Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Continuamos com a série dos jogadores que marcaram época em Garça, porém, vestindo a camisa de outros times. Vale lembrar que todos eles estão no site “Craques e Esquadrões do Futebol”, um dos mais completos em se falando de jogadores antigos ou times de futebol.
Na semana passada demos o “pontapé” inicial, com o Adão Nunes Dornelles, o Adãozinho. Hoje continuamos com Ari Lima, ex-lateral direito “ofensivo”.
Ari Lima foi revelado no glorioso XV de Jaú, cidade onde despontou para o futebol do interior paulista. Recordamos uma das formações do “Galo da Comarca”, do ano de 1964. Em pé da esquerda para direita: Ari Lima, Tiri, Tuniro, Tota, Moya e Adilson; agachados: Miro, Giba, Zizico, Nascimento e Galante. Deste elenco o central Tota, um gigante no tamanho, com seus quase 2 metros de altura, depois jogaria no Garça.
O lateral direito Ari Lima chegou para defender o Garça no ano de 1968 no Campeonato Paulista da 2ª Divisão. De acordo com o livro “Trajetória do Futebol do Garça - 1950 à 2004”, de autoria do professor e esportista Luiz Maurício Teck de Barros, Ari Lima fez sua estreia no dia 11 fevereiro de 1968, quando do amistoso Garça 4 x 1 Ferroviária de Assis, no “Platzeck” (foto). Defendeu o Garça até o ano de 1973, marcando 3 gols. Fez parte da notável zaga garcense de 1971: Ari Lima, Pedroso, Bô e Abegar.
Ari Lima nesta época, onde zagueiro tinha somente que marcar os adversários, já gostava de apoiar. O esquema tático era uma linha de 4 beques na defesa, a ordem do treinador era para não apoiar. Raramente subir ao ataque, para tentar um cabeceio numa bola parada de “chuveirinho na área”, ou cobrança de escanteio.
Mas o Ari Lima não dava moleza na marcação, chegava junto, às vezes na bola, outras no atacante. E com um ótimo preparo físico se mandava pra frente, tabelava com o ponta direita, chegava na linha de fundo e cruzava na área. Além do XV de Jaú e Garça, jogou no Noroeste de Bauru e na Associação Cafelandense de Esportes.
Mas o destino quis que ele ficasse em Garça, após ter encerrado a carreira de atleta. Em sua trajetória foi um dos ídolos dos torcedores, na época dos bons tempos do futebol profissional na cidade. Constituiu sua família e trabalhou na Escola Agrícola, no setor de vigilância, até se aposentar.
Ari Lima ainda disputou vários certames citadinos, pelo time da Casa Ipiranga, comandado pelos esportistas Pedro Alves Neto e Gerson Pereira Ramos.
Também se aventurou no futebol suíço, época do `terrão´, dos campos atrás do Hospital São Lucas, onde defendeu o Salão Carter. Ali também se consagrou, não como zagueiro, mas como atacante, um artilheiro implacável. Ganhou vários troféus de principal goleador da modalidade, pois era difícil de ser marcado. Um detalhe curioso: a maior parte dos gols foram de cabeça. Com grande impulsão, Ari Lima desferia potentes cabeçadas “de testa”, praticamente indefensáveis para os goleiros. Num dos campeonatos terminou como goleador máximo com 24 gols e a incrível marca de 17 gols de cabeça.
Ari Lima também se revelou um grande cronista esportivo. Por muito tempo escreveu para o Jornal Folha de Garça, recordando sua trajetória no futebol, dos grandes jogos e também dos bastidores que vivenciou como jogador.
Também foi comentarista na Rádio Clube de Garça, integrando a equipe comandada por João Carlos Camacho, narrador Tadeu Julião e Jorge Ismail, repórter de campo (foto). Dentre suas diversões foi um exímio instrumentista e tinha o samba no pé. Comandou com maestria a bateria da Escola de Samba do Salgueiro nos carnavais de ruas da cidade. O Ari Lima já faleceu mas, com certeza, deixou o seu nome marcado na história do futebol garcense.