sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Coluna "Recordar é Viver": o goleiro Waldir Peres e a moda 'Black Power


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Por Wanderley Marcos Cassolla

Contando com a anuência do “guapo” Waldir Peres de Arruda, vamos aos poucos recordar  algumas  passagens da maior revelação garcense no futebol, nos quase 20 anos em que jogou bola profissionalmente.
Guardadas as devidas proporções, o Waldir Peres está para o São Paulo, assim como o Marcos Roberto Silveira Reis, o  “São Marcos” está para o Palmeiras. Afinal de contas o garcense  jogou como titular absoluto no tricolor por 11 anos seguidos, sendo somente superado pelo Rogério Ceni, atual titular da jaqueta um.
Provando sua idolatria no São Paulo, Waldir será homenageado com sua camisa retrô que vestiu na década de 80 (na foto antes e depois). Não está descartada a possibilidade de Rogério Ceni entrar em campo com a camisa de seu predecessor, no jogo de hoje à noite contra a Portuguesa de Desportos. Outras quatro camisas serão lançadas, homenageando os uruguaios Darío Pereyra, Diego Lugano, Pablo Forlán e Pedro Rocha, sob o título “Deuses da Raça”.
Hoje Waldir Peres fala um pouco da moda entre a boleirada dos anos 70/80. “Se hoje os jogadores preferem cabeça raspada, antigamente a moda era ter cabelos grandes. Na minha época de jogador, isso durou muito tempo e, acreditem, eu também entrei nessa. Rapaz… É até engraçado comparar os álbuns de diferentes épocas. Os jogadores até ficavam meio parecidos, todos com os cabelos iguais. Depois, os fios foram diminuindo, a barriguinha aumentando.
Então não era mais questão de gosto, só continuava com a cabeleira grande quem  podia. Veja bem… Na minha época, ter cabelos grandes não representava apenas a moda, mas a liberdade. Estávamos construindo história no futebol. Era uma época fantástica, cheia de possibilidades que se abriam à nossa frente, só esperando uma escolha.Assim, os que tinham as “perucas” mais rebeldes armavam um “Black Power” bem bacana de se ver.
Coisa rara, hoje em dia, no mundo da bola. Os outros todos deixavam crescer de um jeitão meio largado, mesmo.Tinha gente que até perguntava se o cabelo não atrapalhava com a bola. Veja bem, se tomei algum gol já foi na fase mais careca… Já na linha não posso responder, mas acho que, ao menos para cabecear, amortecia bem o impacto!A gente se divertia muito nessa época e também divertia os outros com nossos cabelos. Me lembro bem de algumas torcidas gritando: “…Olha a cabeleira do Waldir, será que ele é… será que ele é?, numa alusão a tradicional marchinha carnavalesca “Cabeleira do Zezé”. Rapaz, eu ria muito”.
Na outra foto, recordamos o time da Ponte Preta do ano de 1972, em jogo no Morumbi, contra o São Paulo, clube pelo qual Waldir Peres seria contratado posteriormente.  Na macaca campineira jogou entre os anos de 1970 a 72, e enceraria  careira no ano de 1989.
Em pé da esquerda para direita: Waldir Peres, Galli, Araújo, Chicão, Marinho e Geraldo; agachados: Paulinho, Pedro Paulo, Adilton, Serginho e Tuta. Uma curiosidade: entre Araújo e Chicão, ao fundo, está o então repórter esportivo Fausto Silva, hoje renomado apresentador do programa “Domingão do Faustão”, da Rede Globo de Televisão.

Fonte: Jornal Comarca de Garça