sexta-feira, 30 de junho de 2017

Recordar é Viver: "As cerejeiras do `Seo´ Nélson estão floridas"











Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Ninguém está mais feliz da vida, do que o “Seo” Nelson Ichisato, o pai das cerejeiras. As suas “eternas filhas” estão lindamente floridas e encantando a todos, em especial a colônia nipônica. Isto pudemos notar na noite da última quarta, quando assistimos a abertura da 31ª festa, que este ano está de roupagem nova. Até com nova denominação: Cerejeiras Festival. Para os mais saudosistas continua sendo a Festa das Cerejeiras de Garça. Para mim é a Festa das Cerejeiras do “Seo” Nelson. Como diria o ex-craque Romário: “O Sr. Nelson é o cara”. E vale o complemento: também é a cara das cerejeiras de Garça.

A mudança de nome chegou até mesmo a polemizar na rede social, o que é normal. O importante é que a Festa/Festival das cerejeiras está aí e é um sucesso total. Como bem frisou o nosso conterrâneo e grande palmeirense José Nello Marques “é a maior festa da cerejeira do mundo, fora do Japão". Já para o corintiano Nicola Rosário “a veracidade intrínseca das grandes realizações humanas, estão sempre acima e longe do alcance das questiúnculas de interesses menores. Portanto, viva a nossa festa da cerejeira ou outra denominação que se queira dar.

Neste ano os organizadores acertaram na “veia”, a florada coincidiu com os cinco dias de festas, muitas atrações e shows musicais imperdíveis. O recinto com novo “layout” ficou ótimo, bonito mesmo, com mais acomodação e principalmente conforto aos visitantes.  Com isto nem uma chuva pode atrapalhar os shows programados. E o mais importante, a entrada é franca.

E pensar que tudo começou no ano de 1.979, quando o “Seo” Nelson, plantou 110 mudas plantadas ao redor do lago “J.K. Williams”, adquiridas na cidade de Campos de Jordão. Naquela época ele foi questionado, até duvidaram da plantação pois o clima garcense não seria propício. Porém, pacientemente, todas as manhãs o “Seo” Nelson estava lá, acreditando numa florada. Com um balde pegava água no lago, e com aquela paciência oriental, regava planta por planta. As árvores foram crescendo. Uma forte chuva quase pois tudo a perder. Mas ele não desanimou. Adquiriu mais plantas e não cansava de afirmar: logo virá uma florada, pode acreditar. O principal adubo: o amor que ele nutria pelas cerejeiras (sakura). Bem o resto não precisava falar mais nada. Hoje são mais de 500 árvores da espécie `Serrula Tamque´, que dão um brilho todo especial a festa.

Até amanhã um público estimado de aproximadamente 200 mil pessoas deverá comparecer no recinto, não só para ver a linda florada, como também apreciar muito da tradicional e peculiar cultura japonesa. A festa vem conseguindo enorme projeção a ponto de ser considerado o maior evento paulista voltado para a cultura oriental. Hoje faz parte do calendário estadual de eventos desde o ano de 1.992. Sem sombras de dúvidas é o evento que mais divulga o nome de Garça para todo o Brasil. 

Nos flagrantes: encontrando o “Seo” Nelson na abertura da festa, na outra foto ele posando orgulhosamente no meio das cerejeiras. E como a coluna é voltada especialmente para o futebol, fazemos uma homenagem aos jovens “dekasséguis” garcenses, que no final dos anos 80 foram para o Japão a procura de melhores oportunidade de trabalhar e ganhar alguns “yens” e fazer o pé de meia.  O trabalho era árduo, mas na hora de lazer montaram um time de futebol com outros brasileiros, e jogavam nos finais de semana. Não indentificamos todos os jogadores. Mas o curioso é que o ataque era todo garcense. Veja da esquerda para a direita: Ridê Imafuko, Jorginho Hayashi, Serginho, não identificado e Uchida.