Por Wanderley `Tico´ Cassolla
No dia 9 de Outubro de
1.983 um lance polêmico, para não dizer bizarro, aconteceu no futebol paulista.
Palmeiras
e Santos jogavam pelo Campeonato Paulista de 1983 e o Peixe ia ganhando do
Verdão por 2 x 1 até o finalzinho do segundo tempo. De repente, escanteio para
o Palmeiras, bate-rebate na área e a bola sobre limpa para Jorginho Putinatti chutar.
A bola ia para fora, mas bateu involuntariamente no juiz José de Assis Aragão e
entrou. Como o árbitro é um corpo neutro em campo, o gol valeu (foto). A
revolta dos jogadores do Santos foi grande, mas em vão. Portanto, deu empate 2
a 2 no tradicional clássico paulistano. No flagrante da Revista Placar, o
mariliense Jorginho Putinatti e irmão camarada, cumprimentando o juiz
artilheiro: “Boa, Aragão”!!!.
Recentemente outro lance polêmico aconteceu em
jogo válido pela serie “D” do Campeonato Brasileiro. Tupi, do Estado de
Minas Gerais, e Aparecidense, do Estado de Goiás, empataram por 2 a 2, pelas
oitavas de final da Série “D”, em Juiz de Fora, placar que classificou o time
goiano no critério de gols marcados fora de casa. O primeiro jogo terminou empatado
em 1 a 1. Só que a realidade poderia ser diferente. O lance mais inusitado aconteceu
aos 44 minutos do segundo tempo. Após chute de Ademilson, a bola ia entrando,
no que seria o gol da classificação do Tupi, mas o massagista da Aparecidense,
Romildo Fonseca da Silva, conhecido como "Esquerdinha", invadiu o
campo e tirou o gol certo do time da casa.
Mais polemico ainda foi o julgamento, em primeira instância, do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, enquadrando a equipe goiana no Artigo 205 do
Código Brasileiro de Justiça Desportiva: "Impedir o prosseguimento de
partida, prova ou equivalente que estiver disputando, por insuficiência
numérica intencional de seus atletas ou por qualquer outra forma". A
Aparecidense foi excluída da série “D”, o massagista Fonseca da Silva punido com
suspensão de 24 partidas e multa de R$ 500, e o árbitro da partida, Arílson
Bispo da Anunciação, absolvido. Convenhamos uma punição mas pelo lado moral do
que legal. A equipe goiana poderá recorrer desta decisão na esfera esportiva,
que poderá a situação.
Se no lance de 30 anos atrás, o gol foi validado, pois o árbitro é considerado um elemento neutro em
campo, o massagista da Aparecidense também é um elemento neutro. Como a bola
não entrou, não há o que se falar em gol. Diante disto e na combinação dos resultados, o Aparecidense “avançaria”
na competição. Só que o STJD pegou forte no julgamento. Se por um lado o árbitro
Aragão não teve qualquer intenção naquele gol, o mesmo não se pode dizer do
massagista, que premeditou e teve
intenção em não deixar a bola entrar. A punição então deveria ser “pesada”
para o massagista e não para o clube. Agora voltando ao “gol” do juiz
artilheiro, se ele estive mal posicionado, a bola chutada pelo Jorginho
Putinatti ia entrar no gol, batesse nele e fosse para fora. Seria escanteio,
bola ao ar, ou o Palmeiras deveria ser eliminado do campeonato?
Pelo jeito se o time da Aparecidense entrar na Justiça Comum o
campeonato vai “melar”. Pode anotar aí.
Fonte: Jornal Comarca de Garça