sexta-feira, 11 de abril de 2025

Recordar é Viver: "O GFC completou 60 anos"

 

Primeira formação do GFC


Toninho Marques (E), o primeiro presidente, ao lado do sobrinho, José Nello Marques


Helder `Alemão´, artilheiro do GFC e autor do primeiro gol do time

Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Só foi sair na coluna passada sobre o aniversário do Clube Atlético Ipiranga, fundado no dia 21 de março de 1960, que já me cobraram: "Tico, não vai publicar nada do Garça FC ou do Flamengo, de Vila Rebelo, que foram fundados quase que na mesma época do ano, porém, em anos diferentes?"

Sempre respondo: “Vamos com calma, a coluna é publicada somente uma vez por semana, no Jornal Mais e no Blog do Marcão. Não é uma coluna diária. Aos poucos procuramos recordar o máximo possível, dos times e jogadores que fizeram história na esporte garcense”.

Hoje vamos de Garça FC, o nosso glorioso “Azulão” de tantas e tantas glórias no futebol profissional do interior paulista. O Garça FC foi fundado no dia 15 de fevereiro de 1965, uma segunda feira, quando foi eleito para presidente da diretoria, o esportista Antonio Alexandre Marques.

A idéia surgiu da vontade de alguns esportistas, que encabeçaram um movimento, tendo à frente João Truzzi, Sebastião Navarro Sanches e Antonio Alexandre Marques, que abraçaram a causa. A eles, mais tarde se juntaram outros cidadãos, todos comungando com o mesmo ideal e sequiosos pela fundação de um time que realmente representasse a cidade.

A primeira reunião que escolheu o novo presidente foi aberta pelo sr. Jacy Fernandes, que fez um preleção das negociações efetuadas no decorrer daquela semana, apontando os nomes de Arnaldo Luchiari, Juracy Cestari e José Maria Marques, para presidente, vice e secretário do Conselho Deliberativo. A sugestão foi acatada por unanimidade. Ao tomar posse, o sr. Arnaldo Luchiari, presidiu o restante da reunião, que culminou com o nome de Antonio Alexandre Marques para ser o presidente do Garça FC.  O novo presidente então, aceitou de pronto, assim como propôs que Paulo Renato Alves de Souza e Celso Bosquê, ocupariam o cargo de 1º e 2º vice-presidentes. O Conselho aceitou a indicação por aclamação, decidindo que os demais cargos seriam preenchidos oportunamente.

Na reunião foram aprovados o estatuto modelo e a indicação das cores da nova agremiação, que seriam as mesmas do antigo Garça Esporte Clube, ou seja, azul anil e branca, com o distintivo em forma de um losango. A próxima etapa, segundo o presidente eleito Toninho Marques, seria a de consultar os jogadores da cidade que estariam dispostos a defender o clube, achando ainda, que a inscrição do Garça FC. em certame profissional, naquele momento, era impraticável. Sugeriu na oportunidade, disputar o Campeonato Amador Estadual. A reunião foi encerrada por volta das 22 horas, com a certeza, entre todos, da volta do Garça FC.

No dia 23 de março daquele ano, foi marcada uma reunião entre a diretoria e os atletas da cidade, realizada no auditório da Rádio Clube de Garça, onde foram tratados de diversos assuntos, em especial sobre a contratação dos jogadores. No dia 25 de março, aconteceu o primeiro treino, sob o comando o técnico João Truzzi.

Até que no dia 2 de maio, o Garça realizou o primeiro amistoso. Jogou em Itapuí e perdeu por 5 a 2.  Escalação do Garça: Serginho Zancopé; Ademar e Zinho (Jafa); Piúza, Ceci (Alcides) e Zé Bituca; Amedeu Zancopé (Tadá) e Jair Montemor; João Trinca, Hélder “Alemão” e Edílio. Gols de João Trinca e Hélder “Alemão”.

No dia 9 de maio, o Garça recebeu a visita do Glória de Cafelândia, no Campo do Municipal, e empatou pelo placar de 1 a 1, gol do Garça de Helder “Alemão”.

No dia 16 de maio, o Garça conseguiu a primeira vitória, diante do Gália, por 2 a 1, novamente 2 gols do centroavante Helder “Alemão”.

Veja uma das primeiras formações do Garça. Em pé da esquerda para direita: Mamede (diretor), Plínio Dias, Alcides Vaz, Hagop, Simão, Sérgio Zancopé, Rubens Rossini, Zinho, Ceci, Navarro e João Truzzi (técnico); agachados: Toninho Marques (presidente), Nelsinho Semenssato, Daniel, Rola, Alemão, Amedeu Zancopé, Haroldo, Nena e João Trinca. Os jogadores posaram para posteridade no Campo do Municipal, piso de terra, que ficava ao lado do Bosque Municipal, onde atualmente está instalado o edifício do Fórum.

A partir daí o Garça começava uma trajetória de sucesss, marcando sua passagem no futebol profissional do interior paulista, que duraria até a temporada de 2003. Neste período recordamos as principais conquistas: Em 1968: Campeão da 4ª Série; 1969: Campeão da 3ª Série; 1969 – Campeão da 2ª Divisão do Estado; 1984: Vice-campeão da 3ª Divisão; 1985 – Caçula da 2ª Divisão; 1994: 3º colocado da 2ª Divisão da F.P.F.; 1995: Vice-campeão da Série B1-B; 1996: Terceiro colocado da Série B1-A e 1997: Caçula da Série A-3.