![]() |
Corinho (E) e Júnior |
Por Wanderley `Tico´ Cassolla
No sábado (24) presenciamos o alegre
encontro entre dois grandes jogadores do passado da várzea garcense. De um lado
o santista Laerte Moreno Carrenho, o “Corinho”, morando em Garça, de outro o
palmeirense Gumercindo Ticianelli Junior, atualmente residindo em Lençóis
Paulista.
Apesar da proximidade das
cidades, fazia um bom tempo, ou melhor, 42 anos que não se viam. O encontro pra
variar, foi na beira de um campo, no Módulo Esportivo “Pedro Alves Neto” (foto),
onde eles tiveram a oportunidade de recordar os bons e inesquecíveis momentos
vivenciados no futebol garcense.
Os dois jogaram no Clube
Atlético Ipiranga, entre os anos de 1979 à 1982. O Corinho, beque central,
jaqueta 3, o Gumercindo Júnior, atacante, jaqueta 7. Foram campeões invictos no
segundo título do amador Ipiranga, na temporada de 1979. Depois também foram bicampeões
da Taça Cidade de Garça/Copa Lions, nos anos de 1980 e 1982. Neste último, o
jogo final inaugurou o Campo do “Toyotão”, em Vila Rebelo, numa vitória
incontestável em cima do Flamengo, pelo placar de 3 a 1.
Veja uma das formações do Ipiranga, posando no Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, no ano de 1979. Em pé, da esquerda para direita: Jair Cassola (técnico), Nenê, João Carlos, Corinho, Celino, Ricardinho e Joatan; agachados: Gumercindo Júnior, Chico Ramalho, Tico, Toninho Marques e Osmar Silvestre. Ao fundo, está o antigo placar do campo, oferta do Manolo, fabricante dos óleos Serenata e Maionese. Também nota-se que as arquibancadas da geral, ainda não haviam sido construídas.
JAQUETA 3: Laerte Moreno Carrenho, o “Corinho” foi mais uma boa revelação do Distrito de Jafa. Zagueirão central de muita voluntariedade, firme no desarme, e que sabia sair jogando. Raça era o que não faltava em campo, a técnica herdou do mano Israel, também apelidado de Corinho.
No Amador jogou no Vasquinho da Gama, de Vila Labienopolis, Água Branca de Vila Salgueiro, Induscômio, Ipiranga, e depois no futebol suíço, aonde defendeu o Kosminho e o Dinos. A sua melhor fase foi no Induscômio, bicampeão nas temporadas de 1972/73 e Ipiranga, campeão em 1976 e 1979.
Como vinha se destacando no
amador, foi contratado pelo Garça FC, disputando a então 1ª. Divisão nos anos
de 1974/75. Foi titular absoluto em 75, cujo time era treinado pelo Eli. Formou uma forte zaga com Ari Lima, Corinho,
Pedroso (Manduca) e Abegar. No gol estava Chiquinho.
Continua um bom entendedor
do futebol, torce para o Santos, o glorioso alvinegro praiano, e tem como ídolo
Pelé, o “Atleta do Aéculo”.
E ainda dá uma cutucada no
atual estágio do futebol brasileiro: “Hoje está tendo mais preparo físico, mais
força física, do que a técnica do passado”.
JAQUETA 7: Gumercindo Ticianelli Júnior, nasceu na cidade de Iacanga. Chegou em Garça, por que seu pai, o famoso “Guma”, foi transferido para o Banco Itaú daqui, no ano de 1979.
Tão logo “desembarcou”,
facilmente se entrosou nos meios esportivos. Primeiro nas “peladas” do Garça Tênis
Clube. Ali foi descoberto pelo diretor Nelsinho Carvalho e convidado para jogar
no Ipiranga. Um atacante bem eclético, gostava de jogar mais pelo lado direito.
Tinha boa colocação em campo e sabia preparar as jogadas de ataque, para a
finalização em gol.
Não ficou muito tempo em
Garça. Mudou para Penápolis. Jogou nos juniores da Penapolense e depois foi
para Lençóis Paulista, engajando perfeitamente no esporte local. Chegou para
fazer história. No dia 16 de dezembro de 1986, fundou e foi presidente do time
do Expressinho, um multicampeão no futebol lençoense. Veja os títulos: campeão
amador nos anos de 1989, 1992, 2002, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2017. Copa
Lençóis em 1993, 2008, 2010, 2011, 2012, 2014, 2015, 2017 e 2018; Copa
Regional, em 2010, 2014 e 2015; Copa Macatuba em 2014; Copa CEM, em 1988 e 1989
e Copa Society em 2013, 2017 e 2018.
Um esportista fanático que torce para o Palmeiras, o glorioso alviverde paulistano. O seu ídolo é Zico, o
eterno craque do Flamengo.
Apesar de entusiasmado, o Gumercindo Jr. vê o futebol brasileiro em decadência: “A grande maioria dos clubes estão falidos. Tá faltando investir mais nas categorias de base, para se formar um verdadeiro atleta e com fundamentos”.