sábado, 18 de agosto de 2012

Coluna Recordar é Viver: O goleiro Waldir Peres




Por Wanderley Marcos 'Tico' Cassolla 


Inegavelmente o goleiro Waldir Peres Arruda é a maior revelação garcense no âmbito esportivo. O “guapo” que começou no Paulistinha teve uma ascensão meteórica e em pouco tempo já estava no gol da Seleção Brasileira. No ano de 1969 assinou seu primeiro contrato de profissional com o Garça FC., cuja diretoria era presidida pelo esportista João Bento. E logo de cara o primeiro título: campeão da então segunda divisão paulista. Na época não havia tanta divulgação dos jogadores do interior nos grandes clubes da capital. Curiosamente os olheiros eram os “árbitros” que vinham apitar. Como o Waldir disputou um grande campeonato, fechando o gol em muitos  jogos, acabou sendo indicando para os dirigentes da Ponte Preta de Campinas.  Num amistoso contra a gloriosa  Ferroviária, de Araraquara, o dirigente Ilzo Nery, viu o Garça ganhar da Ferroviária pelo placar de 1 a 0. E também viu o goleiro Waldir Peres fechar o gol literalmente. Não deu outra: o convite da Ponte Preta para um período de avaliação e em junho de 1970 acabou sendo contratado pela macaca campineira.
Depois a consagrada carreira: Da Ponte Preta para o São Paulo, Seleção Brasileira, América do Rio, Corinthians, Guarani, Portuguesa de Desportos, Santa Cruz, e encerrando a carreira na Ponte Preta. No São Paulo o goleiro completou 11 anos e 617 jogos, que, segundo o "Almanaque do São Paulo", de Alexandre da Costa, foram 296 vitórias, 193 empates e 122 derrotas. Também foi o goleiro com maior série de tempo (694 minutos) sem sofrer gol no Campeonato Brasileiro, marca superada apenas por Rogério Ceni, com 988 minutos invicto.  Foram 190 gols que balançaram a rede de Waldir no São Paulo.  A consagração no São Paulo  foi  no campeonato Brasileiro de 1977, na famosa disputa do título no Mineirão, diante do Atlético Mineiro.  A decisão foi para os pênaltis e Waldir Peres mostrou mais uma vez porque tinha a fama de bom goleiro. Joãozinho Paulista, Toninho Cerezo e Márcio chutaram as cobranças para fora, entregando o título para o São Paulo. 
Pela seleção brasileira, disputou as Copas de  74 (Alemanha), 78 (Na Argentina) e 82 (Espanha). Esta ultima como titular (foto), na memorável equipe montada por Telê Santana, até hoje considerada uma das melhores de todos os tempos que tinha Sócrates, Zico, Falcão, Júnior, Éder, Toninho Cerezo, Oscar, Batista e outras feras. No total Waldir Peres atuou em 30 partidas, que, segundo o livro "Seleção Brasileira 90 Anos", de Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, foram 25 vitórias, quatro empates, uma derrota e 20 gols sofridos. Além disso, conquistou os títulos da Copa Rio Branco, da Copa Roca e da Taça do Atlântico, e teve a menor média de gols sofridos entre os que atuaram em Copas do Mundo. No total, foram 10 convocações de Waldir para a Seleção Brasileira.                                
Recordamos o Paulistinha, o primeiro time de Waldir Peres, campeão do Torneio “Pedro Valentim Fernandes”, no ano de 1965. Em pé da esquerda para direita: Jaci Garcia, Cripa, Waldir Peres, Crescêncio, Tofoli, Celsinho e Dindo. Agachados: Paulinho, Bidiu, Titico, Emídio e Inocêncio “Rabudinho”. Ainda ligado ao mundo esportivo Waldir Peres acaba de lançar o seu site www.waldirperes.com.br. Lá os esportistas poderão acompanhar toda a sua carreira, galeria de fotos e as histórias do Waldir. E também “contratar” o ex-goleiro para jogos amistosos ou para proferir palestras em geral.
Fonte: Jornal Comarca de Garça