Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Ele foi um
ponta esquerda que marcou época no início dos anos 70, quando foi bi-campeão
amador no Induscômio: José Fernandes Lopes Filho, mais conhecido por “Peba” nos
meios esportivos.
Peba era o
típico atacante a moda antiga: um ponta esquerda ofensivo, daqueles que jogavam do meio de campo pra frente. Nada de voltar para ajudar na marcação. Época em
que o futebol tinha a formação tática, no famoso 4-2-4, ou seja, quatro
jogadores na defesa, dois no meio de campo e quatro atacantes. Além é claro, do
goleiro (ou guarda metas). Diferentemente dos dias atuais, onde os esquemas
táticos se resumem na defesa, meio de campo e somente um atacante. Por isto os
gols ficaram escassos, e placares com muitos gols é coisa rara.
Além de jogar
avançado, o Peba quando tinha posse da bola, partia para cima dos zagueiros.
Com sua afinada perna esquerda, dava alguns dribles desconcertantes, chegava na
linha de fundo e cruzava para os atacantes finalizarem. Segundo nos
relatou o técnico Ednalvo Cardoso de Andrade, um dos trunfos do Induscômio era
o ataque. Sempre jogava de forma ofensiva, com o Sarará na ponta direita e o
Peba na esquerda, bem abertos. Eles tinham ordem para não recuar. O Sarará tinha
mais velocidade, o Peba era mais técnico.
A trajetória
do Peba começou no juvenil da Ferroviária, quando ainda jogavam descalços e nos
campos de terra. Na época era difícil comprar uma chuteira, e os times não
tinham condições de doar aos atletas. Era amador puro mesmo. Lembra que no ano
que foram campeões, a revelação foi o garotinho Paulo Roberto, o “Pelezinho”,
que depois se tornou profissional no Garça, e se consagrou no Internacional
(RS) e no futebol catarinense. Depois jogou no Internacional garcense. Nesta
época surgiu o goleiro Waldir Perez, que logo foi para o Garça (campeão da 2ª
divisão no ano de 1969), Ponte Preta, São Paulo e Seleção Brasileira. O auge
da carreira do Peba foi no Induscômio, onde se tornou bi-campeão amador de
1.972/73, ganhando nas duas oportunidades do forte Serenata.
Péeba
recorda de alguns jogadores que tinham tudo para se tornarem profissionais, citando o
goleiro Cabrini, os zagueiros Corinho e Goiano, o meio campista Reinaldo
Portelinha e o atacante Sarará. Dos dirigentes se lembra do Osmar Gonzales, o “Pítia”,
um verdadeiro faz tudo, roupeiro, cartola, massagista e até técnico quando
necessário. Lembra também do Nelsinho Carvalho, do Ipiranga, outro grande esportista.
Por motivos profissionais o Peba teve que se mudar para Ourinhos, onde reside até
os dias atuais. Lá ainda jogou, por pouco tempo, no Olímpico. Depois, no futebol society, apenas
como lazer e diversão. Faz questão de frisar que o futebol de hoje é baseado em
estratégias e esquemas. Na nossa época era mais natural, mais original, mais
verdadeiro, onde a meta era marcar gols.
Recordamos o
memorável time do Grêmio Esportivo e Social Induscômio, no dia do jogo da
entrega das faixas no Estádio Municipal “Frederico Platzeck”. Em pé da esquerda
para direita: Fontes, Osni (goleiro), Corinho, Washington, Reinaldo Portellinha,
Goiano e Tonho; agachados: Zé Luiz Portugues, Sarará, Béia Galvão, Jonas Zago e
Peba.
No outro
flagrante, posando com os colegas campeões: Tonhá, Reinaldo Portellinha e Peba.
Veja em foto recente, como está o corintiano José Fernandes, o Nande para os
familiares, festejando mais uma conquista do time mosqueteiro. É casado com a Luiza,
tem três filhos: Diogo, Rafael e Bruno e três netos. O Peba é reconhecidamente um
gabaritado cirurgião dentista e um dos maiores e mais afamados pescadores na
região de Ourinhos