sábado, 8 de fevereiro de 2020

Recordar é Viver: "Osmar Rocha, o 2º maior goleador do Garça"







Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Ele está entre os melhores jogadores da história do Garça. Jogava muito e era querido por todos os torcedores. Estamos falando de Osmar Silvestre Rocha, “o moço de Avaí”, como diria Fiori Giglioti, o eterno locutor da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Ainda esta semana recebemos pela net, uma foto daquelas históricas do Corinthians Paulista, campeão paulista infantil de 1.966, e para nossa alegria, nela está o Osmar com a faixa de campeão (é o segundo agachado da esquerda para direita). A equipe alvinegra do Parque São Jorge era comandada pelo técnico Nena, que jogou com outro “garcense” o Adão Nunes Dornelles (o Adãozinho), no Internacional de Porto Alegre. Osmar era das equipes de base do Corinthians (foto), que com um time misto, disputou um amistoso contra o Garça. Como ele “arrebentou” com o jogo, os dirigentes azulinos interessaram pelo seu futebol, e acertaram sua vinda. Chegou, agradou e ficou definitivamente por aqui. Mas confesso que se tivesse seguido carreira no Corinthians, teria uma maior projeção, pois futebol ele tinha de sobra, um meia atacante avançado de bom passe e visão de jogo.

Segundo o professor Luiz Maurício Teck de Barros, e profundo historiador do futebol, em seu livro “Trajetória do Futebol Profissional de Garça: 1.950 à 2.004, Osmar Silvestre é o segundo artilheiro do “Azulão”, ao lado de Cláudio Belon, com 52 gols, muitos nas cobranças perfeitas de faltas. O primeiro é Rogerio Amadeu Atílio (Rogerinho), com 54 gols.

Nós tivemos oportunidade de jogar com o Osmar, no Garça, Ipiranga e Veteranos do Garça. Nas cobranças de faltas ele tinha um detalhe, era o seu ritual infalível: segurava a bola com as duas mãos, girava ela por inteiro, e colocava no gramado com o bico voltado para o seu lado. A batida na bola, era bem no bico. Assim que cobrava, a bola passava a barreira, ele já gritava é gol, antes mesmo de estufar as redes. Um chute colocado e certeiro, indefensável para o goleiro.

A estreia do Osmar com a camisa do Garça foi na oitava rodada do Campeonato Paulista da Terceira Divisão de 1.968, contra o Municipal de Paraguaçu Paulista, fora de casa. O Garça venceu por 3 a 1 (gols de Dadi, Rogério e Helinho).

Na rodada seguinte, o “Azulão”, realizou o primeiro jogo no Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, e no derby regional, ganhou do São Bento de Marília, pelo placar de 3 a 1, gols de Grilo, Rogério e Robertinho.

Em sua passagem pelo Garça, disputou os seguintes campeonato paulistas: 3ª Divisão, em 1.968 e 1.969, este último sagrando-se campeão; 2ª Divisão, em 1.970, 1.971, 1.974, 1.975 e 1.976 e da 3ª Divisão em 1.977 e 1.978.

Depois de encerrar a carreira no futebol profissional, o Osmar defendeu os principais times do Campeonato Amador, com destaque para o Guanabara, Frigus, Ipiranga e Veteranos do Garça. Na foto, jogando pelo Frigus, tendo a seu lado Túlio Calegaro, da Casa Ipiranga, e Tonho Nego, colega de time. 

Gostou tanto da cidade, que por aqui ficou, trabalhou no SAAE onde era o químico responsável. Constituiu família, casou-se com a Solange, e teve três filhos: Karina, Fernando e Guilherme. Faleceu no dia 30/10/2.001, e entrou para a história do Garça. Até hoje é lembrado com muito carinho por todos os torcedores.