Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Na última quinta feira (11) a
cidade perdeu mais um grande esportista: Felicio Martini. Com 87 anos de idade bem
vividos, “seo” Felício era um corintiano fanático e torcedor fervoroso do Garça
FC. Adorava falar sobre futebol. Sempre que o encontrava, já vinha duas perguntas tradicionais: "O Corinthians vai ser campeão este ano?" E em seguida: "E o Garça, hein? Quando será
que vai voltar?"
Há dois anos atrás, por
indicação do Abegar, ex-lateral do Garça, passamos quase que uma tarde inteira com ele falando de
futebol, evidentemente. E registramos o encontro. Na foto, posando, com a
camisa do Corinthians, ao lado do Abegar. Os assuntos principais: Corinthians,
Seleção Brasileira e Garça Futebol Clube. Com uma memória invejável, muitos casos ele
recordou. Segundo o “seo" Felício, um dos segredos de sua vitalidade era o trabalho.
O primeiro emprego que teve foi logo que terminou a 2ª Guerra Mundial (1945),
quando era ainda bem jovem. Desde então
nunca parou mais. Já estava aposentado, mas ultimamente ainda trabalhava na empresa
Tratorgarça do Herédia. Era um excepcional
torneiro mecânico e soldador. E batia a “bigorna” com todo vigor.
A paixão pelo Corinthians começou
há muito tempo. Seu ídolo era Roberto Rivelino. O “seo” Felício, por
exemplo, viu a estréia do “Reizinho do Parque” em Bauru, diante do Noroeste. Sempre
acompanhou o “Timão”, ouvindo as transmissões primeiramente pelo rádio (quando
ainda eram de válvulas) e depois na televisão. Lembra com detalhes da conquista do Troféu do IV Centenário, em 1.954. E também do título do Campeonato Paulista de 1.977, após jejum de 24 anos, no memorável gol do
Basílio. Este time marcou muito o “seo” Felício. Em pé da esquerda para
direita: Zé Maria, Tobias, Ruço, Moisés, Ademir e Cláudio Mineiro. Agachados:
Vaguinho, Basílio, Palhinha, Geraldo e Edu.
Além destas conquistas, o
“seo” Felício
Outra paixão era o Garça Futebol Clube. Nos últimos tempos
andava um tanto quanto chateado pela ausência do futebol profissional. Só que
jamais esquecia do “Azulão”. Tinha na ponta da língua o nome dos atletas que
defenderam o Garça nos anos 50: Máximo, Martin Carvalho, Doleite, Luizinho, Agamenon,
Altamiro Gomes, Basílio, Ceci, Ferrari, Paraguaio, Carlito e Liquinho, entre outros.
E também do Garça dos anos 70. Em pé da esquerda para direita: Plínio Dias, Ari Lima, Tuta, Lula, Bô e Abegar; Agachados: Davi, Cláudio Belon, Osmar Silvestre, Itamar
e Helinho. Era um time de fazer inveja.