sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Recordar é Viver: "Garcenses se encontram no camping Cabreúva"










Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Em meados dos anos 60 eram três jovens, cheios de planos e uma paixão: o futebol. Na  época, o domingo para o Luiz Tucilo (Bidiu), Waldir Peres e o Celso Luiz Ramos: percorrer os campos da cidade a procura de um jogo qualquer. Perambulavam pelo Campo do Municipal, Congregação, Rebelão. No  Campo do Garça, em Vila Williams, era mais difícil, só para os craques da época. O “Frederico Platzeck” estava em construção sem previsão de inauguração. O jeito mesmo era os campos de terra. Dos três jovens boleiros não precisamos nem falar quem venceu na carreira de atleta profissional.
O Celso jogou nos times infantis do Corintinha do Luiz Conessa (juntamente com o Waldir Peres),  Esportiva do Jaci Fernandes (com o Paulo Garça ou Pelezinho como queiram), Juventus, no Botafoguinho do Egídio (ao lado do Helinho Tercioti) e por ultimo na Ferroviária. O Bidiu jogou no Paulistinha (time que revelou o Waldir Peres),  Ipiranga e no SASP. Depois de completar a maioridade, servir o Tiro de Guerra, era “moda” se mudar para São Paulo atrás de um  bom emprego.
Bem do Waldir Peres não precisamos falar muito, todos já sabem. Depois do Paulistinha (foto), foi para o Garça, Ponte Preta, São Paulo e seleção brasileira. A maior revelação de todos os tempos, saiu do campo de terra da colônia da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, para disputar três copas de mundo (74, na Alemanha, 78, na Argentina e 82 na Espanha, esta última como titular absoluto, na memorável seleção comandada por Telê Santana. Veja o Paulistinha, campeão do "Torneio Pedro Valentim Fernandes”, do ano de 1965. Em pé da esquerda para direita: Jacy Garcia (dirigente), Cripa, Waldir Peres, Crescêncio, Tófolli, Celsinho e Dindo; Agachados: Paulinho, Bidiu, Titico, Emídio e Inocêncio "Rabudinho".
Cada um seguiu o seu lado e ao longo dos anos tiveram poucos contatos. Até que, a convite do Celso Ramos, os três se encontraram recentemente no bucólico Camping Cabreúva e passaram um final de semana nostálgico (foto). Não só recordaram os bons tempos de Garça, como também sobrou para o Waldir Perez contar os causos que vivenciou no  futebol. O “guapo” tem cada um de arrepiar os cabelos e que daria um bom livro.

O primeiro frango. Mas o causo marcante mesmo foi contado pelo Celso Morais. Não tem um goleiro que nunca tomou um frango no futebol. Segundo apuramos, o fato pitoresco foi no jogo Corintinha x Vera Cruz.  O Waldir Peres no gol, o Celso Ramos de atacante. Até que num escanteio a favor do Vera Cruz, o Celso resolveu dar uma força na marcação. Cobrado o  “corner”, o Celso com tranqüilidade dominou a bola na pequena área e atrasou mansa para o goleiro (na época a regra permitia), e o que aconteceu: a bola passou em baixo das pernas, e entrou no gol. Nervoso, o atacante soltou uns palavrões e o juizão Paulo Beibe, não titubeou e o expulsou de campo. Depois com 10 jogadores em campo, o Corintinha virou o jogo para 4 a 1. Por incrível que pareça, foi de autoria do Celso Ramos, o primeiro frango do Waldir Perez na sua vitoriosa carreira.