Por Wanderley `Tico´ Cassolla
O corintiano José Reis da
Paixão, o carismático “Zé Paixão”, tem pelo menos dois grandes motivos para jamais
esquecer o ano de 2.017. No dia 24 de novembro recebeu na Câmara Municipal, a
comenda “Zumbi dos Palmares”, e no sábado passado se tornou campeão do suíço
master como jogador do ótimo time do Aliança (foto). Um ano marcante para o
sempre alegre Paixão, um atleta que há muito tempo joga no futebol amador
garcense.
Se bem que poderíamos
acrescentar mais outros dois motivos, né Zé Paixão: como fiel e apaixonado
torcedor do Corinthians, ele vibrou como ninguém pelas conquistas do Campeonato
Paulista e do Campeonato Brasileiro.
Conheço o Zé Paixão desde os
anos de 70, quando éramos adversários nos certames citadinos. Eu
jogava no Ipiranga. Ele sempre nos times do bairro Labienópolis, que ficava do
outro lado da linha do trem. Naquela época Garça era popularmente “dividida” ao
meio, o lado de baixo (Labienópolis), o de cima era o Ferrarópolis. A divisão se
fosse nos dias atuais é demarcada pela faixa de integração.
O Zé Paixão era um lépido
ponta direita, corria barbaridade e assim que pegava a bola partia para cima
dos zagueiros. Lembro bem dele jogando
pelo Cavalcante e Fluminense. O Ipiranga, tinha dois bons laterais, o Joatan
Loureiro e o Ricardinho. Mas quando tinham que marcar o Paixão, sempre
comentavam nos vestiários: hoje a parada é dura, é dia de sofrimento, o “hómi”
além de driblar para os dois lados, tem fôlego para correr os 90 minutos. Vamos
torcer para ele não aprontar de novo.
Um jogo não sai da minha
memória, acho que foi no Campeonato Amador de 1.975. O Ipiranga foi jogar contra
o Fluminense, da Vila Nova, no campo da Escola Agrícola (hoje Módulo Esportivo
“Pedro Alves Neto”). O resultado foi empate de 3 a 3. E o Zé Paixão fez os três
gols do Fluminense, para alegria do técnico Jorge Teixeira. Foi uma das poucas
vezes que vi um ponta direita marcar 3 gols num só jogo. Ao longo de sua
carreira ele jogou ainda no Bonsucesso, Jafense e Vasquinho. Acho que o Zé Paixão
começou a carreira no Garcinha, do presidente Mantovaneli, e dos jogadores
Gilmar, Tadeu de Brito, Tiguinha e Tonho Nêgo. Veja na foto, o time do
Fluminense posando no Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, por ocasião do
torneio início do campeonato amador de 1.974. O primeiro agachado (a esquerda) é o Zé Paixão
segurando a bandeira do time, juntamente com o Carlão Pintado. Outro momento
marcante: ao lado do palmeirense Marcão Morais, a honra de receber o troféu de
campeão do Aliança. Depois, juntamente com Hamilton, Tino e Fernando, do
Aliança, festejando mais um título.
Morou no bairro Labienópolis durante muitos anos e ali ficou reconhecido por sua personalidade, trabalho e amor pelo futebol. Desenvolveu a mesma profissão de seu pai, encarregado de conduzir os trabalhadores em seu inseparável caminhão azul, através desses e outros ofícios tornou-se bastante conhecido em 1975 casou com Edna Sueli da Paixão e teve duas filhas: Cassiana e Luciana e posteriormente, os netos Jéssica, Joyce e Miguel.