Wanderley `Tico´ Cassolla
Sempre procurando homenagear pessoas que colaboraram
com o esporte na cidade, a coluna encontrou no feriado de quinta-feira com Luiz
Guerino, ou simplesmente Sorocaba, jogador e árbitro que fez história em nosso
futebol. Foi um bate papo para lá de agradável, onde muitas histórias e causos
foram lembrados pelo Sorocaba, que no auge dos 82 anos, continua com uma memória
invejável. Fala com muito orgulho de ter sido um bom goleiro, uma posição de
tradição na cidade, e também juiz (árbitro), uma ingrata profissão. Foram mais de 40 anos envolvidos com o mundo da
bola, onde fez muitos amigos e aprendeu muita coisa, deste garcense de nascimento
e torcedor do glorioso São Paulo FC.
Primeiro matei a curiosidade, o porquê do apelido de
Sorocaba? Segundo ele, vem desde o ano de 1.953, quando defendia o amador do
Garça e jogou na preliminar de Garça x Tupã. Quando o Tupã entrou em campo, o goleiro
tupãense de nome Sorocaba era parecidíssimo com ele, seja na aparência, como no
porte físico. O Silvio “Goiano” Peres,
então defensor do Garça, falou de imediato: Olha o Luiz Guerino no gol do Tupã.
Pronto, o apelido ficou.
Voltando ao futebol, disse que naquela época a vida de
goleiro era difícil. A maioria dos campos era de terra, a bola de “capotão”, difícil
de segurar. Quando chovia, ficava pesada pra burro, se o jogador acertasse na “veia”,
era difícil de segurar. A carreira de goleiro do Sorocaba não foi longa. Além
do amador do Garça, jogou no Guarany, do Sidney, e no Supergasbrás, do Celso
Bosquê. Veja num flagrante raro, no gol do Guarany, no antigo Campo do Garça, e
repare a trave era quadrada. Ao fundo o Hospital São Lucas sendo construído. E
defendendo o Supergasbrás. Em pé, da esquerda para direita: Sorocaba, Paulinho,
Orlando Bonfim, Nola, Tigueo, Hagop e Oswaldo Contieiro (dirigente). Agachados:
Manzano “Rebite”, Martines “Nim”, Armando Leal, Meira e Toninho Orujian. Depois
foi técnico do América do Galdino de Almeida Barros, e por fim dirigiu o time
feminino de Garça em três temporadas, que tinha no comando a Carmem Paranhos.
Lembra com saudosismo que trabalhou em muitos
jogos nos campos de terra atrás do Hospital São Lucas, onde era poeira para
tudo quanto é lado. Admirava muito o esforço e dedicação do Galdino Barros, que
organizava as competições sempre com pulso firme e bastante retidão. Recorda até
mesmo de um certame onde o Galdino introduziu o cartão azul, para punir jogador
indisciplinado com troca por outro. "Foi um dos melhores que apitei", finalizou.
No lado profissional, o Sorocaba se destacou como um gabaritado alfaiate e
depois como tintureiro, atividade que exerce até os dias atuais.