Marco Antonio Morais e Rafael C. Cipolli |
O basquetebol, modalidade coletiva que mais
títulos conquistou para Garça em todos os tempos, está completando um ano do
encerramento de suas atividades. A última competição disputada foi o Paulista
sub/17, em 2012.
O fato causou muita surpresa na ocasião,
pois, de uma só vez, cinco equipes foram encerradas: o sub/19, que integraria o
Paulista da categoria, além do sub/12, sub/13, sub/14 e sub/15, que disputavam
os certames promovidos pela Liga de Basquetebol do Centro Oeste Paulista,
sediada em Bauru. Cerca de 70 atletas faziam parte dos times de basquetebol.
Por 20 anos, o `esporte da cesta´ foi um
grande orgulho para os garcenses. Com um começo tímido, participando das
antigas competições promovidas pela extinta Winner Eventos Esportivos, de
Ourinhos, começou a trilhar um caminho recheado de vitórias e títulos
regionais.
Em 2001, `aventurou-se´ pelos campeonatos
mais fortes do país, aqueles que são organizados pela FPB. “Foi com grande
alegria e satisfação que naquele ano chegamos até o play-off. Eliminamos, entre
outros, Corinthians e Palmeiras. Ficamos muito felizes com a nossa campanha”,
relembra o responsável pelo basquetebol no auge da modalidade, o prof. Marco
Antonio Morais.
Com o tempo passado, a modalidade foi
crescendo e conquistando ainda mais. Foram medalhas em Jogos Regionais, Jogos
Abertos da Juventude, Jogos Abertos do Interior e até competições
internacionais.
O mais importante é que mesmo com os
resultados ocorrendo, fruto de muito trabalho, dedicação e disciplina, nunca
foi esquecido o trabalho com a base, tanto é que nas últimas competições, a
grande maioria dos atletas foi formada nas escolinhas da modalidade.
A interrupção involuntária fez com que o
conhecido Marcão também se afastasse do basquetebol: “Foram 20 anos de muitas
lutas, glórias, derrotas e vitórias. Porém, o mais importante foi o legado
deixado pela modalidade. Hoje temos engenheiros, professores, biomédicos, enfim,
uma gama enorme de profissionais que fizeram parte do basquetebol garcense e
sempre nos contatos mantidos conosco, fazem questão de lembrar a época em que
defenderam a gloriosa camisa de Garça, que sempre causou muito respeito aos
oponentes. Tenho fé que um dia o basquetebol retornará, com força total”,
otimizou.
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Nos últimos 20 anos, desde a mais tenra idade, modalidade ganhou adeptos e faturou títulos até o encerramento das atividades no ano passado |
Em
ligas regionais, foram mais de quatro dezenas de títulos
O basquetebol planaltino sempre foi uma
grande força regional. Foram competições pelas extintas Winner – Eventos
Esportivos, ABOP – Associação de Basquetebol do Oeste Paulista, LBask – Liga de
Basquetebol do Oeste Paulista e LBC – Liga de Basquetebol do Centro Oeste
Paulista. Existiram equipes desde a mais tenra idade (sub/12), até a categoria
adulto.
Os resultados e títulos foram surgindo com
o passar dos anos. Numa velocidade impressionante, foram surgindo grandes
talentos, que se destacaram e ganharam prêmios individuais. Aliás, entre
individuais e coletivas, foram quase 50 prêmios, número impressionante, que
serviu para comprovar a seriedade de como era desenvolvido o trabalho com a
modalidade em Garça. Por isso nossa cidade sempre foi considerada em todo o
Estado como um grande polo de basquetebol. Até 2012.
