Por Wanderley `Tico´ Cassolla
A última vez que joguei
futebol de botão foi há mais de 50 anos. Lembro que foi um torneio no
grupo escolar onde estudava. E não fiz feio não, terminei como vice-campeão.
Depois nunca mais. Até que fui convidado por um grupo de botonistas de nossa
cidade e participei da 1ª Copa Libertadores, que teve 14 jogadores (foto).
Anteriormente o grupo já tinha organizado a “Taça União”, com 8 participantes. Confesso
que foi uma verdadeira volta ao passado, literalmente.
O torneio aconteceu na casa
do Guga Rodela, e os jogos disputados em três arenas: Raimundão, Rodela e
Platzeck, todas bonitas e impecáveis, com “gramados” perfeitos (foto). Os
craques botonistas: Gustavo Rodela, Wilson Batista, Tico Cassolla, Dr. Marcelo
Miranda, Richard Bonfim, José Luiz Tech, João Victor Mascarenhas, Fabio França
Perez, Leandro Luporini, Fabianinho Oliveira, Adriano Fanini, Fabiano Oliveira,
Cassiano Pelegrini e Niltinho Dornelles.
A primeira fase foi
disputada em jogos eliminatórios, divididos em dois tempos de 12 minutos, rigorosamente
cronometrados. Ocorrendo empate, decisão na cobrança de penalidades máximas. Os
vencedores avançaram na “Libertadores”, os perdedores para a “Sul-Americana”. Cada
jogador tinha seu time de preferência, alguns com seleções mundiais. Emoções é
que não faltaram naquela noite de sexta feira. Grandes jogos e jogadas, lances
de efeitos, pênaltis, gols bonitos, alguns em cima da hora para alegria e
vibração do vencedor, e uma certa frustração do perdedor. Além da participação
ativa dos torcedores/botonistas .
O grande campeão da
“Libertadores”, de forma incontestável, foi o corintiano Cassiano Pelegrini,
que com o time do Bragantino/90, goleou o anfitrião Guga Rodela
(Corinthians/90), pelo placar de 5 a 1. Na “Sul-Americana”, o campeão foi
Adriano Fanini (Argentina/86), que venceu Fábio Perez (São Paulo/92), por 4 a
1. Os campeões e vice receberam troféu e medalhas (foto). Neste mês deverá
acontecer mais uma competição (dia 11), e os organizadores esperam contar com
16 botonistas. A intenção é realizar 12 etapas, uma por mês, e no final do ano,
sair o grande campeão da temporada de 2.020, num sistema de participação/pontos.
A HISTÓRIA: Você sabia que o futebol
de botões foi inventado por um brasileiro? Tudo começou com Geraldo Cardoso
Décourte, que fez os primeiros jogos usando botões de madeira, depois passou
para botões de plásticos. O nome do jogo era bem
curioso: Celotex, o mesmo material que eram feitas as mesas. Na época era comum usar os “botões de osso” ou de “paletó”, que
nada mais eram que os botões retirados dos antigos ternos. Dessa brincadeira de
criança surgiu o "jogo de botões", aquilo que se tornaria o esporte
difundido e praticado como modalidade esportiva, tendo adeptos em um grande
número de países. A partir do ano de
1.988, o Conselho Nacional do Desporto
reconheceu o futebol de botão como esporte legítimo, mudança de nome para
Futebol de Mesa ou Futmesa, oficializando as três modalidades praticadas até
hoje: baiana, carioca e paulista. O dia do botonista foi oficializado no Estado
de São Paulo no ano de 2.001, pelo então governador Geraldo Alckmim, em 14 de
fevereiro, dia de nascimento de Geraldo Décourt.
TÉCNICO DEMITIDO: Provando que as disputas foram acirradas, no
quinto confronto da noite, jogavam Fabianinho Oliveira x Leandro Luporini. Ao
sofrer o segundo gol, o Fabianinho não pensou duas vezes e demitiu de imediato
o seu técnico e pai Fabiano Oliveira (foto), com o jogo ainda em andamento. Com
a saída do treinador, o garotinho Fabianinho mostrou uma boa reação, mas não
teve como virar o jogo pra cima do experiente Leandro Luporini.