sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Recordar é Viver: "Sérgio Benetti, um palmeirense campeão"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Se tem uma torcida com motivos de sobra para comemorar, esta torcida é a do Palmeiras. O time está jogando muito bola e ultimamente vem ganhando títulos e mais títulos. O mais recente é o Campeonato Brasileiro que termina neste final de semana. O Palmeiras sobrou em campo, disparou na frente e até com certa tranquilidade ganhou o hendecacampeonato. Pra mim, sob o comando do técnico português Abel Ferreira, está surgindo a terceira academia.  

A primeira academia surgiu nos anos 60, e contava com este time base: Picasso; Djalma Santos, Djalma Dias e Vicente; Zequinha e Valdemar Carabina: Julinho Botelho, Servílio, Vavá, Ademir da Guia e Gildo. Técnico: Silvio Pirilo.

Depois, nos anos 70, a considerada a segunda, formada por Leão; Eurico, Luis Pereira, Alfredo Mostarda e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei. Técnico: Oswaldo Brandão.

Se continuar com a atual estrutura montada pela presidenta Leila Pereira, mantendo o técnico Abel Ferreira, mais títulos virão pela frente.

Com isto a vibrante torcida do Verdão segue esnobando, tipo “Já faz mais de uma semana que o Palmeiras não é campeão”, ou “Faz tempo que não vejo ninguém na minha frente”. E por aí vai, para desespero dos torcedores rivais. Neste embalo a coluna homenageia um dos mais ilustres torcedores de nossa cidade, o Sérgio Benetti, um palmeirense raíz e fanático, numa paixão que não tem fim.



“EU SOU HENDECACAMPEÃO BRASILEIRO”:
Só foi este articulista encontrar com o Sérgio Benetti, no último sábado, que ele já bateu no peito e gritou “É campeão, É campeão, É campeão brasileiro 11 vezes. Só nos restou cumprimentá-lo pelo hendecacampeão. Uma palavra meio que esquisita, que virou moda nos últimos dias. Um papo rápido, até que decidimos ir em sua residência, em Vila Mariana Tudo para confirmar a paixão que ele tem para com o seu querido e adorado Palmeiras. Logo na entrada, ao lado da porta da sala, um banner (ou faixa) com os dizeres “Palmeiras, campeão paulista de 2.022, 24 títulos” (foto). Várias outras estão no interior da casa, tudo caprichosamente confeccionado por ele mesmo, saudando as conquistas do Verdão.  




O Benetti é garcense de nascimento, e nos seus bens vividos 75 anos de idade, é o tipo do torcedor raíz, que ainda gosta de ouvir jogos num radinho, ler jornais de futebol, recortar o que fala do Palmeiras e guardar. Esta paixão vem desde a infância. Tudo começou quando ganhou de presente do seu tio, João Benedetti, um emblema do time verde. Foi um amor para sempre. No seu rico acervo tem vários pôsters dos times, de jogadores, aos recortes de jornais e revistas. Depois nos mostrou alguns cadernos onde anota todos os resultados dos jogos do Palmeiras, desde os anos 70. Jogo por jogo, amistosos, e até da Copa São Paulo de Juniores. No caderno também tem poesias e orações de sua autoria.



Vimos também o radinho portátil onde acompanha, na maioria das vezes, os jogos do campeonato. Sente saudade de ouvir o Fiori Giglioti, na Rádio Bandeirantes, com seu tradicional bordão “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”, ou o Osvaldo Maciel, na Rádio Globo “Eu estou de peito aberto, com o coração cheio de amor pra dar”. O grande ídolo no futebol, não poderia de ser diferente, é Ademir da Guia,
e do time atual é o zagueirão central Gustavo Gomes”. Nos tempos de juventude assistiu jogos do Palmeiras em Marília, quando o Jorginho Putinatti era do MAC. Em Bauru, no Estádio “Alfredo de Castilho”, viveu um dia inesquecível: O Palmeiras com camisa 10, Ademir da Guia, goleando o Norusca. “Aquele dia o Divino desfilou em campo. Até a torcida adversária aplaudia suas jogadas”. Sempre ligado no futebol, o Benetti tem saudades e boas recordações do time do Garça, que assistia desde os tempos do Ceci, depois do Rogerinho e por último, do Dinho Parreira. Para ele os três melhores jogadores que vestiram a camisa do “Azulão”.

No lado profissional, o Benetti trabalhou por mais de 30 anos na Prefeitura Municipal. Era servente de obras e dava um duro no trabalho. Se orgulha de ter colaborado na reforma da Praça Rui Barbosa, onde fica a igreja Matriz, na construção do Ginásio Wilson Martini, no Bosque Municipal e nas arquibancadas descobertas do campo do Garça: “Fico contente quando passo em frente destas construções. Sinto bastante orgulho, pois ali deixei meu suor, trabalhei com muito empenho e dedicação. Creio que, anonimamente, deixei o meu nome na história e no desenvolvimento de Garça”. O Benetti está aposentado desde o ano de 2.006, hoje desfrutando da merecida aposentadoria. É irmão do Hélio Benetti, já falecido, que por muitos anos foi representante de jogos no futebol amador.

Em tempos de Copa do Mundo do Catar, perguntamos: Benetti, quem vai disputar o título? De pronto a resposta: “Brasil e Alemanha farão uma dramática final. Empate no tempo normal, empate na prorrogação. Depois o Brasil vence na cobrança de penalidades por 5 a 4. Será no sufoco a conquista do hexa”.