sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Recordar é Viver: "Zé Paixão, um campeão dentro e fora dos gramados"












Por Wanderley `Tico´ Cassolla


O corintiano José Reis da Paixão, o carismático “Zé Paixão”, tem pelo menos dois grandes motivos para jamais esquecer o ano de 2.017. No dia 24 de novembro recebeu na Câmara Municipal, a comenda “Zumbi dos Palmares”, e no sábado passado se tornou campeão do suíço master como jogador do ótimo time do Aliança (foto). Um ano marcante para o sempre alegre Paixão, um atleta que há muito tempo joga no futebol amador garcense.

Se bem que poderíamos acrescentar mais outros dois motivos, né Zé Paixão: como fiel e apaixonado torcedor do Corinthians, ele vibrou como ninguém pelas conquistas do Campeonato Paulista e do Campeonato Brasileiro.

Conheço o Zé Paixão desde os anos de 70, quando éramos adversários nos certames citadinos. Eu jogava no Ipiranga. Ele sempre nos times do bairro Labienópolis, que ficava do outro lado da linha do trem. Naquela época Garça era popularmente “dividida” ao meio, o lado de baixo (Labienópolis), o de cima era o Ferrarópolis. A divisão se fosse nos dias atuais é demarcada pela faixa de integração. 

O Zé Paixão era um lépido ponta direita, corria barbaridade e assim que pegava a bola partia para cima dos zagueiros. Lembro bem dele jogando pelo Cavalcante e Fluminense. O Ipiranga, tinha dois bons laterais, o Joatan Loureiro e o Ricardinho. Mas quando tinham que marcar o Paixão, sempre comentavam nos vestiários: hoje a parada é dura, é dia de sofrimento, o “hómi” além de driblar para os dois lados, tem fôlego para correr os 90 minutos. Vamos torcer para ele não aprontar de novo.

Um jogo não sai da minha memória, acho que foi no Campeonato Amador de 1.975. O Ipiranga foi jogar contra o Fluminense, da Vila Nova, no campo da Escola Agrícola (hoje Módulo Esportivo “Pedro Alves Neto”). O resultado foi empate de 3 a 3. E o Zé Paixão fez os três gols do Fluminense, para alegria do técnico Jorge Teixeira. Foi uma das poucas vezes que vi um ponta direita marcar 3 gols num só jogo. Ao longo de sua carreira ele jogou ainda no Bonsucesso, Jafense e Vasquinho. Acho que o Zé Paixão começou a carreira no Garcinha, do presidente Mantovaneli, e dos jogadores Gilmar, Tadeu de Brito, Tiguinha e Tonho Nêgo. Veja na foto, o time do Fluminense posando no Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, por ocasião do torneio início do campeonato amador de 1.974. O primeiro agachado (a esquerda) é o Zé Paixão segurando a bandeira do time, juntamente com o Carlão Pintado. Outro momento marcante: ao lado do palmeirense Marcão Morais, a honra de receber o troféu de campeão do Aliança. Depois, juntamente com Hamilton, Tino e Fernando, do Aliança, festejando mais um título.

BIOGRAFIA:  José Reis da Paixão, ou “Zé Paixão” como é carinhosamente apelidado, nasceu no dia 17 de janeiro de 1.951, na cidade de Pirajuí/SP. Quando tinha 9 anos, após a prematura morte da mãe, mudou-se com o pai e irmãos para Garça e construiu parte de seu legado. Ainda criança, começou a trabalhar para ajudar os pais José e Maria Olívia em um contexto de carência e dificuldade, uma típica família tradicional e numerosa. Com isso, desenvolveu uma aptidão para o trabalho rural o que, segundo ele, é primordial para a vida das pessoas.

Morou no bairro Labienópolis durante muitos anos e ali ficou reconhecido por sua personalidade, trabalho e amor pelo futebol. Desenvolveu a mesma profissão de seu pai, encarregado de conduzir os trabalhadores em seu inseparável caminhão azul, através desses e outros ofícios tornou-se bastante conhecido em 1975 casou com Edna Sueli da Paixão e teve duas filhas: Cassiana e Luciana e posteriormente, os netos Jéssica, Joyce e Miguel.