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Mirim/2005: campeão da ABOP, após vitória sobre P. Prudente na casa do adversário |
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Voltamos 20 anos e lembramos o time feminino, campeão invicto da Winner, em 1993: Marcão, Ana Carolina, Vanessa, Daniela e Cibele; Adriana, Silzer, Andreia e Fernanda |
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Tadeu, Abdul, Mário Neto, Eliakim, Bruno Jorge e Arthur: todos garcense, todos campeões infanto-juvenis da ABOP em 2006 |
Rafael Cipolli, Vitor Cassola, Jotapê e Kinzinho, com as respectivas premiações de melhores da temporada na LBC |
Jogos
Abertos da Juventude: adivinha qual o único esporte coletivo campeão estadual?
O fato até então inédito ocorreu no dia 12
de junho de 2004, no ginásio João Torro Ovídeo, em Osvaldo Cruz. Na ocasião, o
basquetebol garcense derrotou São José dos Campos na decisão, 79 x 63. Antes,
venceu o time da casa, Franca, Sorocaba, Mogi Guaçu, Barretos, entre outros.
No retorno a Garça, uma carreata pelas ruas
da cidade marcou a conquista do time, que foi muito ovacionado pela façanha.
Além do lugar mais alto do pódio em 2004, o basquetebol foi prata em 2006, em
São José dos Campos, além do bronze, em São Manuel, dois anos depois. Nenhum
esporte em Garça tem um retrospecto tão vitorioso em se tratando dos Jogos da
Juventude.
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Elenco campeão estadual nos Jogos Abertos da Juventude, em Osvaldo Cruz, há 10 anos |
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Retornando a Garça, carreata pela cidade festejou a conquista do inédito título |
Modalidade
teve quatro convocações para a seleção brasileira
Mais uma fato que apenas o esporte mais
vitorioso da história conseguiu. Tais convocações aconteceram entre os anos de
2005 e 2006. Na ocasião, o ala Piauí, hoje no América de São José do Rio Preto,
após passagens por Limeira e Jacareí, foi convocado duas vezes para a seleção
brasileira cadete. O mesmo ocorreu com o pivô Paulão, atualmente em Franca,
pré-selecionado no draft da NBA pelo Minessota Timberwolves, e com experiência
no basquetebol espanhol e da Lituânia. Paulão integrou a seleção, campeã do Pan
Americana de 2007, no Rio de Janeiro.
Fecha a `quadra´ de convocações, o
habilidoso Pinga, que encerrou a carreira ao final de 2006 e permaneceu em
Garça, onde constituiu família e se tornou um próspero comerciante.
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Piauí, convocado para a seleção brasileira jogando em Garça, ao lado do prof. Pedro Márcio Cestari, grande incentivador da modalidade |
Em
JR, `esporte da cesta´ faturou 13 medalhas
Se existe uma modalidade coletiva vitoriosa
em Jogos Regionais, esta é o basquetebol. Durante o tempo em que esteve sendo
comandado pelo conhecido Marcão, foram alcançados 13 pódios: 8 ouros, 3 pratas
e 2 bronzes. Sob o seu comando Garça ainda quebrou a escrita e voltou aos Jogos
Abertos do Interior, após 25 anos. Tal fato ocorreu em 1995, quando a
competição foi realizada em Ourinhos.
De todas as conquistas, o ex-treinador
guarda com muito carinho o ouro de 2000, em Ourinhos, quando a `Sentinela do
Planalto´ quebrou o tabu de 30 anos, sem ganhar uma medalha de ouro em JR, quer
seja em modalidade coletiva ou individual. O ouro de 2002, em Osvaldo Cruz,
quando Garça derrotou na decisão o time da casa, com três mil torcedores
contrários, também não sai da memória. “Mas todos os títulos foram importantes.
Naturalmente, alguns nos marcam mais que outros. Mas todos tem um lugar
especial em nossas lembranças”, revelou.
Murilo, com o troféu de campeão dos Jogos Regionais, em 2011, em Presidente Prudente |
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Masculino e feminino de 1995, que levaram Garça aos Jogos Abertos do Interior, em São José do Rio Preto, após 25 anos de ausência |
Na
`Olimpíada Caipira´, modalidade é soberana em pódios
Os Jogos Abertos do Interior, também
conhecidos como a `Olimpíada Caipira´, é a maior competição poliesportiva da América
Latina. E coube ao basquetebol ser o responsável pela primeira medalha em
competição oficial – que conta pontos na classificação geral – para Garça.
