sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Recordar é Viver: "Vilson Pereira Ramos, um entusiasta do esporte"

 




Por Wanderley `Tico´ Cassolla

No ano de 1.974 o goleiro garcense Waldir Peres foi convocado para disputar a sua primeira Copa do Mundo, realizada na Alemanha. Foi uma alegria sem fim para o filho do seu Edil Peres Arruda, da mãe Dona Emília, e dos irmãos Nicola e Maria Izabel. Uma convocação festejada em nossa cidade, e é claro, pelo São Paulo FC, o time do “guapo”. O radialista João Alexandre Colombani, no tradicional programa “Bola no Gol”, apresentado às 11h30 na Rádio Clube de Garça, foi à loucura, quando deu a manchete de abertura: “O nosso goleiro Waldir Peres está voando para a Alemanha, para disputar a Copa do Mundo. O técnico Zagalo convocou o garcense para substituir Wendell, que se contundiu no jogo amistoso ontem”.

O assunto também repercutiu na Câmara Municipal de Garça. Quando da realização da 19ª Sessão Ordinária, o nobre vereador Vilson Pereira Ramos apresentou e foi aprovado por unanimidade, o Requerimento de número 152/74, enaltecendo a convocação, saudando o São Paulo Futebol Clube, “O clube mais querido da cidade”. Um cópia do Requerimento foi enviado para o São Paulo.

Por sua vez, o glorioso Tricolor Paulista, no dia 28 de junho de 1.974, através do seu presidente Henry Couri Aidar, endereçou correspondência (foto) ao presidente da Câmara Municipal, Veríssimo Fernandes Barbeiro, agradecendo pela lembrança. Assim se pronunciando: "Que foi expressiva e merecida homenagem ao nosso atleta Waldir Perez Arruda, pela sua acertada convocação para integrar a Seleção Brasileira que presentemente disputa o Campeonato Mundial em Curso”. Esta correspondência recebemos na semana passada do entusiasmado são paulino, José Roberto de Carvalho.

“CUMPADI VILSON”: Apesar de não ter sido um praticante em potencial do futebol, o Vilson Pereira Ramos, o popular e conhecido “Cumpadi Vilson”, foi um grande incentivador do esporte garcense, nos anos 70/80. O apelido que ele tinha, era porque chamava carinhosamente todos os amigos de “Cumpadi”. Foi ainda um atuante vereador, defendendo os interesses do futebol no Legislativo. Com o prestigio em alta na política, depois de exercer o cargo de vereador em dois mandatos: 01/02/1973 à 31/01/1977 e 01/02/1977 à 31/01/1983, decidiu sair candidato a prefeito, no ano de 1.982, sem obter êxito, na eleição vencida pelo Julinho Marcondes de Moura.

Paralelamente disputou alguns campeonatos. Sabia até jogar bola, típico da família Ramos, mas devido aos afazeres profissionais e uma forma física não tão boa, a sua carreira foi curta. Ainda foi dirigente e jogador do Real Garcense, digamos, gostava de atuar na lateral esquerda. Também montou um time com o nome da família, o RAMEC, Ramos Esporte Clube, onde jogavam os irmãos Gerson, Edílio Casinha e Zirtinho, além do cunhado Keno. Na primeira foto, á esquerda, Vilson Ramos e o irmão Gerson.  O “Cumpadi Vilson” faleceu no dia 8 de dezembro de 2004.



Recordamos o bom time do Real Garcense, posando no Estádio Municipal “Frederico Platzeck”: Em pé da esquerda para direita: Tico Venuto, Keno, Tiãozinho, Carlinhos Faria, Tonho e Vilson Ramos; agachados: não identificado, Rabudinho, Tadao, Carlinhos Morozine e Edílio.

DESAFIO AO GALO: O Vilson Pereira Ramos foi um defensor do nome de Garça. Por onde andava fazia questão de falar que era de Garça. Nas suas viagens se encontrava alguém daqui, fazia festa. Pois bem, no ano de 1.987, o corintiano José Aparecido Soares, o “Zé Branco”, montou uma seleção dos jogadores que disputavam o Campeonato Rural promovido pela então CCE/Comissão Central de Esportes, para jogar em São Paulo. O objetivo era participar do “Desafio ao Galo”, em jogo transmitido ao vivo pela TV Record, aos domingos de manhã. Quem vencia ia ficando no programa e sendo desafiado.

Pois bem. No dia que a Seleção Rural jogou, o “Cumpadi Vilson” estava a trabalho em São Paulo. Foi informado por amigos que um time de Garça estava jogando na TV. De imediato pegou o carro e foi ao campo. Tão logo chegou, ficou atrás do gol torcendo para os seus conterrâneos. E deu certo, a Seleção Rural virou o jogo em cima do Alfa Moda do Brás, pelo placar de 3 a 2. Contente com a vitória, ele levou toda a delegação para o escritório de sua empresa, onde ao lado havia um local para confraternização. E de improviso preparou aquele churrasco para os garcenses. Falava pra todos os presentes: “Encontrar meus amigos aqui em São Paulo, vencer um jogo, temos mais é que comemorar”.

No domingo seguinte, a Seleção Rural voltou para o segundo jogo, e o “Cumpadi Vilson” foi o primeiro torcedor a chegar ao campo.  A seleção rural, comandada pelo Pedrinho Soares, ganhou dois jogos: do time da Vila Maria, e do Alfa Modas do Brás. Perdeu o terceiro para o Democrata de Amparo, e foi eliminada no “Desafio ao Galo”.