O
futebol é verdadeiramente uma paixão
nacional. No Brasil não tem quem não
goste de assistir uma partida de futebol e apreciar a bola estufando as redes. Se dentro do campo sempre
revelamos os melhores jogadores do mundo, na parte diretiva, a coisa é
diferente. Os clubes encaminham “aos trancos e barrancos”, a grande maioria endividados, enfrentando
ações diversas, principalmente dos jogadores. E quando o assunto é futebol do interior nas
cidades pequenas a coisa é mais complicada ainda. Um grande exemplo foi o Garça
FC, que nos anos 70, viveu uma excelente fase e depois “fechou a porta”.
Ainda na coluna “Túnel do Tempo” do último dia
21/07, uma nota nos chamou atenção, com relação ao Garça, que quase saiu do
campeonato: “Em reunião presidida por João Bento, o vice-presidente Alzir Bertone indagou os três
diretores que votaram pela continuidade do Azulão, que explicassem quais os
recursos que seriam utilizados. A pergunta era pertinente, pois levantamento da
tesouraria do clube, estimava que os gastos com a manutenção do time atingiriam
a 120 mil cruzeiros nos próximos seis meses, com a receita chegando no máximo a
65 mil cruzeiros”.
O
primeiro diretor que votou pela manutenção do time, Marcelo da Costa Val,
explicou que antes de se tomar qualquer atitude mais drástica, que se entrasse
em contato com os jogadores, pedindo a colaboração dos mesmos, inclusive na
venda de carnês e de ingressos. Paralelamente, a diretoria deveria realizar
promoções objetivando aumentar a arrecadação. Para estimular os jogadores,
poderia também ser estudada uma participação dos atletas no prêmio a ser
conferido pela Federação Paulista de Futebol, no caso do Garça classificar a
fase final do certame. Os argumentos foram convincentes, e o restante da
diretoria aceitou o desafio de participar do Campeonato da 1ª Divisão de 1972.
O Garça
disputou duas competições: o torneio preparatório 25 de Janeiro. Depois o
campeonato e terminou como campeão da “Série Arthur Friendenreich”. Uma pena
que naquele ano não teve o acesso, pois o Garça enfrentaria o vencedor da outra
série da região da capital. E o Garça era reconhecidamente o melhor time de
todo interior. Em pé da esquerda para direita: Plínio Dias, Ari Lima, Tuta,
Pedroso, Lula e Zinho. Agachados: Davi, Cláudio Belon, Itamar, Osmar Silvestre
e Helinho.
Um
dos baluartes pela manutenção e da excelente campanha foi o dirigente Marcelo
da Costa Val. Graças a “net” localizamos o aguerrido dirigente na
cidade de Belo Horizonte (MG). Próximo de completar 83 anos (14/08/29), Marcelo
Val continua ligado ao futebol. É fervoroso torcedor do Botafogo carioca. Em
Garça Marcelo Val era funcionário do Banco do Brasil e nas horas de lazer era
um respeitado “becão” do tradicional Kosminho.
Seu
irmão, Ruy da Costa Val, foi goleiro e presidente do América, campeão mineiro invicto
em 73. E também pai do centroavante Mauro “Dinamite”, que marcou o gol primeiro
título do Ipiranga, campeão amador garcence em 1976. No flagrante veja como
está o Marcelo Val, que aparece sentado à esquerda ao lado do irmão Ruy Val, juntamente com a filha Mônica e a Terezinha
Val. Mas, voltando ao Garça acabamos de receber novo e-mail do Marcus Lucas, o
Pí, que está jogando no futebol belga, nos revelando que continua mantendo
contatos com empresários europeus, visando montar um novo Garça. Segundo o Pí,
na última semana ele manteve contatos telefônicos com o prefeito Cornélio M. de Moura, confirmando
que no próximo mês de novembro estará em
Garça esperando trazer boas e ótimas novidades.
Fonte: Jornal Comarca de Garça
Coluna 'Recordar é Viver'