Wanderley `Tico´ Cassolla
Estava passando quase que
despercebido. Porém, quando encontrei o palmeirense Chico Ramalho na última
semana, ele comentou sobre a data de fundação do glorioso Clube Atlético
Ipiranga, no último dia 21 de março. O Chico Ramalho lembrou da época que foi
meia direita do time, de quando foi bi-campeão amador em 1976 e 1979. E também conquistou
o tri-campeonato da Copa Lions/Taça Cidade de Garça em 1975, 1977 e 1980.
De nossa parte jamais
poderíamos deixar de recordar um pouco do Ipiranga, time que jogamos entre 1972
à 1993. Vivenciamos grandes momentos envergando a jaqueta 9, que jamais serão
esquecidos. Lá na frente, perdemos um punhado de gols, porém marcamos um
montão, durante todos os 21 anos. Só não recordo de ter feito um gol de bicicleta.
Pra mim o gol mais difícil de se fazer no futebol, depois do “gol olímpico”.
Este eu marquei 1, contra a Casa Ipiranga, na disputa do 3º lugar do campeonato
amador em 1975, em pleno “Platzeck”. Parabéns ao Ipiranga enquanto existiu e
engrandeceu sobremaneira o futebol garcense.
A HISTÓRIA: O Clube Atlético Ipiranga foi fundando no dia 21 de março de 1960. Tudo graças a um grupo de garotos, moradores no Bairro Labienópolis, sob a liderança de Cristian Kotinda, Takashi Kitamura, Ademar Cassimiro da Silva, Admir Carlos Martinelli, Mário Zapata e Luiz Américo Zachelo, dentre outros, que se organizaram e montaram o novo time.
A primeira decisão foi
tomada por unanimidade: o nome escolhido para o novo time garcense seria o de
Clube Atlético Ipiranga, como era moda na época de se homenagear algum time da
divisão especial do futebol paulista. Para se evitar choques entres os
simpatizantes dos clubes de maior torcida – Corinthians, Palmeiras, São Paulo
ou Santos -, por consenso geral, a garotada optou por Ipiranga, um dos mais
antigos clubes do futebol paulista.
Demonstrando muita garra e
determinação, em pouco tempo o Ipiranga montou primeira diretoria. Na sequência
o elenco de jogadores, com o time entrando em campo nos primeiros amistosos.
Não demorou muito e se inscreveu nos certames promovidos pela então
CCE/Comissão Central de Esportes (hoje SEJEL).
Mesmo não conseguindo
sucesso na maioria de suas apresentações, o Ipiranga não esmorecia. Pelo
contrário, e graças a fibra incomum de seus jogadores e principalmente dos
dirigentes, a equipe se reorganizava com força redobrada a cada insucesso. O
primeiro título de campeão, aconteceu depois de 16 anos da fundação, com a
conquista do Campeonato Amador de 1976. Depois, mais dois títulos em 1979 e
1993.
O Ipiranga foi o time de
maior longevidade do futebol amador garcense. O outrora tradicional clube
“vermelho e branco” ficou em atividades ininterruptamente por 39 anos, desde a
fundação no dia 21 de março de 1.960 até o ano de 1.999, quando parou
definitivamente com suas atividades.
Agora a grande performance
mesmo do Ipiranga foi na Taça Cidade de Garça (Copa Lions), onde ganhou nove
edições, recorde que dificilmente será batido. Sem falar nos saudosos “torneios
inícios”, que era uma especialidade da equipe.
Recordamos três gerações que passaram e fizeram história no Ipiranga. Numa das fotos em encontro recente, os fundadores Nelsinho Carvalho de Souza e Takashi Kitamura (1). No outro flagrante, do ano de 1979, os três presidentes: Jair Cassola (esq), Marcelo Nassif e Paulo Renato Alves de Souza (2). Depois três jogadores campeões em 1993: os irmãos Lolinha (esq) e Pedrinho, com o sobrinho Marquito (3). Neste ano a final do amador foi entre Ipiranga x Fazenda Santa Esméria, realizada debaixo de muita chuva no “Platzeck”. No tempo normal e prorrogação empate em 0 a 0. Na disputa por pênaltis, vitória do Ipiranga, com Marquito marcando na última cobrança, garantindo o tri-campeonato.