sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Recordar é Viver: "Zé Cirso, um volante disciplinado"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Uma foto está circulando nas redes sociais, mostrando cinco jogadores, que foram destaques no futebol amador nos anos 70/80. Pela ordem, da esquerda para direita, aparecem perfilados: Zé Cirso, Sambinha, Nôzinho, Túlio Calegaro e Cidão. Nos muitos comentários, alguns dão conta que todos já faleceram. A dúvida chegou até nós. Corremos atrás e descobrimos que quatro já nos deixaram, o Sambinha, Nôzinho, Cidão e Túlio Calegaro, enquanto o Zé Cirso está mais vivo do que nunca, morando em Vila Araceli. Para localizarmos o Zé Cirso, contamos com a colaboração do palmeirense Cocada e do santista Laurindo Scarpinello, antigos moradores dos arredores da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, a conhecida “Igreja do Frei Aurélio”.

O VOLANTE ZÉ CIRSO: O alagoano José Cicero da Silva, fez história no amadorismo garcense, na década de 70 até começo dos anos 90.  Nascido na cidade de Palmeiras dos Índios, há 71 anos, chegou ainda criança aqui em Garça, juntamente com seus familiares, para não sair jamais. No início morava perto da Companhia Marumbi (se fosse hoje, próximo ao Supermercado Serve Todos). Na época tinha duas diversões: a primeira era catar as “bagens” de amendoim que caía dos caminhões, que chegavam para descarregar na Marumbi. Depois era a reunião da molecada pra jogar bola. Tempos depois, mudou para a Vila Nova (atual Araceli), onde reside atualmente.

Lá começou a jogar bola nos times montados pelo esportista Jorge Teixeira. Lembra o primeiro time, que foi o Vila Nova, depois no Tupi, Fluminense, Garcafé, Bezerra de Menezes, dentre outros. Jogou bola até perto de completar os 40 anos, até “as pernas não aguentarem mais”.

Como ele se auto intitulava: “Fui um médio volante, cabeça de área, jaqueta número 5, que na minha época era mais marcador. Ficava ali na frente dos beques, dando o primeiro combate e cobria os laterais quando eles subiam para o ataque. Tinha que ter bastante fôlego para desempenhar esta função. Apesar de ser um desarmador, tinha que “matar” as jogadas dos adversários. Anota aí, fui sempre um jogador leal, jamais dei `botinadas´. Nunca fui expulso de campo, e poucas vezes recebi um cartão amarelo. A minha ficha na CCE (hoje SEJEL) é limpa, primava pela disciplina. Disto eu me orgulho”.

Veja uma das formações do Fluminense, da Vila Nova (hoje Vila Araceli), da década de 70, posando no Estádio Municipal “Frederico Platzeck”. Em pé, da esquerda, para direita: Chicão, Cláudio, Bertinho, Carijó, Zé Cirso, Baianinho e Jorge Teixeira (presidente);a gachados: João Cordeiro (diretor), Guaraci, Roberto Carlos, Viola e Nivaldo.

O Zé Cirso gosta de dizer que o futebol lhe trouxe grandes alegrias, foi a sua principal diversão, onde fez muitas amizades. Seu time do coração é o Corinthians e tem como ídolos no futebol, Pelé e Jairzinho, os craques tricampeões da Copa do México, em 1970.

No futebol atual destaca o ex-corintiano Róger Guedes, que foi jogar no Catar. Mas outros dois também estão jogando muito: Rafael Veiga e Dudu, do Palmeiras, cujo time, segundo o Zé Cirso, ainda vai brigar pelo título do Campeonato Brasileiro.

Para o amigo leitor, recordamos um pouco da vitoriosa trajetória esportiva do Zé Cirso. Se alguns comentários davam conta que havia falecido, ele faz questão de afirmar que “estou mais vivo do que nunca, acabei de completar 71 anos e já estou aposentado. Ainda não “pendurei as chuteiras” em se falando de trabalhar. Vou intercalando entre o trabalho na lavoura de café e auxiliar de pedreiro, serviços duros, não é para qualquer um. Mas estou enfrentando, ainda sem cansar. Agora o que está me dando uma canseira danada, é quando chego em casa, e o meu querido e especial neto Enzo (foto), me chama para jogar bola com ele. Aí está complicado correr atrás dele. Já não sou mais o mesmo de antigamente.”

O QUARTETO QUE PARTIU: Quanto aos demais jogadores todos devem “estar chutando uma bola nos campos celestiais”. O primeiro que faleceu foi o Túlio Calegaro, no mês de novembro de 2015. O Túlio foi um grande lateral direito, mas jogava melhor futebol de salão (futsal), onde começou no Juventus de São Paulo. Ainda foi profissional no Garça FC, nos anos 70. Também foi presidente da Comissão Central de Esportes e professor da Escola de Futebol Juventinho, que montou para ensinar a garotada jogar bola.

No mês de agosto de 2020, faleceu em Marília, o Antenor “Nôzinho” Teixeira, um meia esquerda de muita habilidade. Viveu sua grande fase no Ipiranga, num meio de campo que contava com Alcir, Chico Ramalho e Toninho Marques. Antes jogou nos times do Tupi, Guarani da Vila Nova, comandados pelo seu pai, o esportista Jorge Teixeira. Pouco depois, notícias dão conta que no ano de 2021, faleceu o Cidão, que também morava em Marilia. O Cidão foi um veloz ponta esquerda, que, em Garça, vestiu a camisa da Casa Ipiranga, Tupi, Frigus e Ipiranga.

Por último, no mês de março de 2021, faleceu em São Paulo, o José Candido “Sambinha” Pereira, que atuou no futebol amador também nos anos 70. Um beque central clássico, no melhor estilo Luiz “Chevrolet” Pereira (craque do Palmeiras). O Sambinha jogou no Tupi, Fluminense e Ipiranga, depois mudou para São Paulo.