sexta-feira, 19 de maio de 2023

Recordar é Viver: "Mário Baraldi, o reencontro depois de 50 anos"

 



Por Wanderley `Tico´ Cassolla

O ano é de 1973.  Há exatos 50 anos ganhava o primeiro troféu de artilheiro do Campeonato Amador. Eu era ainda um garoto, com apenas 16 anos. Lembro que “desbanquei” dois favoritos: o grande goleador e centroavante Viola, já em final de carreira, e o ponta direita Natal, também outro goleador. Depois eu ainda conquistaria mais 10 troféus. Um assunto para as próximas colunas.  

Como o primeiro troféu a gente nunca esquece, lembro que quem entregou foi o então presidente da CCE/Comissão Central de Esportes, o professor Mário Baraldi (foto). A solenidade de premiação aos melhores do temporada de 1973, aconteceu numa noite festiva, na antiga sede de CCE, que ficava localizada à Rua Carlos Ferrari, nº 115, no piso superior do prédio onde hoje fica a Sorveteria Skimel. O local ficou pequeno para receber os melhores, além de torcedores e esportistas em geral que sempre prestigiavam o amadorismo garcense.


Pois bem, decorridos meio século, reencontramos professor Mario Baraldi, hoje aposentado, para lhe mostrar o troféu. O agradável bate-papo aconteceu na residência do prof. Mario Baraldi (foto), onde estivemos acompanhados dos amigos Maércio e Fabinho, sobrinhos do professor Mário. Numa manhã de domingo, rolou muitos causos e histórias, contadas e reveladas. O assunto predominante foi sobre o futebol, e não podia ser diferente. Na atual foto com o mesmo troféu, dá para ver que o tempo está passando para ambos. Mas as alegrias e conquistas do passado jamais serão esquecidas, continuam mais vivas do que nunca. Um troféu pequeno no tamanho, mas enorme pelo seu conteúdo, de um valor sentimental e inestimável.

PROFESSOR MÁRIO BARALDI: Mais um daqueles que chegou em Garça para não sair mais. O garotinho Mario Baraldi nasceu na cidade de Jaú, no dia 22 de maio de 1933. Nos idos de 1940, o seu pai, Menoti Baraldi, mudou para Garça trazendo toda a família, a esposa Júlia, e seis filhos do casal, todos pequenos: Valdomiro, Terezinha, Dorival, Antonieta, Mário e Vilma.  

O Sr. Menoti era um próspero comerciante, no ramo de construção, mas especificamente de vidro e espelho e se estabeleceu com a Casa Santa Luzia, na antiga Rua Paulista, nº 205, hoje denominada Avenida Deputado Manoel Joaquim Fernandes, quase em frente ao Garça Hotel. Nos fundos da residência, passava a linha do trem da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, que “dividia” a cidade ao meio. Do lado de baixo era o Bairro Labienópolis, de cima, Ferrarópolis.

Os filhos foram crescendo, e logicamente, tinham que estudar. O Mário cursou o primário no antigo Grupo Escolar de Garça, onde hoje é o Museu Municipal, aliás, a primeira escola da cidade. Depois na Escola “Hilmar Machado de Oliveira”, até se formar professor primário. Como sempre gostou do esporte, decidiu um dar “pulo maior”: estudou em Bauru e se formou professor de Educação Física. Lecionou por um bom tempo a disciplina, passou para assistente de diretor no Grupo Escolar “Lydia Yvone G. Marques”, até se aposentar no final dos anos 80.

Paralelamente, sempre teve ligado ao esporte da cidade, seja como atleta ou dirigente. Na juventude integrou o juvenil do Garça, mas não seguiu na carreira. No varzeano defendeu o bom time do Bar Antartica. A carreira no futebol varzeano foi curta. No Garça Tênis Clube jogou por vários anos, no Kosminho, tradicional time de “pelada”, equipe que ajudou a fundar, juntamente com o Sr. Carlos Manchini, no dia 25 de maio de 1975. Era um meio campista, volante, tipo “cabeça de área”, bom no desarme, e que também sabia sair jogando com a bola.


Recordamos uma das formações do Kosminho, que posou para a posteridade no dia 3 de abril de 1983: em pé, da esquerda para direita: Chico Ramalho, Kerges, Colombani, Salvino, Marcelo Val, Cacaio Vollet e Carlos Manchini; agachados: Mário Baraldi, João Trinca, Agenor, Corinho, Erônides e Gaúcho. “Os bons velhinhos” batiam um bolão, um time praticamente imbatível quando jogava no campo de terra, um verdadeiro “alçapão” no GTC.

Chegou a ser presidente da CCE/Comissão Central de Esportes, convidado pelo Sr. Jaime Nogueira Miranda, interventor federal em Garça, no ano de 1970.


 

Adorava assistir aos jogos dos bons tempos do Garça, nos anos 70. No flagrante posando ao lado de dois craques do “Azulão”: Pedroso (esquerda) e Abegar, juntamente com o fotógrafo Takiuti, que compunham o elenco do ano de 1972.

Atualmente o professor Mário continua ligado ao futebol, torcendo para o seu glorioso Palmeiras. Segundo ele, o time está jogando bem, mesmo considerando a ruindade dos adversários. Como ídolo tem três jogadores do Verdão: o lendário Ademir da Guia, “que jogava por música”, e atualmente o goleiro Weverton e o zagueiro artilheiro Gustavo Gomes. Mas também tem outro time do coração: o XV. de Jaú, da sua terra natal, o conhecido “Galo da Comarca”.  

Na próxima segunda feira, dia 22, o professor Mário completará 90 anos. A família Baraldi estará em festa, na comemoração de uma data especial, desde já recebendo os cumprimentos da esposa Marina, dos filhos Maristela e Marinho, das quatro netas e dois bisnetos.