sexta-feira, 15 de abril de 2022

Recordar é Viver: "Taruguinho agora é cidadão bebedourense"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Ele teve uma grande passagem pelo Garça nas temporadas de 1.985/86: Jorge Luiz Justino, ou simplesmente “Taruguinho”, volante, jaqueta 5 ou “cabeça de área”. Uma posição onde o “Azulão” sempre contou com jogadores que se destacaram: nos anos 50, era Altamiro Gomes, nos anos 60, Plinio Dias, Nelsinho Semensato, nos anos 70, Helinho “Boy”, Índio, nos anos 80, e o loirinho Daniel nos anos 90 e o Celsinho Felipe, no final dos anos 90 e início dos anos 2000. 

Neste seleto rol, o Taruguinho se encaixa perfeitamente, fruto dos dois anos que defendeu o Garça, apresentando um futebol versátil e de muita voluntariedade em campo. Corria muito, e o mais importante: “corria certo”, sabia onde a bola ia, tanto na marcação, como na criação das jogadas. Além do que era carismático com os companheiros, não só do Garça, mas em todos os times que passou. Com isto caía nos braços da torcida e até hoje é lembrado nos clubes que defendeu.


Graças ao futebol, por onde passou o Taruguinho só fez amigos. O último reconhecimento vem da cidade de Bebedouro. No último dia 8 de abril, recebeu o título de ‘Cidadão Bebedourense”. Foi uma noite mágica na Câmara Municipal de Bebedouro, onde acompanhamos ao vivo toda a solenidade pela internet. O título foi em cumprimento ao Decreto Legislativo nº 598, de 16 de novembro de 2.021, de autoria dos vereadores Eliane Merchan e José Baptista de Carvalho Neto (foto).

A placa bem ressaltou o reconhecimento “A Câmara Municipal de Bebedouro, tem a honra de conceder o Título de Cidadão Bebedourense ao senhor Jorge Luiz Justino, como homenagem por seus gestos e atos de real importância para com este município – Presidente Jorge Emanoel Cardoso Rocha”. Muitos amigos estiveram presentes, além de jogadores da sua época.  




Recordamos a passagem do Taruguinho pelo Garça. Em pé, da esquerda para direita: Wellington Moreira (dirigente), Dimas, Mamela, Pedro Paulo, Pilão, Dinho Parreira, Washington “Cateto” (dirigente), Cornélio Marcondes de Moura (presidente) e Luiz Lopes (dirigente); agachados: Reginaldo “Linguiça”, Taruguinho, Gil, Vidotti, Magu e Carlos Hansen.

No outro flagrante, Taruguinho sendo entrevistado pelo repórter José Henrique, da Rádio Centro Oeste-AM, sucessora da Rádio Clube de Garça

A CARREIRA: Nascido na cidade de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, Taruguinho representa milhares de garotos brasileiros, que sonham em ser um jogador de futebol. Um infância difícil, com muitas dificuldades, principalmente de quem mora na periferia das grandes cidades. Parte dela vivida em Belford Roxo, na baixada fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro. Ali despontou para o futebol e passou por muitos times do Rio, do Estado de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. 

A maior incentivadora foi sua amada mãe, dona Georgina, que não mediu esforços para ele vencer na difícil carreira. Tudo começou no time do bairro, o Bayer, onde ficou 7 anos. Num amistoso “acabou com o jogo” e foi para o Olaria, clube que defendeu por 5 anos. Para faturar uma grana extra, jogava também futebol de salão. Uma contusão no tornozelo, no esporte da bola pesada, quase interrompe a carreira. 

No ano de 1.981 assinou o primeiro contrato profissional com o Mesquita, por três anos, onde foi campeão invicto da 3ª divisão carioca e não parou mais. Em seguida foi para o Estado de São Paulo, jogando no Piraju, Garça, Palmital, Olímpia, Barretos, Mirassol, Monte Azul e Inter de Bebedouro, encerrando a carreira no ano de 1.996. No meio da carreira, ainda passou pelo União Bandeirantes do Paraná, e no Esportivo de Passos, de Minas Gerais.

O APELIDO: Do nome Jorge Luiz Justino para “Tarugo” nada a ver, convenhamos. Mas também foi no futebol que ganhou o apelido. E vem desde lá traz, por volta dos 10 anos, quando começou a jogar bola no time do “Ranca Toco FC”. Para ir treinar, a garotada tinha que atravessar uma trilha. Numa destas passagens, o amigo Carlinhos falou: “Olha lá o pescoço do Jorge Luiz, parece uma tartaruga, quase que não tem. Tartaruga não, é Tarugo”. Pronto, ficou. O duro é que a sua mãe Dona Georgina, no início não gostava de jeito nenhum. O tempo passou e ela aceitou. E hoje a Dona Georgina é quem mais o chama carinhosamente de Taruguinho.


FILHA GARCENSE:
Muitos times marcaram a carreira e a vida do Taruguinho. Mas um em especial, o Garça, como ele sempre faz questão de frisar. Tudo porque, não somente vivenciou grandes momentos vestindo a gloriosa camisa do Azulão, mas pelo também pelo fato do nascimento da filha Bianca Pinto Justino, no ano de 1.985 (na foto vestida de verde) ter ocorrido aqui, no Hospital São Lucas. O Taruguinho é casado com a Lúcia, e ainda tem o filho Gabriel. Na atividade profissional é formado em Educação Física (bacharel e licenciatura), e trabalha na APAE faz 13 anos, além de ter participado de vários projetos sociais na Associação Caminho Seguro e também no Juizado da Vara da Infância e Juventude de Bebedouro.