Na última quinta completaram exatos 37 anos de um jogo que entrou para a história do Garça Futebol Clube. No
dia 22 de Agosto de 1976 o “Azulão” pisou no tapete verde do Estádio Municipal “Frederico
Platzeck”, não somente para mais um jogo da Série "Dr. Paulo Macho de Carvalho” da Primeira
Divisão do futebol paulista, mas também integrar pela primeira vez um teste da loteria
esportiva (foto). E no jogo 13 deu coluna um: Garça 2 x 1 Linense.
Os prognósticos apontavam:
coluna um (Garça) com 30%, coluna do meio: 40% e coluna dois (Linense): 30%. Portanto o resultado mais indicado pelos
entendidos era o empate. O “Azulão” já
não tinha mais aquele grande time do início dos anos 70, enquanto o Linense
estava montando uma equipe para subir.
O Garça, do presidente
Argemiro Beguine, mesclava alguns veteranos com os principais jogadores do
futebol amador, e cumpria uma campanha mediana no campeonato. O técnico era
Walter Zaparolli em início de carreira, ainda se firmando como treinador. Só
que o fator campo e torcida naqueles tempos eram decisivos.
Foi um domingo de muita
festa e barulho do “Platzeck”, afinal de contas não era pra qualquer time do
interior fazer parte de um teste da loteria esportiva. Com certeza naquele dia
o nome de Garça foi falado em todo o Brasil. Quem não se lembra da “Zebrinha”
do programa “Fantástico” da Rede Globo.
Foi um jogo difícil e
decidido no finalzinho. O Linense saiu na frente, com um gol logo a 6 minutos.
Aos 11 minutos, o Garça teve uma penalidade a seu favor e o meio campista João
Luiz (ex-MAC) chutou e o goleiro defendeu.
As emoções mesmo ficaram
para a etapa final, com o Garça correndo atrás do prejuízo. Aos 29 minutos
Cláudio Belon empatou, depois de receber cruzamento do lateral Túlio
Calegaro. Por volta dos
35 minutos, o centroavante Tico recebeu passe de João Batista e emendou de
esquerda cruzado, a bola entrou no
cantinho, depois de tocar na trave (veja no flagrante do Takiuti). A numerosa
torcida, uma das maiores já registradas,
relembrou as memoráveis jornadas do “velho” Garça dos anos 50. Após o
apito final do árbitro muita festa no estádio, até invasão de campo dos
torcedores. A renda chegou a casa dos CR$-24.995,00.
O Garça jogou com Walter;
Túlio Calegaro, Joãozinho, Pedroso e Geraldo (João Batista); João Luiz e
Cláudio Belon; Tiarim (Toninho Marques), Osmar Silvestre, Tico e Tonho Nego;
Técnico: Walter Zaparolli e massagista Ari Eusébio.
Linense: Baía (Jacobson); Zé
Luiz, Nicola, Paulinho e Dirlei; Santos e Pepe; Pimenta, Amintas, Nogueira e Vanderlei – Técnico: Edgard – Massagista:
Levi.
Juiz: Sérgio Bertagnolli –
Bandeirinhas: Emidio Xavier e Claudinei Bello.
Nas fotos do arquivo do
atacante (ponta-direita) Rodolfo Devito, recordamos o time do Garça que começou o jogo. Em pé da esquerda para
direita: Murilo Proença (maqueiro), Tulio Calegaro, Walter, Pedroso, Joãozinho,
Geraldo, João Luiz e Ruvens (maqueiro). Agachados: Heitor “Tiarim”, Osmar, Tico, Tonho Nego, Claúdio Belon e Ari Euzébio (massagista).
No outro flagrante, o banco
de reservas: da direita para a esquerda: Rubens, Murilo, João Azevedo, Toninho
Marques, Rodolfo, João Batista “Rivelino”, Jair goleiro, Ari Euzébio e Walter
Zaparolli.
Fonte: Jornal Comarca de Garça