Por Ricardo Perrone - UOL
A Odebrecht fez a entrega das chaves do estádio do Corinthians ao clube num gesto simbólico, pois os trabalhos em Itaquera vão continuar. A cerimônia aconteceu fora do prazo estipulado, mas é só uma das metas não cumpridas em relação à arena. Foram pelo menos sete promessas não concretizadas. Veja abaixo:
1 – Entrega
Em seu site, a Odebrecht Arenas registrou que a obra seria entregue em dezembro de 2013. O cronograma foi prejudicado principalmente pelos acidentes que provocaram três mortes e interdições na obra.
Reprodução do site da Odebrecht Arenas com previsão de entrega do estádio do Corinthians para dezembro de 2013
2 – Inauguração
O plano era inaugurar o estádio em janeiro de 2014. O Corinthians já disputaria o Campeonato Paulista lá. Agora, o primeiro jogo oficial marcado para a arena é contra o Flamengo, no próximo dia 27, mas é provável que o clube transfira a partida para o Pacaembu. Isso porque precisa ter os alvarás na mão até dez dias antes do jogo, data limite para mudanças. É difícil que consiga os documentos até quinta-feira.
3 – Orçamento
Em reunião no Cori (Conselho de Orientação do Corinthians), em setembro de 2010, Luis Paulo Rosenberg, assegurou que o teto para o custo do estádio era de R$ 335 milhões. Depois, a estimativa passou a ser de R$ 820 milhões e agora já ultrapassou R$ 1 bilhão. Hoje vice-presidente do clube, mas afastado do projeto, Rosenberg, assim como os demais dirigentes alvinegros, culpa as exigências da Fifa pelo gasto acima do previsto.
4 – Batismo
No dia 6 de fevereiro de 2012, em sabatina promovida pelo UOL e pela Folha de S.Paulo, Andrés Sanchez disse que “depois que o novo presidente ganhar [a eleição no clube que aconteceu cinco dias após a declaração], em 30, 40 dias sai o naming rights”. Depois de mais de dois anos da promessa, o negócio ainda não saiu.
5 – Teste
O último planejamento apresentado pelo clube à Fifa previa um teste no estádio no próximo domingo. Seria uma festa para 20 mil torcedores com ex-jogadores em campo. Mas os alvarás necessários não foram obtidos e a cerimônia foi adiada. A nova data ainda não havia sido oficializada pelo clube até a publicação deste post.
6 – Mão no bolso
A diretoria corintiana cansou de dizer para conselheiros do clube que não colocaria um centavo em obras exigidas pela Fifa se só fossem utilizadas durante a Copa do Mundo. Conseguiu se livrar das arquibancadas provisórias, bancadas pela Ambev numa ação do Governo do Estado. Mas, recentemente, Andrés afirmou que o Corinthians vai pagar as estruturas complementares, com custo avaliado em R$ 60 milhões. São estruturas em volta do estádio, principalmente para as áreas de mídia e segurança. Elas serão desmontadas depois do Mundial.
7 – Petrobras
Também ao Cori, a diretoria afirmou que tentaria repassar os custos da remoção de dois dutos da Petrobras que passavam pelo terreno para a empresa. Porém, teve que se comprometer a bancar a despesa, avaliada em R$ 10 milhões, depois de o Ministério Público Federal se posicionar contra a companhia pagar a conta.