sexta-feira, 6 de março de 2020

Recordar é viver: "O ponta-direita Sarará, rápido e veloz"









Wanderley `Tico´ Cassolla


Quem o vê andando de bicicleta, e às vezes a pé, com uma certa dificuldade, jamais poderia imaginar que se trata do Claudiomiro da Silva Vicente, o Sarará (foto), um rápido ponta direita, que marcou época no futebol amador, nos anos 70. O Sarará era um velocista em potencial. Quando era lançado em profundidade dificilmente era parado pelos zagueiros contrários. A velocidade era seu ponto forte. A tal ponto que quando dominava a bola, partia para cima dos laterais, jogava a bola na frente, e dificilmente era alcançado, o lateral ficava lá trás. Era acertar o cruzamento e gol na certa.

Com isso,, jogou nos principais times da época. Com destaque para o Induscômio, onde foi bi-campeão amador nas temporadas de 1972/73. Foi um dos trunfos do técnico Ednalvo Cardoso de Andrade. E depois do Ipiranga, campeão em 1976 e novamente em 1.979, este de forma invicta, onde era a arma principal do técnico Jair Cassola, no ataque ipiranguista. Veja um grupo de jogadores na festa de comemoração do título no Garça Tênis Clube. Da esquerda para direita: Bidiu, Nôzinho, Chico Ramalho, Jair goleiro, Nelsinho (dirigente), Tico e Sarará, segurando o troféu de campeão. 

O Sarará também ganhou vários torneios de menor expressão. No flagrante, do ano de 1.974, quando foi vice-campeão pelo Ipiranga, na derrota para o Frigus: Sarará, Túlio Calegaro (Frigus), Corinho e Róbson “Pezão” (Frigus). Vale lembrar que o Sarará também foi um carnavalesco em potencial: mestre sala dos bons tempos da Escola de Samba do Salgueiro. Tinha fôlego pra desfilar na Rua Carlos Ferrari com gingado e muito samba nos pés.

Hoje a coluna recorda o melhor jogo da carreira do Sarará, quando o Induscômio foi campeão pela primeira vez. Diante de um poderoso time, o Serenata, o Induscômio jogou uma grande partida. Já o Sarará em jornada inspirada só “não fez chover” e marcou 2 golaços.  Reportamos ao comentário do jogo no Jornal Comarca de Garça: “só que um jogador estava num dia inspirado e decidiu o título: Claudiomiro da Silva Vicente, o atacante Sarará, autor dos 2 gols. O primeiro surgiu aos 44 minutos da etapa inicial: “Na última volta do ponteiro, depois de algumas pontadas perigosas, o Induscômio inaugurava o marcador. Sarará apanhou um rebote da defensiva contrária e atirou pelo alto, estabelecendo Induscômio l x 0. E o gol que sacramentou o título, foi aos 38 minutos do segundo tempo: “Aos 38’ Sarará, a grande revelação do certame, se incumbia de atirar uma pá de cal nas pretensões do Serenata. Depois de livrar-se de um zagueiro contrário, de chutar em Jorge, que saía da meta, Sarará caiu e na queda, a bola ficou próxima dos seus pés. Com um leve toque, mesmo no chão, Sarará mandou o balão para o fundo das redes”. Veja a ficha técnica do jogo:

Data: 08/10/1972
Local: Estádio Municipal “Frederico Platzeck”
Renda: CR$ 240,00
1º Tempo - Induscômio 1 x 0 Serenata 
Final - Induscômio 2 x 0 Serenata
Gols: Sarará, em duas oportunidade
Árbitro: Sérgio de Stéfani
Auxiliares: Walter Bosquê Garcia e Ranulfo José da Silva
Representante: Luiz Martines

Equipes: 
Induscômio – Osni; Fontes, Corinho, Goiano e Washington; Portelinha e Jonas; Português (Vado), Béia, Sarará e Lopes. Técnico: Ednalvo C. Andrade.

Serenata - Jorge, Picova, Anésio, Dadi e Mário; Plínio e Inocêncio (Noriva e ainda Nelsinho); Chiquinho, Edgard (Edílio), Titico e Dominguinho. – Técnico: Martin Carvallo.