Por Wanderley 'Tico' Cassolla
Na década de 80, o
Guarani, dirigido pelo técnico Adecildo
Alves, mais conhecido nos meios esportivos como “Nenê Caverinha”, fez muito
sucesso. O Nenê, contando com a
colaboração do Marinho gostava de treinar a garotada. Com isto vários jogadores
foram revelados para os times do amador e até mesmo profissional. Os
treinamentos aconteciam no antigo campo da Clínica de Repouso Garça, no final
de Vila Rebelo, onde hoje está a instituição Alfa e Omega. Praticamente todas as
tardes a garotada lá comparecia para aprender e aperfeiçoar a jogar bola, sob a
“batuta” do Nenê e do Marinho. Aos domingos aconteciam os amistosos no campo da
própria clínica, local que ficou conhecido como o “caldeirão do guaranizinho”,
tudo porque o time dificilmente perdia um jogo ali. Segundo soubemos o
Guarani ficou um longo tempo sem sentir o sabor de uma derrota, foi algo em
torno de um ano e meio. E olha que times
de grande expressão do amador foram jogar lá e amargaram o sabor da derrota. No ano de 1986, o time base
era o da foto. Em pé da esquerda para direita: Nenê Caverinha, Chiquinho,
Biscuí, Natalino, Xande, Pelato e Branco; agachados: Santos, Zé Carlos,
Pedrinho, Casinha e Bertinho. Só estamos na dúvida se realmente o central era o
Biscuí. O responsável pela foto foi o Marinho, que não gostava de aparecer. Na
época o Marinho estava fazendo um curso de fotografia por correspondência. Não
vingou na carreira de fotógrafo, mas se tornou um ótimo e
respeitado treinador, sempre trabalhando com a garotada. Dá para notar que a grande
maioria destes jogadores, depois se destacar na várzea, alguns até hoje estão desfilando no
futebol suíço. Com uma base sólida e
contando com a colaboração do Carlinhos Coruja, o Guarani resolveu participar
do campeonato amador. De acordo com o Nenê Caverinha o time cumpriu uma grande
campanha e “aprontou” pra cima de muitos times de ponta. Uma das recordações
foi a vitória pelo placar de 3 a l em
cima do todo poderoso Ipiranga, jogo disputado no antigo campo da Escola
Agrícola.
A maior revelação do
Guarani foi o atacante Santos, que se tornou atleta profissional, jogou no Garça, e um punhado de times do
interior paulista. Mas em matéria de gols o maior foi mesmo o Pedrinho (foto),
que cansou de faturar o troféu de artilheiro no amador e no futebol suíço. Jogou
nas equipes de base do Noroeste (Bauru), sob o comando do técnico Marco
Antonio, e por pouco não subiu para o profissional .O Pedrinho está entre os
maiores goleadores dos anos 90 pra cá. Atualmente defende bom time dos Pior no futebol
suíço, pra variar marcando gols.
Fonte: Jornal Comarca de Garça