sexta-feira, 23 de junho de 2017

Recordar é Viver: "O adeus a Laudesmir `Galo´ Marangão"










Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Na última segunda feira, logo de manhã, recebemos a triste notícia do falecimento de um grande amigo: Laudesmir “Galo” Marangão, pertencente a tradicional família garcense, e acima de tudo um grande esportista. A nossa amizade com o “Galo” Marangão” vem de longa data. Ele era um palmeirense convicto, eu como corintiano, sempre estávamos discutindo futebol, principalmente da rivalidade das duas equipes. Não dava o braço a torcer, o Palmeiras era a sua grande paixão, não podia jamais perder para o Timão.

A partir do ano de 1.984, os nossos laços de amizade ficaram bem mais próximos, quando do retorno do Garça ao futebol profissional. Colaborou sobremaneira com o sobrinho Antonio “Biga” Marangão, na volta do Garça. O glorioso “Azulão”, fundado em 15 de fevereiro de 1.965, estava com suas atividades paralisadas.  Como todo time de uma cidade pequena do interior paulista foi passando por dificuldades e crises, momentaneamente teve que fechar as portas. Só que voltou com tudo em 84. Logo de cara um time forte e competitivo. Os resultados foram imediatos: vice-campeão da 3ª Divisão em 1.984, vice-campeão da série B1-B em 1.995. Em 1.996, terminou como terceiro colocado da Série B1-A, o que valeu a ascensão à série A-3, uma espécie de terceira divisão do Estado.

Em 84 cobríamos o dia-a-dia do Garça, para o Jornal “A Gazeta Esportiva”, de São Paulo, onde éramos o correspondente. O “Galo” Marangão, sempre me passava todas as novidades em primeira mão. Em diversas oportunidades acompanhamos o time nos jogos na casa do adversário, viajando no mesmo carro, pilotado pelo Edson da Liderfarma, então secretário da diretoria. Recordamos uma das formações do Garça. Em pé da esquerda para direita: “Galo” Marangão, Dinho Parreira, Mamela, Paraná, Machado, Pilão, Airton Rocha, “Biga” Marangão e Jair Montemor. Agachados: Reginaldo “Linguiça”, João Luiz, Gaúcho, Betinho e Albino. O técnico era o Carlos Alberto Soares, o Bô.

Lembro ainda que na época o “Biga” Marangão passava a maior parte da semana trabalhando fora de Garça, e os problemas da equipe e dos jogadores, eram resolvidos pelo “Galo” Marangão, o braço direito do presidente. Naquele ano, o Garça voltou a dar alegrias aos torcedores, disputando um grande campeonato. Quando jogava em casa, o Estádio Municipal “Frederico Platzeck” ficava lotado de torcedores. Bons momentos que jamais serão esquecidos. Com uma campanha impecável o Garça terminou como vice-campeão da então 3ª divisão, perdendo o título para o Capivariano, na disputa de pênaltis, no Estádio Zézinho Magalhães, em Jaú. De quebra conseguiu o acesso à 2ª Divisão, numa façanha inédita, fruto em grande parte ao trabalho do incansável e dedicado “Galo” Marangão. 

A prova taí, veja os dirigentes posando com o troféu conquistado, da esquerda para direita: “Galo” Marangão, “Biga” Marangão e Jair Montemor. Só que como por encanto, não se sabe o paradeiro do troféu. Num momento único, “Galo” Marangão posando com a foto do ídolo palmeirense Ademir da Guia, quando envergou a camisa do Garça, em jogo festivo antes do início do campeonato. Depois ao lado do filho Kurinho e do inseparável amigo Luiz Quine. Ele também em muito colaborou para o sucesso das memoráveis festas do Peão de Boiadeiro, que marcaram época. 

Na última segunda feira (19), o “Galo” Marangão nos deixou, para virar uma estrela lá no céu. Mas ficará por todo o sempre incrustado no carinho, no coração, na ternura e na sinceridade do nosso cantinho da saudade.