Recordar é Viver: "Paulo Renato, de zagueiro a dirigente"

 

Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Muitos conhecem somente o lado de dirigente esportivo do são-paulino Paulo Renato Alves de Souza, que acaba de completar 89 anos de vida. Hoje vamos revelar um pouco do lado jogador, um zagueirão firme, que não brincava em serviço na zaga. Até porque o Paulo Renato vem de uma família de tradição no futebol, começando com o irmão Carlito (ex-atacante do Garça nos anos 50), o Edgar, também atacante nos anos 70/80, e chega no filho Paulo Henrique (Ike) zagueiro e o Digão, filho do Edgar, atacante goleador no amador, suíço e até com uma boa passagem no Garça. Poucos sabem, mais um dia o Paulo teve seu dia de glória jogando como atacante (veja no tópico abaixo)

Desde que chegou em Garça no dia 7 de setembro de 1.948, juntamente com seus familiares, o Paulo Renato esteve ligado ao esporte garcense, na maior parte do tempo como um competente dirigente. Desde os tempos do Serenata, do Ipiranga e no Kosminho. A passagem no Ipiranga foi marcante: presidente da diretoria executiva, e depois promovido “presidente de honra” por mais de 20 anos.

Colaborou, e muito, na fundação do Kosminho (25/05/1.975), tradicional agremiação do futebol suíço, que teve suas origens no Garça Tênis Clube. E fez parte da memorável zaga formada por Carlos Manchini, João Alexandre Colombani, Paulo Renato e Zeca Manchini. Lá no “campo de pelada” do GTC. O Kosminho era praticamente imbatível. Até porque contava com dois fundamentais reforços: Um era o campo de terra, o outro “o muro das laterais”, onde a bola não saía de campo, e a zaga do Kosminho sabia como tabelar com o muro. Quem se atrevia a enfrentar o Kosminho em seu reduto, tomava cada  “chocolatada”, era uma atrás da outra. Veja uma das formações do Kosminho: Washington Guanaes (dirigente), Dr. Caio de Almeida (dirigente), Colombani, Carlos Manchini, Toninho Orujian, Edgar, Piazentim, Alemão, Erônides e Zeca Manchini; agachados: Paulo Renato, Agenor, Gervásio, Mário Baraldi, Plinio Dias, Sérgio Encarnação e os garotos Serginho Stéfani e Renê;

DIA DE GOLEADOR: Apesar de sempre jogar na zaga, o Paulo Renato teve um verdadeiro dia de gloria. Foi durante o campeonato varzeano, quando defendia o time do Operário, do técnico João Folguieri. O time estava bastante desfalcado, devido às expulsões ocorridas no jogo anterior contra o Bangu. Para complicar o centroavante titular era o irmão Edgar, que estava contundido com uma lesão na “batata da perna”. Não restou alternativa ao técnico João Folguieri, senão escalar o Paulo Renato de centroavante. Com a jaqueta 9, numa jornada inspirada fez bonito: marcou 4 gols, um de cabeça, outro de falta e dois com a bola rolando, após tabelar com o Dominguinhos e Alcides Rizzi. Sempre contando com o incentivo do mano Edgar, que na beira do gramado, o orientava quanto ao posicionamento dentro de campo. 

Veja o Operário, com o Paulo Renato de centroavante, posando no antigo campo do Garça em Vila Williams, que ficava defronte ao Hospital São Lucas: Trivela, João Trinca, Navarro, Osvaldinho, Rubens Rossini e Rubuão; agachados: César, Dominguinhos, Paulo Renato, Alcides Rizzi e Takejima.  

AMIGOS ANIVERSARIANTES: O último sábado (26/03) foi um dia de festas. E não só pelo aniversário do “goleador” Paulo Renato. Mas também para comemorar mais um ano de vida do eterno goleiro Plínio Dias (Garça FC), do professor José dos Santos (Eletrônica) e do corintiano Luiz Carlos “Lobão” Soares. Os ilustres aniversariantes reuniram um seleto grupo de amigos na Fazenda Pingo D'Água (foto), num churrasco caprichosamente preparado pelo mestre José Márcio Amorim, onde desfrutaram de agradáveis momentos, que jamais serão esquecidos. 

Segundo o santista Tonhá, se somar a idade do quarteto, falta pouco para dar uns 500 anos. Nós daqui, aproveitamos para cumprimentá-los, desejando muita saúde e vida longa para todos.

Para comemorar os 90 anos do Paulo Renato, no ano que vem, já está programado um jogo no impecável campo society da fazenda. E um desafio foi lançado: este articulista enfrentará o goleirão Plinio Cabrini, e os zagueiros Paulo Renato e Carlos Bonfa, com a missão de marcar no mínimo 2 gols.