pode proporcionar. Antes do “pontapé inicial”, uma surpresa, que comoveu a todos:  a referência a Fábio Bonassa, que faleceu no último dia 16 de março. Até porque ele era o mais animado para disputar o campeonato. Uma bonita placa foi entregue para os garcenses, com os seguintes dizeres: “Uma singela homenagem da Liga das Araucárias ao grande botonista Fábio Bonassa, por ter sido um esportista exemplo, um grande jogador e um incentivador do nosso futebol de botão”.

Ao “apito inicial” todos os 20 jogos começaram simultaneamente, num ambiente tomado de alegria por todos. Nunca vi tanto “pru gol”, ou “arruma o goleiro”, e muita comemoração a cada gol marcado. Isto durante todo o dia, terminou quase às 18 horas. O campeão da Série Ouro foi João Adriano, na Série Prata, Viniciu,s e Série Bronze, Halley. No total foram 231 jogos, com 965 gols marcados, com média de 4,18 gols/partida.

Em seguida a entrega dos troféus e medalhas aos melhores foi comandada pelo Alexandre Schon, que feliz com o sucesso do evento, assim comentou “Foi um dia de muita festa, confraternização, homenagens e amizades. Em 2026 teremos a segunda edição. Já estamos em contagem regressiva”.                                                                 

Michel Conessa com a sua medalha (E)

Aí você vai perguntar. E como foi a participação dos garcenses? O melhor foi Michel Conessa, terminou na 19ª colocação, Paulo Giacóia, 21º, Tico Cassolla, 31º e Marcelo, 36º.

Mesmo assim fizeram algumas peripécias: Este articulista marcou o primeiro gol da competição, com apenas 3 segundos de jogo. Por incrível que apareça com o botão 10 na figura de Fábio Bonassa. O Marcelo Kagueiama na fase de classificação ganhou do grande campeão da “Série Ouro”, João Adriano, pelo placar de 1 a 0. O Michel Conessa começou meio que hesitante e foi crescendo durante os jogos, conseguindo um brilhante 3º lugar na “Série Prata”. Tudo depois que trocou de time, passando a jogar com o time do Reino Unido, que pertencia ao Fábio Bonassa.  E o Paulo Giacóia depois de sofrer o gol de empate no estouro do cronometro, foi eliminado numa árdua disputa de penaltis, por 6 a 5.

O curitibano João Adriano (C) foi o grande campeão

O mais importante, segundo Michel Conessa (3º colocado na Série Prata), “A meta de um botonista é não ser o campeão. A nossa regra diz que é para se divertir com fair-play, aliando os benefícios que o futebol de botão pode proporcionar: terapia, anti-stress, raciocínio, controle emocional, coordenação motora, disciplina, amizade, respeito, convívio social e lazer. Além, é claro, de poder recordar dos bons tempos de uma infância feliz, tempos que não voltam jamais”.  Hora de voltar pra casa. O Marcelo nos levou até a rodoviária de Curitiba. O busão saiu às 19h30, chegamos em Garça às 6 horas do domingo. Resumindo: foram 8 horas de jogos, e aproximadamente 20 horas de viagem. Mas valeu! Em 2026 tem mais !!!