Por Wanderley Marcos 'Tico' Cassolla
Inegavelmente o goleiro
Waldir Peres Arruda é a maior revelação garcense no âmbito esportivo. O “guapo”
que começou no Paulistinha teve uma ascensão meteórica e em pouco tempo já
estava no gol da Seleção Brasileira. No ano de 1969 assinou seu primeiro
contrato de profissional com o Garça FC., cuja diretoria era presidida pelo
esportista João Bento. E logo de cara o primeiro título: campeão da então
segunda divisão paulista. Na época não havia tanta divulgação dos jogadores do
interior nos grandes clubes da capital. Curiosamente os olheiros eram os
“árbitros” que vinham apitar. Como o Waldir disputou um grande campeonato,
fechando o gol em muitos jogos, acabou sendo
indicando para os dirigentes da Ponte Preta de Campinas. Num amistoso contra a gloriosa Ferroviária, de Araraquara, o dirigente Ilzo
Nery, viu o Garça ganhar da Ferroviária pelo placar de 1 a 0. E também viu o
goleiro Waldir Peres fechar o gol literalmente. Não deu outra: o convite da
Ponte Preta para um período de avaliação e em junho de 1970 acabou sendo
contratado pela macaca campineira.
Depois a consagrada
carreira: Da Ponte Preta para o São Paulo, Seleção Brasileira, América do Rio,
Corinthians, Guarani, Portuguesa de Desportos, Santa Cruz, e encerrando a
carreira na Ponte Preta. No São Paulo o goleiro completou 11 anos e 617 jogos, que,
segundo o "Almanaque do São Paulo", de Alexandre da Costa, foram 296
vitórias, 193 empates e 122 derrotas. Também foi o goleiro com maior série de
tempo (694 minutos) sem sofrer gol no Campeonato Brasileiro, marca superada
apenas por Rogério Ceni, com 988 minutos invicto. Foram 190 gols que balançaram a rede de Waldir
no São Paulo. A consagração no São Paulo foi no campeonato Brasileiro de 1977, na famosa disputa do
título no Mineirão, diante do Atlético Mineiro.
A decisão foi para os pênaltis e Waldir Peres mostrou mais uma vez
porque tinha a fama de bom goleiro. Joãozinho Paulista, Toninho Cerezo e Márcio
chutaram as cobranças para fora, entregando o título para o São Paulo.
Pela seleção brasileira,
disputou as Copas de 74 (Alemanha), 78
(Na Argentina) e 82 (Espanha). Esta
ultima como titular (foto), na memorável equipe montada por Telê Santana, até
hoje considerada uma das melhores de todos os tempos que tinha Sócrates, Zico,
Falcão, Júnior, Éder, Toninho Cerezo, Oscar, Batista e outras feras. No total
Waldir Peres atuou em 30 partidas, que, segundo o livro "Seleção
Brasileira 90 Anos", de Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, foram 25
vitórias, quatro empates, uma derrota e 20 gols sofridos. Além disso,
conquistou os títulos da Copa Rio Branco, da Copa Roca e da Taça do Atlântico, e
teve a menor média de gols sofridos entre os que atuaram em Copas do Mundo. No
total, foram 10 convocações de Waldir para a Seleção Brasileira.
Recordamos o Paulistinha, o
primeiro time de Waldir Peres, campeão do Torneio “Pedro Valentim Fernandes”,
no ano de 1965. Em pé da esquerda para direita: Jaci Garcia, Cripa, Waldir
Peres, Crescêncio, Tofoli, Celsinho e Dindo. Agachados: Paulinho, Bidiu, Titico, Emídio e Inocêncio
“Rabudinho”. Ainda ligado ao mundo esportivo Waldir Peres acaba de lançar o seu
site www.waldirperes.com.br. Lá os
esportistas poderão acompanhar toda a sua carreira, galeria de fotos e as histórias
do Waldir. E também “contratar” o ex-goleiro para jogos amistosos ou para
proferir palestras em geral.
Fonte: Jornal Comarca de Garça