Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Só foi recordarmos o Garça
nas últimas colunas, quando falamos da gestão do ex-presidente Antonio “Biga”
Marangão, recentemente falecido, que somos sabatinados sobre as glórias e
conquistas do Garça. E com o advento da internet, a notícia se espalha mais
rapidamente. Por exemplo, um órgão da imprensa bauruense nos procurou solicitando
informações do Garça. De Campinas, o historiador Fernando Pereira da Silva,
queria saber do único título profissional do “Azulão”: campeão da então 2ª
Divisão, no ano de 1.969. Pois bem, depois de efetuarmos pesquisas nos arquivos
deste jornal, veja alguns dados daquela memorável conquista.
O campeonato foi divido em
três grupos. O Garça ficou no grupo “3”, ao lado do São Bento de Marília,
Santacruzense, Tupã, Municipal de Paraguaçu Paulista e Guarani de Adamantina,
com os times se enfrentando em turno e returno. O Garça terminou como primeiro
colocado, e foi decidir com os outros campeões: Rio Claro e Rio Branco de
Ibitinga, também em jogos de ida e volta.
O Garça comprovando ser o
melhor time, superou os adversários. A “decisão” foi no “Platzeck”, contra o Rio
Claro, e o Garça ganhou de 3 a 1. Era o tão esperado título. Só que não pode
comemorar. A Federação Paulista de Futebol se viu diante de um “imbróglio”,
quando o Rio Branco entrou com recurso e “melou” o campeonato.
Depois de muitas “idas e
vindas” a FPF decidiu que Garça e Rio Branco, disputariam o título num único
jogo em campo neutro: o Estádio Alfredo de Castilho, em Bauru, no dia 18 de
janeiro de 1970.
Diante da demora do
julgamento por parte da FPF, a diretoria do Garça já havia dispensando o
elenco, alguns retornaram para suas cidade. Tiveram que ser reunidos de última hora, realizaram apenas um
coletivo apronto e foram pro jogo. Numa partida dramática, o Garça novamente
comprovou que era o melhor, ganhou do Rio Branco por 1 a 0, gol do atacante
Rogerinho, aos 36 minutos da etapa final.
Veja o Garça posando com a
faixa de campeão. Em pé da esquerda para direita: Valeriano, (técnico), Plínio
Dias, Ari Lima, Plínio Cabrini, Luizão, Dadi, Waldir Peres, Pedroso, Goiano e
Zé (massagista); Agachados: Coquinho, Zé Carlos, Rogerinho, Osmar Silvestre,
Nei e Helinho.
Um título mais que justo,
até porque durante o campeonato, o Garça sempre esteve na liderança e foi o
campeão da disciplina, não teve jogador expulso. Sofreu apenas duas derrotas. E
teve como grande destaque o Rogerinho, principalmente no triangular final. O
atacante fez 4 gols em 2 jogos, além de marcar o gol do título, assim descrito
pelo “Comarca”: aos 36 minutos da etapa final, o lateral Jorginho avançou pelo
lado direito e chutou forte para o gol. Rogerinho antecipou e de joelhos desviou
a bola para as redes. Alegria geral dos torcedores garcenses. Em foto recente
veja como está o ex-goleador Rogerinho (D), posando ao lado do corintiano
Betão Aguiar.
No outro flagrante veja o ex-beque
central Pedroso (D), o “xerifão” da zaga garcense, ao lado do santista
Túlio Calegaro.