Em Barretos, em 2004, ao derrotar Mogi das
Cruzes, o time garcense faturou a medalha de bronze e quebrou o tabu de 68 anos
sem a nossa cidade subir ao pódio. Fez historia.
No ano seguinte, em Botucatu, ficou com a
prata, mesma colocação obtida em São Bernardo do Campo, em 2006. Em São Caetano
do Sul, em 2008, voltou a conquistar o bronze, após vitória por um ponto sobre
São João da Boa Vista, 55 x 54, com a cesta da vitória sendo feita a 11
segundos do fim. Como se observa, o basquetebol é também quem mais conquistou
medalhas em Jogos Abertos do Interior na história para Garça.
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Tabu de 68 anos foi quebrado por este time, medalha de bronze em Barretos/04 |
Basquetebol:
campeão da Copa Cone Sul e do Sul Americano
Naturalmente o `esporte da cesta´ começou a
chamar a atenção em todo o Brasil. Expandiu fronteiras e disputou quatro competições
internacionais, todas ocupando o pódio, fato só conquistado pela modalidade.
Na Copa Cone Sul, ficou com o bronze em
2001 e faturou o ouro, em 2003. Ambas as edições foram realizadas na cidade
paranaense de Mal. Rondon, contando com a participação de representantes da
Argentina e Paraguai, além de vários estados brasileiros. Coube a Garça ser a
equipe de São Paulo. Uma primazia para poucos. Ainda em 2001, o time infantil
sagrou-se vice-campeão do mesmo evento, após eliminar na semifinal, o Vasco da Gama,
perdendo a decisão para o Pinheiros.
Mas o ápice em eventos internacionais foi
em 2007, quando Garça se tornou campeã sul-americana, cat. infanto-juvenil, em
Curitiba, após eliminar argentinos, chilenos e o Fluminense do Rio, no
`mata-mata´e vencer o Círculo Militar-PR, na decisão.
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Basquetebol, campeão do Cone-Sul em 2003, após vitória sobre o Paraguai na decisão |
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Apoteose: Thiago Naum ergue o troféu que consagrou Garça como campeã sul-americana infanto-juvenil de 2007 |
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Sérgio Oliveira e Marco Antonio Morais: infantil, vice-campeão do Cone-Sul de 2001 |
Na
FPB, foram 12 anos de participação ininterrupta e 20 campeonatos estaduais
Entre 2001 e 2012, Garça teve grande
representatividade nos certames promovidos pela Federação Paulista de
Basketball. Nossa cidade formou equipes infanto-juvenil, cadete, juvenil e
adulta. Mini e infantil também chegaram a integrar as fases mais agudas das
competições estaduais, através de classificação pelas ligas regionais e
Inter-Ligas.
Ao total, foram duas dezenas de certames,
com mais de 400 jogos, recorde absoluto de modalidades federadas em Garça.
Nunca na história houve algum esporte que tivesse tantos jogos assim. Grandes
resultados foram alcançados em estaduais, como o bronze do cadete (2007), além
da prata do infanto-juvenil (2004/09), do cadete (2005) e do adulto (2006 –
Série A-II).
Nos certames do interior, foi prata com o
mini (2008) e bronze com o infantil (2005/08). Foi ouro do interior, em 2012,
através do Inter-Ligas, após vitórias sobre Ribeirão Preto e Franca.
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Infanto-juvenil de 2001: avançou até o play-off, fato muito comemorado na época |
Formação que representou Garça em 2012, na última vez em que a cidade disputou a FPB |
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Rafael Cipolli, Adriano Oliveira, Marco Antonio Morais e Carlos Eduardo `Mazza´ Paulino: comissão técnica que conquistou medalhas em todas as competições que disputou
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